Vários crimes contra a vida foram, de fato, planejados e postos em prática por ingleses, franceses e, a partir do século XX, mas intensamente pelos EUA. Recorreram como de costume á grupos mercenários de soldados que treinam para tirar vidas.
O vergonhoso expediente remonta de épocas passadas. Há séculos várias nações “civilizadas” do continente europeu construíram e legaram, as suas vítimas coloniais, fórmulas de perpetuação de poder contando, para isso, com os terríveis serviços de soldados mercenários.
Portugal, quando então nos encontrava-nos na condição de “colônia”, fez uso de mercenários ingleses para garantir os desejos duma genealogia régia criminosa e fétida como, a propósito, são todos os membros de qualquer “realeza”. Instigado por sua esposa Carlota Joaquina, irmã de Fernando VII da Espanha, D. João, a pretexto de salvaguardar os interesses espanhóis, invadiu a chamada Banda Oriental do Vice-Reino do Prata, em 1811.
Gastou uma fortuna para atender aos desejos de sua “magnífica” esposa. Os criminosos banqueiros ingleses mais uma vez lucrariam com elevadas quantias, a título de empréstimos, realizados pela notável família de “sangue azul”. Foram gastos elevadíssimos para contratar os melhores “matadores de aluguel” daqueles idos.
A contratação desses criminosos que tiram vidas de pessoas, há muito deveria, ser banida. O aperfeiçoamento de seus atos somados as especificidades que encerram a eficácia de suas ações é algo assombroso e profundamente desumano. Os EUA a Inglaterra e a França demonstram o que sempre foram. Na verdade pouca coisa mudou. Os adeptos de Gobineau se fazem presentes. A matéria em questão, abaixo, nos parece ser um exemplo claro desse fenômeno condenável.
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Nações Unidas (Prensa Latina) Apesar da forte oposição dos Estados Unidos e as principais potências européias, a Assembléia Geral volta a buscar neste ano uma nova resolução contra a utilização de mercenários e as atividades das empresas privadas militares de segurança.
O tema aparece no programa anual do máximo órgão da ONU dentro do ponto dedicado ao Direito dos povos à livre determinação e já foi discutido na Terceira Comissão, a qual se ocupa dos assuntos sociais, humanitários e culturais.
Esse corpo acaba de lembrar um projeto titulado "Utilização de mercenários como meio de violar os direitos humanos e obstaculizar o exercício do direito dos povos à livre determinação".
A iniciativa foi apresentada por Bolívia, Cuba, El Salvador, Nicarágua e Bielorrúsia, e foi adotada por 118 votos a favor, 52 na contra e cinco abstenções.
Dessa forma, conseguiu-se vencer a dura oposição de uma frente encabeçada por Estados Unidos, França e Reino Unido, membros permanentes do Conselho de Segurança, mais Alemanha, Bósnia Herzegovina e Portugal, que ocupam um assento temporário nesse órgão de 15 assentos.
Como discreto complemento dessa lista aparece a abstenção de Colômbia, país latino-americano que faz parte dessa instância da ONU até finais do próximo ano.
Os demais integrantes do Conselho de Segurança votaram a favor do documento: Rússia e China (membros permanentes), mais Brasil, Gabão, Líbano, Nigéria, Índia e África do Sul.
A carga opositora ao projeto incluiu um compacto grupo europeu, com 36 dos 52 votos contra provenientes de países dessa região, alguns membros e outros não membros da União Européia (UE).
A América Latina registrou 20 votos a favor, nenhum contra e três abstenções (Chile, Colômbia e México).
O documento que agora deve ser aprovado pela Assembleia Geral abarca o mais amplo panorama relacionado com o perigo que representam os mercenários e as empresas privadas militares de segurança para os países subdesenvolvidos e o princípio de autodeterminação dos povos.
O tema não é novo e tem sido objeto de resoluções do Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, a Organização da Unidade Africana e sua sucessora a União Africana.
Os votos de Washington e UE tratam de evitar uma condenação aos Estados que permitam o recrutamento, financiamento, treinamento, concentração, trânsito ou utilização de mercenários com o objetivo de derrocar governos, em particular de países em desenvolvimento.
Segundo os documentos da ONU, essas atividades atentam contra a Carta no que se refere aos princípios de igualdade soberana, independência política, integridade territorial, livre determinação, não utilização de ou a ameaça do uso da força e não ingerência nos assuntos internos dos Estados.
Além disso, constituem um perigo para a paz e a segurança dos países em desenvolvimento e causam a perda de vidas, graves danos à propriedade e efeitos negativos na política e economia das nações afetadas.
Nesse sentido, o projeto da Terceira Comissão explica que de qualquer maneira que forem utilizados ou a forma que adotem para aparentar legitimidade, os mercenários são uma ameaça para a paz, a segurança e a livre determinação e um obstáculo para o desfrute de todos os direitos humanos pelos povos.
Em tempos mais recentes, a ONU desatou novos alarmes sobre a participação de mercenários e de empregados de empresas militares e de segurança privadas em violações graves dos direitos humanos.
Entre essas faltas, a organização mundial inclui execuções sumárias, desaparecimentos forçados, violações, torturas e outros tratos cruéis, desumanos ou degradantes, detenções e detenções arbitrárias, incêndios intencionais e saques.
O enfoque atual sobre o assunto adverte que a sucessão de conflitos armados, o terrorismo, o tráfico de armas e as operações encobertas fomentam a demanda de mercenários no mercado mundial. Ao mesmo tempo, chama a atenção sobre o recrutamento, treinamento, contratação ou financiamento de mercenários por empresas privadas que ofertam serviços internacionais de assessoramento e de segurança militares.
Mais ainda, exige a proibição expressa de que essas firmas participem em conflitos armados ou ações para desestabilizar regimes constitucionais e a estabelecer mecanismos nacionais para regular o registro e a concessão de licenças a essas empresas.
Tudo com o fim de garantir que os serviços dessas empresas privadas não violem os direitos humanos nem obstaculizem seu exercício no país receptor e que seus membros e responsáveis não recebam nenhuma forma de impunidade.
As demandas apresentados na ONU defendem a elaboração de princípios concretos relativos à regulação das empresas privadas de serviços de assistência e assessoramento sobre segurança militar.
Nos últimos tempos, o grupo especial da ONU dedicado ao problema dos mercenários defende a discussão e adoção de uma convenção sobre a regulação, o acompanhamento e a supervisão dessas entidades.
Trata-se de demandas consistentes, denúncias e advertências em torno do amplo espectro do problema dos mercenários e as firmas privadas de segurança.
Mas tudo indica que essas inquietudes atentam contra os interesses das potências e governos que se opõem à mais mínima regulação conceitual, formal e legislativa do mercenarismo.
Chefe da Sucursal da Prensa Latina nas Nações Unidas.
arb/vc/cc
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