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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Cuba: Uma nova vitória contra o bloqueio estadunidense


(Havana) O bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto por Estados Unidos a Cuba desde a década do 60 voltou a sofrer neste ano outro golpe por parte da comunidade internacional, a qual exige o fim dessa política que provoca perdas milionárias ao país caribenho.

Pela vigésima ocasião consecutiva, as nações membros da Assembleia Geral de Nações Unidas votaram a favor de Cuba com 186 votos, enquanto foram computadas duas oposições e três abstenções, fato que exemplifica a imensa rejeição mundial a essa postura da Casa Branca.

O ministro cubano de Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, ao intervir no plenário da Assembleia em 25 de outubro, explicou que o apoio à maior das Antilhas é uma nítida prova do isolamento de Washington e da resistência de uma nação negada a perder sua soberania.

O chanceler recordou que o bloqueio constitui um ato de genocídio que busca provocar o desengano e o desalento mediante a insatisfação econômica e a penúria, debilitar a vida econômica de Cuba e provocar fome, desespero e o derrocamento do Governo.



Previamente à votação, diferentes países e grupos regionais expressaram sua adesão ao projeto de resolução 65/6, intitulado Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba.

O Movimento dos Países Não Alinhados (NOAL) rejeitou as violações ao multilateralismo que representa o bloqueio, uma política que, ademais, contradiz os princípios e normas da Carta da ONU.

Mecanismos regionais como o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e o Grupo dos 77 qualificaram de "obsoleto" e "contrário ao direito internacional" o cerco contra a ilha, considerado um castigo coletivo que limita o bem-estar e retarda o desenvolvimento da população cubana.

As votações contra o bloqueio começaram em 24 de novembro de 1992, quando a 47 sessão ordinária desse órgão aprovou por 59 votos a favor, três contra e 71 abstenções a primeira resolução.

Entre os exemplos dos danos provocados pelo bloqueio estão os ocasionados ao setor agroalimentar.

Se não existissem as restrições que gera essa política, se possam constituir empresas conjuntas entre ambos países para o desenvolvimento da produção de feijão, soja, carne de vaca e porco, entre outros alimentos.

Também, se promoveriam importantes atividades de logística de armazenamento, benefício, tratamento de pós colheita e distribuição, o que garantiria a substituição de algumas das importações.

A empresa importadora Quimimport, encarregada dos fornecimentos de fertilizantes, herbicidas e praguicidas para a agricultura, poderia adquirir muitos destes produtos no mercado norte-americano, destacam nesse sentido as autoridades da ilha.

Segundo o relatório apresentado por Cuba à comunidade internacional, a importação direta dos Estados Unidos de Fosfato Diamônico foi obstaculizada devido as exigências derivadas do cumprimento das disposições do bloqueio por parte do provedor.

Finalmente, a empresa teve que trazer de outros mercados com um desembolso adicional de 197 mil 600 dólares.

Em outro caso exposto, a indústria ligeira de Cuba perdeu em 2010 nove milhões 760 mil 200 dólares em consequência das sanções que datam de meio século.

Por sua vez, com 1 milhão 494 mil 900 dólares de afetamento da União Têxtil poderiam ser produzidos 88 mil 200 módulos de enxoval para os recém nascidos, aproximadamente 52 por cento do plano de 2011.

Se fosse contabilizada a União Poligráfica com 1 milhão 649 mil 700 dólares em perdas causadas pelo bloqueio, poderia fabricar nove milhões 200 mil cadernos escolares de qualidade, ao redor de 21 por cento das necessidades do país para o curso escolar do presente ano acadêmico.

Com as perdas por valor de um milhão 368 mil 600 dólares que sofre a União Suchel, produtora de sabões, poderiam se elaborar 872.8 toneladas, o que equivaleria a seis milhões 900 mil sabões, aponta o texto.

Também na esfera da saúde são múltiplos os impactos da medida ditada em fevereiro de 1962 pelo então presidente estadunidense, John F. Kennedy.

O hospital Frank País, especializado em ortopedia e traumatologia, viu-se obrigado a recorrer a outros mercados e afetar parte de seus serviços como resultado da negativa da empresa norte-americana Amron, com sede na Califórnia, a proporcionar os componentes requeridos para manutenção a cada três anos da Câmera Hiperbárica.

De igual modo, a empresa norte-americana Kapack nega ao mesmo hospital, o único que tem um banco de tecido ósseo no país, o fornecimento de pastas de polietileno de alta densidade para reembolsar o tecido processado.

À Cuba continua-se-lhe também negando a compra de citostáticos inovadores de produção norte-americana, como a adriamicina liposomal e a nitrosoureas, específicas para tratar tumores encefálicos.

Igualmente acontece com os antibióticos de última geração para crianças menores de um ano, especificamente para uso por via oral. Alguns substitutos são adquiridos, mas de maneira parcial ou fora de tempo, o que limita a realização de tratamentos completos no prazo e momento requeridos.

O Instituto de Oncologia vê-se privado de contar com um citômetro de fluxo, para o estudo das células cancerosas, pois a empresa norte-americana Becton Dickinson, ao conhecer que seu destino era Cuba, lhe negou sua venda à empresa intermediária na compra.

Apesar dos intensos e crescentes reclames da comunidade internacional ao governo norte-americano para uma mudança para Cuba, o presidente Barack Obama mantém intacta essa política, recorda o texto.

O dano econômico direto ocasionado ao povo de Cuba até dezembro de 2010, a preços correntes, calculados de forma muito conservadora, ascende a uma cifra que supera os 104 bilhões de dólares.

Se for levada em consideração a depreciação do dólar frente ao ouro no mercado financeiro internacional, que foi sumamente elevada durante o 2010, a afetação à economia cubana seria superior aos 975 bilhões de dólares.

*Jornalista da Redação Nacional da Prensa Latina.
Modificado el ( martes, 06 de diciembre de 2011 )

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