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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Em assembleias, alunos da USP decidem por greve.

Em assembleias, alunos da USP decidem por greve
Diversos cursos da USP realizaram na noite desta quarta-feira (09/11) assembleias em seus prédios, nas quais vários decidiram aderir à paralisação.
Por Mario Henrique de Oliveira [10.11.2011 10h20]



Após a desocupação do prédio da reitoria, promovida no dia 8, que resultou na prisão de 70 pessoas, os estudantes da USP que lutam pelo fim do convênio entra a universidade e a Polícia Militar se reuniram ontem para decidir os próximos passos do movimento. Cada curso realizou uma assembleia para discutir uma possível greve estudantil. Os cursos de Letras, Filosofia, História, Geografia, Arquitetura e Comunicação e Artes já estão parados.


Nas assembleias, foi decidido que de cada 20 alunos presentes nas reuniões seria indicado um delegado, que teria como missão levar a ideia da greve para outros cursos e se comunicar com eles, além de propor atividades para os discentes durante o período de paralisação.



Por se tratar de uma greve estudantil que, pelo menos por enquanto, não atinge a classe dos professores, as aulas continuarão. A ideia do movimento é realizar piquetes nas salas de aula, colocando todas as carteiras nos corredores, para simbolicamente dizer que aquele que for contra a proposta de greve pode pegar sua própria carteira e colocar na sala. Haverá também alunos em frente às salas com a finalidade de conscientizar e tentar fazer com que aqueles que ainda não saibam da decisão tomada nas assembleias se juntem ao movimento.


Diversas ideias também foram discutidas nas reuniões da noite de ontem, entre elas está a realização de aulas públicas do lado de fora dos prédios e principalmente a formação de um Plano Alternativo de Segurança, que discutirá alternativas para a presença da PM no campus universitário e políticas de segurança pública. Elas serão documentadas e levadas por uma comissão de delegados à reitoria.


Moção de repúdio dos estudantes da ECA


Ainda ontem, contando com aproximadamente 380 pessoas, a Assembleia Geral dos estudantes da ECA aprovou uma moção de repúdio contra a forma como o movimento estudantil vem sendo retratado pela mídia em geral. Confira abaixo a moção:


Nós, estudantes de Comunicações e Artes da ECA/USP viemos explicitar o nosso repúdio à maneira como a imprensa hegemônica tem exposto os acontecimentos recentes no campus da USP.


Estamos constrangidos com a maneira preguiçosa e irresponsável como a imprensa e a televisão têm feito seu trabalho, limitando-se a vender o espetáculo originário de uma cobertura superficial e pautada no senso comum. Entendemos as comunicações e as artes como agentes essenciais na conscientização e na transformação da sociedade. Para isso, o jornalismo não pode ser um mero reprodutor de discursos circulantes, mas sim um instigador de debates e inquietações.


O que assistimos recentemente foi uma reprodução incansável de estereótipos, que só serviram para manipular a opinião pública contra as lutas que são primordiais dentro do campus. Como estudantes de universidade pública, é também nosso papel questionar a maneira como a mídia trata os movimentos sociais, principalmente como ela tem tratado o movimento estudantil. Buscar entender as raízes do problema exige apuração minuciosa, princípio básico do jornalismo. Posições existem, mas elas não podem ocultar ou distorcer fatos.


O nome do que está sendo praticado é anti-jornalismo. A sociedade não financia a nossa formação para sermos profissionais como esses.

(Atualizado às 14h40)

 fonte: Revista Forum

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