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domingo, 31 de março de 2013

Governo anuncia prorrogação de desconto do IPI.


“O capitalismo   é um  sistema   perverso  e está  desmoralizado”.   Niemayer, ao se referir ao futuro dos trabalhadores  e a possibilidade anunciada pelo seu interlocutor de encontrar no modelo capitalista   resposta para  tal,  saiu-se  com essa.

Sem meias palavras    de forma taxativa,  quase sempre nunca diferente disso, apontou com grande lucidez e,  em seguida disparou outras verdades   sobre  esse  modelo  cruel e nefasto.

 Não é de hoje  que  esse Modo de Produção sobrevive graças a transferência imoral  de  recursos do Estado.   A questão  é  que   eles, os capitalistas, manipulam os números com maestria impedindo dessa maneira que muitos percebam seus crimes.

No Brasil, já a algum tempo, procedimentos   dessa envergadura são  implantados com  frequência   exemplar.   A redução da alíquota de IPI para o mercado de automóveis  tem contribuído para   suprir os  “ prejuízos”  das montadoras   em seus países de origem.  Tal  expediente  encerra, ainda que  sorrateiramente, uma subtração deliberada de recursos  que é   arremetida  para  esses conglomerados internacionais  que historicamente saqueiam  povos em diversas regiões do planeta.    Eles são apenas liberais.   Nada mais além disso!

 Para termos uma maior clareza desse fenômeno condenável, voltemos ao tempo.  Não iremos longe. Vamos a  2008,  quando o então presidente dos Estados Unidos,  o famigerado George W. Bush,   após  alguns recuos e certa “hesitação estratégica” , concedeu financiamento de emergência para salvar a  Chrysler e a General Motors  da falência.  Certamente com  um   remanejamento ou alteração de   rubrica, tudo foi feito.

Interessante é ressaltar   que por lá isso é perfeitamente  normal  exequível e pacífico.  Não poderia ser diferente  pois a Economia daquele país  foi estruturada no "laissez faire".    Com um “aporte”  de US$ 85 bilhões, as empresas foram salvas da provável  falência.

Nesse contexto de  “salutar competitividade”,  os capitalistas dão exemplos  inextirpáveis  de respeito as  contradições, as diferenças   e aos  direitos,  considerados inalienáveis, tão elegantemente apontados por Thomas Jefferson quando do advento da Independência.

Não demorou  muito tempo  a concorrente italiana FIAT   adquiria  o grupo Chrysler protelando os problemas   e camuflando  a ferrugem do  sistema que  caminha firme  na direção  de um futuro duvidoso.   Irreversível?!    Desastroso. Talvez seja esse o termo mais apropriado.


Mesmo  com a ajuda  financeira  as empresas   apresentaram  queda  em suas vendas   e aumentaram suas demissões.   O mecanismo é o mesmo.  As  vítimas como lá e cá  tem o mesmo nome e endereços.

Recentemente,  o governo federal e o do estado de São Paulo liberaram 8 bilhões de reais para manter aquecido o mercado de automóveis. O expediente em questão se aproxima  muito,  observadas as devidas proporções, daquele   mesmo  aplicado por Bush.

No Brasil, a  GM  e a Ford  são empresas assaz lucrativas, que enviam gigantescos  lucros à matriz. Os 8 bilhões de reais saídos dos cofres públicos têm como finalidade irrigar o sistema de financiamento para a compra de veículos.  Mesmo que isso mantenha aquecido o setor  contribuindo para  afastar o temor da variantes de inflação, não nos parece ser essa a atitude mais  sensata  e certa.     Certamente há alternativas   bem mais justas.

Agora com  a nova prorrogação do valor reduzido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), algo tido como certo e anunciado pelo ministro  da Fazenda, estamos diante , mais uma vez ,  de uma repasse gigantesco de dinheiro público para os  capitalistas. O fenômeno  se repete amiúde.

Na tentativa de  atenuar e  justificar  o feito, o governo fez o anúncio de que as alíquotas poderão ser gradualmente recompostas nos meses seguintes.

Não há como se ter outra interpretação.  Mesmo que tal medida venha a contribuir para a aquisição de um carro novo  para quem nunca possuiu um, ela enseja, em seu bojo, alguma coisa  que não cheira bem.  Sem dúvida  algo  que só fará bem para os  imperialistas e outros exploradores de plantão.

 Mesmo tendo o  caráter  provisório a  medida é questionável por uma ótica de esquerda.   Uma mamata, que se arrasta há  meses oferecendo aos capitalistas facilidades que jamais foram ofertadas  a classe dos  trabalhadores .   Não precisa muito, os trabalhadores  querem apenas  o que é justo.. Nada de prebendas ou similares.


Transferem-se bilhões para os cofres privados   como  estratégia  para  conter a inflação.     Algo sem dúvida muito triste  e que  provoca grandes  preocupações  e muita frustração.

Há o outro lado disso tudo que muitos sequer mencionam.  Os prejuízos para os cofres em IPI que não foi arrecadado no período,  ultrapassaram a cifra de R$ 2,60 bilhões.  Convenhamos, não é pouco  dinheiro.

Como disse acima, o governo está atendendo, observadas as devidas proporções do expediente, aos interesses dos capitalistas estrangeiros e dos  detentores dos Meios de Produção  que vivem no exterior. 

A alternativa de  pressioná-los para que diminuam os lucros ( ganho gratuito  na perspectiva marxista) não é sequer  tocada.

Decididamente  há coisas estranhas   acontecendo.  Ou não??!   O  governo faz tudo o que os exploradores  e parasitas   mais desejam: manutenção de  seus elevadíssimos rendimentos  as custas do dinheiro público.      Da  res pública.


Professor Jeovane .


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