“O capitalismo é um
sistema perverso e está
desmoralizado”. Niemayer, ao se
referir ao futuro dos trabalhadores e a
possibilidade anunciada pelo seu interlocutor de encontrar no modelo
capitalista resposta para tal,
saiu-se com essa.
Sem meias palavras de forma taxativa, quase sempre nunca diferente disso, apontou
com grande lucidez e, em seguida
disparou outras verdades sobre esse modelo
cruel e nefasto.
Não é de hoje que
esse Modo de Produção sobrevive graças a transferência imoral de
recursos do Estado. A
questão é que
eles, os capitalistas, manipulam os números com maestria impedindo dessa
maneira que muitos percebam seus crimes.
No Brasil, já a algum tempo,
procedimentos dessa envergadura
são implantados com frequência
exemplar. A redução da alíquota
de IPI para o mercado de automóveis tem
contribuído para suprir os “ prejuízos”
das montadoras em seus países de
origem. Tal expediente encerra, ainda que sorrateiramente, uma subtração deliberada de
recursos que é arremetida
para esses conglomerados
internacionais que historicamente
saqueiam povos em diversas regiões do planeta. Eles são apenas liberais. Nada mais além disso!
Para termos uma maior clareza desse fenômeno
condenável, voltemos ao tempo. Não
iremos longe. Vamos a 2008, quando o então presidente dos Estados Unidos, o famigerado George W. Bush, após
alguns recuos e certa “hesitação estratégica” , concedeu financiamento
de emergência para salvar a Chrysler e a
General Motors da falência. Certamente com um
remanejamento ou alteração de
rubrica, tudo foi feito.
Interessante é ressaltar que
por lá isso é perfeitamente normal exequível e pacífico. Não poderia ser diferente pois a Economia daquele país foi estruturada no "laissez faire". Com um “aporte” de US$ 85 bilhões, as empresas foram salvas da
provável falência.
Nesse contexto de “salutar competitividade”, os capitalistas dão exemplos inextirpáveis
de respeito as contradições, as
diferenças e aos direitos, considerados inalienáveis, tão elegantemente apontados
por Thomas Jefferson quando do advento da Independência.
Não demorou muito tempo a concorrente italiana FIAT adquiria
o grupo Chrysler protelando os problemas e camuflando
a ferrugem do sistema que caminha firme
na direção de um futuro duvidoso.
Irreversível?! Desastroso. Talvez seja esse o termo mais
apropriado.
Mesmo
com a ajuda financeira as empresas
apresentaram queda em suas vendas e aumentaram suas demissões. O mecanismo é o mesmo. As vítimas como lá e cá tem o mesmo nome e endereços.
Recentemente, o governo federal e o do estado de São Paulo
liberaram 8 bilhões de reais para manter aquecido o mercado de automóveis. O
expediente em questão se aproxima muito, observadas as devidas proporções,
daquele mesmo aplicado por Bush.
No Brasil, a GM e a
Ford são empresas assaz lucrativas, que
enviam gigantescos lucros à matriz. Os 8
bilhões de reais saídos dos cofres públicos têm como finalidade irrigar o
sistema de financiamento para a compra de veículos. Mesmo que isso mantenha aquecido o setor contribuindo para afastar o temor da variantes de inflação, não
nos parece ser essa a atitude mais
sensata e certa. Certamente há alternativas bem mais justas.
Agora com a nova prorrogação do valor reduzido do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), algo tido como certo e anunciado
pelo ministro da Fazenda, estamos diante
, mais uma vez , de uma repasse
gigantesco de dinheiro público para os
capitalistas. O fenômeno se
repete amiúde.
Na tentativa de atenuar e justificar
o feito, o governo fez o anúncio de que as alíquotas poderão ser
gradualmente recompostas nos meses seguintes.
Não há como se ter outra
interpretação. Mesmo que tal medida
venha a contribuir para a aquisição de um carro novo para quem nunca possuiu um, ela enseja, em
seu bojo, alguma coisa que não cheira
bem. Sem dúvida algo
que só fará bem para os
imperialistas e outros exploradores de plantão.
Mesmo tendo o
caráter provisório a medida é questionável por uma ótica de
esquerda. Uma mamata, que se arrasta há meses oferecendo aos capitalistas facilidades
que jamais foram ofertadas a classe dos trabalhadores . Não precisa muito, os trabalhadores querem apenas o que é justo.. Nada de prebendas ou similares.
Transferem-se bilhões para os
cofres privados como estratégia
para conter a inflação. Algo
sem dúvida muito triste e que provoca grandes preocupações
e muita frustração.
Há o outro lado disso tudo que
muitos sequer mencionam. Os prejuízos
para os cofres em IPI que não foi arrecadado no período, ultrapassaram a cifra de R$ 2,60
bilhões. Convenhamos, não é pouco dinheiro.
Como disse acima, o governo está
atendendo, observadas as devidas proporções do expediente, aos interesses dos
capitalistas estrangeiros e dos
detentores dos Meios de Produção
que vivem no exterior.
A
alternativa de pressioná-los para que
diminuam os lucros ( ganho gratuito na
perspectiva marxista) não é sequer
tocada.
Decididamente há coisas estranhas acontecendo.
Ou não??! O governo faz tudo o que os exploradores e parasitas mais desejam: manutenção de seus elevadíssimos rendimentos as custas do dinheiro público. Da res pública.
Professor Jeovane .






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