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sábado, 5 de outubro de 2013

Estudantes da USP ocupam reitoria contra autoritarismo


Nesta terça-feira, 01/10, os estudantes da USP, reunidos na Cidade Universitária (Capital), deram um passo importante para pressionar o reitor Rodas e o Conselho Universitário (CO) pela abertura do processo democrático na principal universidade do Brasil.

Inicialmente, foi organizado pelo DCE, pela Associação de Docentes (Adusp) e pelo Sindicato de Funcionários (Sintusp), um ato em conjunto das três categorias denominado Dia D pelas Diretas. O ato iniciou às 14h e contou com cerca de 500 pessoas que passaram a tarde em frente à reitoria pressionando enquanto do lado de dentro acontecia uma reunião do CO para definir qual o formato das eleições para reitor que ocorrerão ainda este ano.

Regimento relembra a Ditadura

A USP é grande referência para todas as universidades brasileiras e a forma de organização da universidade também. Várias instituições seguem o modelo da USP de eleições indiretas e lista tríplice. No caso da USP, somente uma pequena parcela pode votar nos candidatos a reitor e os três mais votados têm seus nomes encaminhados ao governador, que escolhe o que mais lhe agrade.

Foi assim no caso de Rodas (atual reitor). Mesmo sendo o segundo mais votado, foi eleito por ter a preferência do governador Geraldo Alckmin (PSDB), ou seja, por fazer o jogo do governo de São Paulo de construir uma USP elitista, racista, excludente e privatizada. Foram várias decisões ao longo dos anos de gestão, que mostraram o perfil do reitor.


Nos últimos meses, Rodas tentou aplicar um golpe na comunidade da USP, chamando um “debate” e aceitando propostas de modelos para eleição para reitor. Foram algumas propostas enviadas para uma página criada pela reitoria, mas a proposta conjunta enviada pela comunidade da USP só foi inserida na página nos últimos dias, depois de muita pressão.

Hoje, 01/10 foi realizada uma reunião do CO para definir o formato de democracia para as eleições. Os estudantes propuseram que o CO fosse realizado abertamente com acompanhamento de todos, mas a proposta foi rejeitada alegando que precisaria ser remarcada e publicada no Diário Oficial, o que atrasaria a eleição. Depois foi votada a realização de uma Estatuinte para reformar o estatuto da USP – que foi reformado pela última vez na época da Ditadura – e embora tenha havido vitória dos estudantes e trabalhadores por 58 a 47 votos, a Estatuinte não foi aprovada pois precisava de 2/3 dos cerca de 150 votos dos membros do CO.

Ocupação da Reitoria

Uma parte dos representantes discentes (estudantes eleitos nos cursos) abandonaram a reunião antes do término e relataram os problemas para os estudantes que aguardavam do lado de fora. A partir daí os estudantes ocuparam o saguão da reitoria e realizaram uma plenária.

À noite foi realizada uma assembléia com cerca de 800 estudantes que determinou pela continuidade da ocupação e greve imediata. Foram realizadas outras votações sobre os eixos e bandeiras da greve e da ocupação.

A partir de agora, as mobilizações que já haviam deflagrado greve na Faculdade de Direito por falta de matrículas em diversas matérias e na EACH (Escola de Artes e Ciências Humanas) na Zona Leste de São Paulo por causa da contaminação do terreno onde o campus foi construído, passa a ser geral.

Já nesta quarta-feira, os cursos farão assembleias para divulgar as informações para os estudantes e ampliar a mobilização.

A maior universidade de São Paulo sai do seu estado de inércia, que até então deixava os estudantes afastados e passa para uma grande mobilização que promete sacudir a estrutura de poder e conseguir uma grande vitória pela democracia e por mais direitos para toda a comunidade da USP.

Fonte: A verdade

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