FUP- Vinte e quatro horas de greve em
defesa da soberania nacional e da pauta da categoria. Essa é a resposta que os
petroleiros darão aos gestores da Petrobrás e ao governo brasileiro no dia em
que a estatal completa 60 anos de existência. Em vez de comemorações, o dia 03
de outubro terá enfrentamento. Será a primeira grande mobilização da campanha
reivindicatória e que, certamente, servirá de termômetro para as gerências. A
greve foi aprovada em todas as bases da FUP que já concluíram as assembleias e
referendaram o calendário de lutas indicado pelo Conselho Deliberativo.
A Petrobrás deixou claro que essa
campanha será uma das mais difíceis dos últimos tempos. Além de desprezar
reivindicações fundamentais dos petroleiros referentes a saúde e segurança,
efetivos, terceirização, condições de trabalho e Petros, a empresa não
apresentou proposta econômica, alegando que irá responder à FUP na semana do
dia 07. Ou seja, um tremendo desrespeito com os trabalhadores, que mais parece
provocação, principalmente, diante do slogam da campanha de 60 anos da empresa:
"Gente é o que inspira a gente".
A resposta, portanto, não pode
ser outra, se não uma greve forte e contundente. Vamos deixar claro para a
Petrobrás que o que de fato inspira os petroleiros e os brasileiros é a luta
por melhores condições de vida, trabalho e um país soberano.
Barrar o leilão de Libra e o PL 4330
Além de interromperem as
atividades por 24 horas nas bases operacionais e administrativas, exigindo da
Petrobrás uma proposta decente, os petroleiros também não medirão esforços para
impedir o leilão de Libra e derrotar o Projeto de Lei 4330, que, sob o pretexto
de regulamentar a terceirização, coloca em risco praticamente todos os direitos
trabalhistas.
Nesta segunda-feira, 30, a FUP
inicia um acampamento em Brasília, junto com as centrais sindicais, o MST e o
MAB, para pressionar o governo e os parlamentares a suspenderem a licitação do
maior campo do pré-sal. A luta será fortalecida pela juventude petroleira que
realizará no acampamento o II Encontro Nacional da Juventude Fupista, que
começa na quarta, 02, e prossegue até sábado, 05. No dia 08, o Conselho Deliberativo da FUP
volta a se reunir para discutir o indicativo de uma nova greve no Sistema
Petrobrás a partir do dia 17 de outubro.
Os petroleiros terão, portanto,
uma semana de lutas decisivas não só para a categoria, como para todo o
conjunto da classe trabalhadora e os movimentos sociais para impedir que o
maior campo de petróleo descoberto pela Petrobrás seja apropriado pelas
multinacionais. Um dos principais instrumentos de aglutinação de forças e
mobilizações neste sentido são os comitês regionais em defesa da soberania e do
petróleo brasileiro. O Comitê de São Paulo é um dos mais ativos, com
participação da CUT, que, em nota nacional, orientou seus sindicatos e
federações a somarem-se ao calendário da FUP na luta para barrar o leilão de
Libra. Em Campinas, os petroleiros
lançaram na sexta-feira, 27, o “Comitê Regional contra o Leilão de Libra e em
Defesa do Pré-Sal”. No Rio de Janeiro, o Sindipetro-RJ e os movimentos sociais
iniciaram no último dia 24 um acampamento em frente à sede da Petrobrás, onde
permanecerão até que o leilão seja suspenso.
Fique de olho:
30/09– início do acampamento da FUP em Brasília contra o leilão de
Libra
Até 02/10– realização de seminários de qualificação de greve
02 a 05/10- II Encontro da Juventude Petroleira da FUP no acampamento
em Brasília
03/10– greve nacional de 24 horas dos petroleiros
07/10– ato político com a classe artística no Rio de Janeiro contra o
leilão de Libra
08/10– reunião do Conselho Deliberativo da FUP onde será discutido o
indicativo de nova greve no Sistema Petrobrás
17/10– Dia Nacional de Luta em Defesa da Soberania, com atos nas
capitais do país. Esta data também é referência para o indicativo de greve
21/10– Ato Público com todas as centrais e movimentos sociais contra a
realização do leilão de Libra
fonte; FUP
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