As manifestações pró-Bashar al-Assad, organizadas pelo regime, colocaram nas ruas vários milhares de pessoas ©AP
O discurso do presidente sírio foi seguido por manifestações que encheram várias cidades do país, com milhares de manifestantes pró-regime e contrastarem com as multidões que têm lotado as ruas na Síria em protesto contra o regime de Bashar al-Assad. Estalaram confrontos entre os manifestantes que causaram, pelo menos, sete mortes.
Milhares de pessoas cobriram as praças do país com bandeiras e cartazes pró-regime, em mais uma medida de Bashar al-Assad para amenizar os protestos que têm eclodido no país nos últimos 2 meses.
Ao anúncio da concessão de uma amnistia geral aos opositores do regime, o presidente Bashar al-Assad coordenou, esta terça-feira, uma enchente das ruas nas principais cidades do país. Dezenas de milhar lotaram as praças de Damasco, Aleppo, Latakia, Hasaka e Dera, avançou a Associated Press.
Estas manifestações com conotação favorável ao governo foram organizadas pelo próprio regime sírio. «O povo quer Bashar al-Assad», era um dos cânticos ecoado pelas vozes dos manifestantes, escreve o Daily Telegraph, uma frase que contrasta com os protestos que têm feito da Síria o principal foco da Primavera Árabe que estalou, em Janeiro, com as revoltas no Egipto e Tunísia.
O discurso de al-Assad na segunda-feira, onde também apelou ao diálogo com as forças de oposição, não caiu bem entre as hostes dos grupos de protesto sírios que, nas manifestações ocorridas ontem, gritaram em uníssono: «Não dialogamos com assassinos».
Como tal, esta terça-feira os protestos anti-regime juntaram-se às manifestações a favor do presidente Bashar al-Assad, aumentando as dezenas de milhar de sírios que 'invadiram' as ruas e praças das cidades mais populosas do país.
E os confrontos não tardaram a surgir. «A decisão [de conferir amnistia] não fará nada para aliviar a pressão nas ruas», disse um activista sírio de Damasco, Khalil Maatouk, ao New York Times na sequência do discurso de al-Assad, e a pressão concretizou-se em confrontos violentos opositores e apoiantes do regime.
Pelo menos sete pessoas terão morrido nos confrontos, incluindo um rapaz de 13 anos, conta a Associated Press, devido à intervenção das forças de segurança do regime, que disparam sobre a multidão dividida entre o apoio ou protesto a Bashar al-Assad.
As manifestações desta terça-feira poderão ainda aumentar as cerca de 1400 pessoas que já morreram desde o início dos protestos, além das mais de 10 mil que já foram detidas pelas autoridades do regime sírio.
Do sítio Lusa. DIOGO POMBO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário