Paulo Metri
O Serviço de Inteligência
brasileiro mostrou que é tão bom quanto a NSA, CIA e Agência canadense, pois
conseguiu interceptar o que estava sendo interceptado por elas. Tratava-se de
um correio eletrônico, cujo conteúdo, já traduzido para o português, é mostrado
a seguir.
“Senhores
Em continuação aos acordos
preliminares que chegamos, durante minha viagem à China, após conversar com as
autoridades do meu país, estou pronta para fazer a seguinte proposta oficial de
acordo:
1. A empresa dos Senhores,
representando os seus bancos coligados, financiará a participação adicional de
20% da nossa empresa, que, assim, passa a ter 50% do capital do nosso
consórcio. A empresa dos Senhores ficará com os outros 50% do consórcio.
2. Este financiamento será pago
com o fornecimento do nosso produto, da parcela que nos cabe, durante o tempo
necessário até o abatimento completo, à empresa dos Senhores.
3. As remessas mensais mínimas
serão calculadas multiplicando-se o número de dias do mês por 300.000 unidades
por dia.
4. Sobre o saldo devedor,
incidirão juros à mesma taxa da valorização das Letras do Tesouro Americano.
5. Os abatimentos mensais do
saldo devedor da nossa empresa terão o valor fixado em dólar com o preço do produto
no mercado internacional no mês em questão.
6. O governo brasileiro
estabelece, como taxação mínima a receber, a parcela de 40% sobre o lucro
líquido do consórcio.
7. Os Senhores terão preferência
para a compra de quantidades adicionais da nossa produção pelo preço do mercado
internacional da época.
Se os Senhores estiverem de
acordo com esta lista de compromissos, podemos fechar este acordo e formar o
consórcio. Ainda teremos que submeter nossa proposta ao órgão regulador do
Governo responsável por este setor, que só se prende, para aprovação, ao valor
da taxa sobre o lucro líquido do consórcio. Portanto, seria recomendável
colocarmos um percentual em torno de 65% para garantir a aprovação. Assim,
seremos imbatíveis.
Aguardando a resposta,
despeço-me.
Saudações”.
Não sei o quanto foi importante,
para os citados órgãos anglo-saxões de espionagem, interceptarem esta mensagem
da presidente de uma empresa brasileira de chocolates, fabricante do
tradicional bombom “Ouro negro”, que está em negociação com uma empresa chinesa
do mesmo ramo. Esta última tem que abastecer um contingente enorme de ávidos
consumidores chineses e a demanda só tende a crescer. Para desesperar os
dirigentes chineses, a China não tem o território ideal para a plantação e
produção de cacau.
Assim, não é por outro motivo que
o grupo chinês se dispõe até a financiar a parte dos recursos que falta para a
empresa brasileira concretizar seu projeto de construção de uma nova unidade no
Brasil, para a expansão da sua produção, desde que muitos chocolates vão para a
China.
Não vejo grande problema pelo
fato de os espiões terem conhecido este acordo empresarial, mas fico preocupado
porque isto pode acontecer com outras empresas. Imaginem o dano, se uma
mensagem deste tipo, por exemplo, da Petrobras, tivesse sido interceptada!
Paulo Metri, engenheiro, é
conselheiro do Clube de Engenharia.
fonte: Correio da cidadania
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário