A bancada do PSOL manterá a
obstrução na sessão marcada para a tarde desta quarta-feira (02), na discussão
do PL 6397/2013, conhecida como a “minirreforma eleitoral”.
De acordo com o líder do PSOL, deputado Ivan
Valente (SP), um assunto crucial que não é levado em consideração é o uso do
poder econômico, através do financiamento privado das campanhas eleitorais.
O
financiamento privado, explica, é usado para patrocinar o pagamento dos
marqueteiros, a contratação de milhares de cabos eleitorais, para custear as
propagandas e, posteriormente, utilizado como moeda de troca pelos que foram
eleitos. “A corrupção que advém do processo de ingerência do poder econômico é
que encarece o processo político”, afirmou. O deputado defendeu o financiamento
público exclusivo de campanha, como forma de controle de gastos e combate ao
caixa dois.
Ivan Valente criticou pontos do projeto que
reduzem a transparência no processo eleitoral, como o que dispensa da prestação
de contas a cessão de bens móveis no valor de até R$ 4 mil e as doações em
dinheiro entre candidatos, partidos ou comitês, incluindo materiais de
propaganda eleitoral, e a supressão do trecho que determina que deve constar no
anúncio de jornal, de forma visível, o valor pago pela inserção. “Isso aqui é
um grande engodo, desculpem-me. Isso aqui é um engodo”, argumentou o líder do
PSOL.
O deputado Chico Alencar também alertou sobre
a vulnerabilidade do projeto, que chamou de “contrarreforma”. “O projeto reduz
a transparência, já pequena, dos gastos de campanha. É um facilitário para os
parlamentares que querem reproduzir seus mandatos e as grandes máquinas
eleitorais já instituídas. O projeto institucionaliza de vez o exército
mercenário dos cabos eleitorais: por exemplo, em cidades com até 30 mil
eleitores, 300 por candidato. É um absurdo isso!”.
Fonte: Liderança do PSOL na
Câmara foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
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