LBI-O governo da Frente Popular
ampliou por meio de decreto presidencial o limite de participação de
estrangeiros (rentistas internacionais) no capital acionário do Banco do Brasil
de 20 por cento para até 30 por cento, informou a diretoria do banco em “fato relevante”
divulgado nesta última sexta-feira (25/10). O fato ocorre na sequência da
entrega do campo petrolífero de Libra para as transnacionais do setor, através
de um vergonhoso leilão de “cartas marcadas”.
Em setembro de 2009, a direção do BB havia
informado a elevação do limite de 12,5 por cento para 20 por cento, na mesma
ocasião em que foi autorizada pelo governo Lula a emissão de American
Depositary Receipts (ADRs) da instituição financeira. A continuar esta dinâmica
das privatizações promovidas pelos governos neoliberais do PT, o BB no final de
2018 terá em sua composição acionária pelo menos 45 por cento de capital
internacional.
Não por coincidência será a mesma
“modelagem” que administra o controle acionário da PETROBRAS. Sob este
“formato” as empresas estatais brasileiras, apesar do controle formal do
governo, seguem os interesses do mercado e dos acionistas privados que não tem
o menor compromisso com o desenvolvimento nacional. De empresas “públicas” as
estatais historicamente já não tinham nada, serviam à acumulação de capital
para a burguesia nacional, mas a partir da “era” FHC intensificada pelos
governos do PT agora servem diretamente aos negócios do capital financeiro
internacional.
A notícia do avanço da
internacionalização do BB teve ampla repercussão na imprensa “murdochiana”,
principalmente nos pasquins econômicos, sendo saudada como mais um passo do
governo Dilma em direção à “abertura” do país ao mercado internacional. Os
“ortodoxos” neoliberais afirmam que o Brasil possui uma economia estatizante e
fechada, ainda herança do regime militar, mas que nos últimos 20 anos vem
“abrindo fronteiras” para a iniciativa privada, o interessante é que nestes
quase vinte anos de “entreguismo” pelo menos dez são de responsabilidade do PT.
No caso especifico do BB a emissão dos recibos
de ações negociados no mercado norte-americano ocorreu inicialmente em dezembro
de 2009, quando o banco informou que a iniciativa permitiria a diversificação
da base acionária e o aumento da liquidez das ações. E ainda tem petista “cara
de pau” afirmando que o governo Lula era “nacionalista e antineoliberal”.
Mais uma vez as direções
sindicais “chapa branca” se fingiram de mortas quando a questão se trata de
denunciar a orientação neomonetarista do governo do PT. A CONTRAF e o sindicato
dos bancários de São Paulo (maior do país) não emitiram um único comunicado
criticando a “lenta e segura” privatização (internacional) do BB, que funciona
sob a ótica da superexploração de seus funcionários. A CONLUTAS seguiu o mesmo
caminho do silêncio da burocracia cutista, talvez para não comprometer futuras
alianças com o PT em eleições de aparatos sindicais.
A vanguarda classista deve se
preparar para enfrentar uma etapa de dura ofensiva neoliberal contra suas
conquistas históricas, desta vez guiada por um governo que se diz de
“esquerda”. Para os trabalhadores bancários a tarefa que se coloca é a luta em
defesa das empresas estatais, sob a dinâmica do controle operário e pondo fim à
participação do capital privado em suas composições acionárias. O combate pela
completa estatização da banca financeira mantém plenamente sua vigência em
paralelo à ação direta para expulsar os rentistas e parasitas internacionais do
controle das empresas estatais brasileiras.
Fonte: site LBI
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