Por Akemi Nitahara.
Terminou sem acordo a audiência
do juiz federal Wilson José Witzel com um grupo de índios que ocupava a Aldeia
Maracanã. Durante todo o dia de domingo (24), os índios foram ouvidos na sede
da Justiça Federal no Rio de Janeiro.
O representante da Funai na
reunião, Paulo Celso de Oliveira, ofereceu quatro dias em um hotel para os
índios, que querem voltar para o antigo prédio do Museu do Índio e não
aceitaram a oferta.
A audiência, que a imprensa não
pôde acompanhar, terminou por volta das 18h. Em seu despacho, o juiz disse que
”a importância fundamental da preservação do monumento indígena localizado na
Aldeia Maracanã, porém, infelizmente, não está sob minha jurisdição”.
Os índios informaram que iriam
dormir em local que não pode ser revelado. O grupo e cerca de 80 manifestantes
ocuparam ontem (23) o Museu do Índio em Botafogo, onde aproximadamente 40
pessoas passaram a noite.
O museu foi desocupado pela
polícia na madrugada e os índios e manifestantes foram levados para a sede da
Justiça Federal no Rio de Janeiro, onde estavam até agora. A imprensa foi
impedida de entrar e os manifestantes que apoiam o movimento foram colocados
para fora do prédio.
No começo da tarde, o juiz foi ao
local que abrigou a Aldeia Maracanã com uma comissão de cinco índios, para
vistoriar o prédio da Conab, que fica ao lado do prédio histórico antes ocupado
pelos índios. Mas foi verificado que o local não oferece condições de abrigo.
No prédio da Conab funcionava o
Laboratório Nacional Agropecuário do Rio de Janeiro (Lanagro Rio). O complexo
de laboratórios foi levado para a zona portuária, onde está sendo reinstalado,
para dar lugar às obras para a Copa do Mundo de Futebol de 2014.
O grupo de 13 índios que saiu
pacificamente da Aldeia Maracanã na sexta-feira (22) foi levado pela manhã para
Jacarepaguá. Eles foram alojados em abrigos provisórios montados em
contêineres. Será construído no local um centro de referência e uma aldeia modelo,
para abrigar as diversas etnias.
Edição: Davi Oliveira
Fonte: Agência Brasil e Desacato.info
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