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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mães da Praça de Maio farão julgamento ético e político do Grupo Clarín.


Qualquer semelhança com o nosso PIG é mera coincidência, alguém diria!   Sim,  e  não.  É, está mais para   dolo mesmo. 

 A máfia midiática  possui tentáculos em  várias partes do  globo e ela age sempre da mesma forma.  A atuação dela é em  uníssono e possui um poder devastador. Como a sociedade possui   grandes  vulnerabilidades ,em decorrência  da deterioração da Educação Formal, este tipo de caluniadores  proliferam-se  e tornam-se  celebridades.

Ainda há muito por acontecer por aqui para que consigamos nos  aproximar um pouco das manifestações que, felizmente e maravilhosamente, acontecem na Argentina e noutros países que  não aceitam aquilo que Pulitzer,  tão eloqüentemente  legou sobre  a natureza da imprensa.

O  “poderoso”  grupo Clarin  foi conivente com os nazifascistas  argentinos quando estes estiveram no poder .   Para que não esqueçamos , não custa mencionar novamente que  entre  1976 e 1983  os militares assassinaram, segundo levantamentos realizados por entidades ligadas aos Direitos Humanos, ao redor de 30 mil civis, entre eles, crianças e idosos. Essas estimativas, inclusive,  podem ser revistas dado ao período  obscuro  e que foi apoiado, sustentado e defendido pela “grande  máfiamidiatica” daquele país.


 Os militares nazifascistas  afirmam que mataram “apenas ” 8 mil civis (segundo declarações do próprio general e ex-ditador Reynaldo Bignone, à TV francesa na virada do século, outros colegas seus dizem que não mataram pessoa alguma).  Até hoje muitos desses assassinos negam  seus crimes contra a humanidade.   O  famigerado grupo Clarin  prossegue com sua  perspectiva  de narrativa   que  coincide com as dos torturadores .

O Estado argentino, com a volta da Democracia, recebeu  vários pedidos para indenizações da parte de parentes de 10 mil desaparecidos.  Há outros milhares que,  devagar, buscam coragem para  reportar aos acontecimentos que encerram feridas, que  ainda não cicatrizaram por motivo de  lentidão nos processos e  protelações de ordens diversas que ensejam responsabilidades diretas e indiretas com o  período de assassínios.

A Ditadura teria sido responsável pelo sequestro de 500 bebês, filhos das desaparecidas. Desde o final dos anos 70 as avós da Praça de Mayo localizaram e recuperaram a identidade de aproximadamente  100 dessas crianças, atualmente adultos.  Há alguns meses atrás postei matéria que  remonta a este fenômeno imoral que envolveu a poderosa família de  Ernestina Herrera de Noble, herdeira do grupo.    Há inúmeros fatos que  aproximam esse poderoso grupo do setor de Comunicações  com  envolvimento até em  assassinatos de pessoas, segundo a  própria Justiça argentina.

Em 1983, nos últimos meses da “ditabranda”,- a culpa é da Folha-,  um relatório dos militares fascistas tentou   fixar na história do país e da América latina,  que a esquerda cometeu vários exageros .  Não são poucos os historiadores que, no entanto,  questionam  tais narrativas .   Muitos perderam suas vidas lutando por igualdade social e democracia.   Os torturadores vêm tentando confundir a sociedade e ainda  contando com o apoio dessas máfias das Comunicações.


A excelente matéria  é da Revista Forun.


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"Vamos fazer um julgamento ético e político ao Grupo Clarín. Julgamento ao Grupo que rouba crianças, verdades e esperanças", diz Hebe de Bonafini, presidente do movimento
Por Natasha Pitts [07.12.2011 12h48]


Está marcado para o próximo dia 22, às 19h, na Praça de Maio, um julgamento ético e político do maior conglomerado de comunicação da Argentina - o Grupo Clarín. A iniciativa é da Associação Mães da Praça de Maio com o objetivo de informar sobre a investigação que se está fazendo sobre o diário Clarín, a Rádio Mitre, o canal de TV a cabo TN, o Canal 13, a Cablevisión e a empresa que fabrica o papel para os jornais, a Papel Prensa. Todas as empresas fazem parte dos mais de 300 meios de comunicação e empreendimentos pertencentes ao Grupo.

 O processo é simbólico e representa um pedido de liberdade de expressão, de espaço, de voz para defender a Lei de Meios, a liberdade sindical dos trabalhadores e pedir justiça, memória e igualdade, assinalou Hebe de Bonafini, presidente das Mães de Maio, em coletiva de imprensa na Universidade Popular das Mães.

 "Vamos fazer um julgamento ético e político ao Grupo Clarín. Julgamento ao Grupo que rouba crianças, verdades e esperanças. Vão dizer que é caça às bruxas, vão dizer que é contra a liberdade de expressão, vão dizer que é uma escalada do governo, mas não é nada disso. É por nossa própria liberdade, a liberdade dos sem voz”, manifestou Hebe.

 O julgamento terá a duração de duas horas com a participação de advogados, defensores, promotores, reclamantes e o povo como juiz. Para as Mães da Praça de Maio, o ideal seria que o julgamento fosse feito pela Justiça, contudo, como esta chega tarde, será o próprio povo que irá julgar e condenar o Grupo Clarín.

 No momento, o julgamento será apenas contra este grupo de comunicação, pois, por ter cerca de 300 veículos no país a repercussão de suas notícias é grande.

 "(...) dizem uma mentira no Clarín ou no Canal 13 e sai por todo o país. Então quando te difamam e arrastam pelo chão e te colocam como querem todo o país lê, escuta e vê isso que não é certo. E isso é o que queremos mostrar às mães, e o que queremos comparar. O que passavam e o que diziam. O que se diz e o que se passa”, explicou Hebe.

 O julgamento ético e político marcado para o dia 22 não será o primeiro organizado pela Associação das Mães. Médicos vinculados a crimes da ditadura foram julgados publicamente, assim como aconteceu no ano passado com juízes e jornalistas.

 Participarão do julgamento: trabalhadores despedidos do Clarín; a ex-ministra de Economia Felisa Miceli, o titular da Sindicatura Geral da Nação - Sigen, Daniel Reposo, entre outros. Caso não seja possível fazer o julgamento na Praça de Maio, em virtude do tempo, a atividade será transferida para o Espaço Cultural Nossos Filhos, que funciona na ex Escola de Mecânica da Armada (Esma).

Natasha Pitts é jornalista da Adital

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