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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Qual é o verdadeiro objetivo das bases militares dos EUA na Argentina?

Há algumas semanas, soube-se que o governo argentino habilitaria a instalação de bases militares norte-americanos para apoiar "tarefas científicas".


 RT- Se bem que a informação foi apresentada pelo governo argentino como por diferentes meios de comunicação como um desenvolvimento com fins pacíficos, diversos analistas pensam diferente.

Em concreto, trata-se de dois projetos: um na província de Terra do Fogo, a mais austral da Argentina; e outro na chamada "tríplice fronteira" entre este país, o Paraguai e o Brasil.

"As desculpas que permitiram a Washington implementar mais de uma centena de bases militares na américa Latina, que se estendem desde a Guatemala e o Caribe até a Patagônia, são sempre altruístas", explicou o jornalista Walter Goobar. E detalhou que entre os argumentos destacam-se a suposta "ajuda humanitária, apoio em catástrofes, de combate ao tráfico de drogas ou apoio ao desenvolvimento e à pesquisa científica".

“Estas bases secretas sempre as instalados em áreas onde há recursos naturais altamente estratégicos: água, terra fértil para a produção de alimentos, minerais, óleos minerais, biodiversidade”  


Elsa Bruzzone, especialista em assuntos de geopolítica, estratégia e defesa nacional e membro do Centro de Militantes para a Democracia Argentina (CEMIDA), opinou no mesmo sentido. "Essas bases secretas sempre as instalados em áreas onde há recursos naturais altamente estratégicos: água, terra fértil para a produção de alimentos, minerais, óleos minerais, biodiversidade", disse.

"O que eles querem é fechar o cerco sobre todos os recursos naturais que temos em nossa América", acrescentou o especialista detalhou que as bases militares, "interiores e secretas, que foi instalado na américa Central e no Caribe, somadas às que têm na Colômbia, Peru, Chile, Paraguai, próximo à base militar da OTAN em Malvinas fecham o cerco sobre todos os nossos recursos naturais e reafirmam a sua presença na Antártica".


Cabe destacar que além do Canal de Panamá, há apenas um passo entre o oceano Atlântico e o Pacífico, que é o chamado " Estreito de Magalhães localizado, justamente, na Terra do Fogo. Além disso, é o território continental mais próximo da Antártida, que ainda hoje está em disputa.

Recursos estratégicos e domínio do Atlântico Sul

Não há que esquecer que "a Antártica é a maior reserva de água doce congelada no mundo. Justamente nesse setor é onde nós disputamos soberania Argentina, Chile, argentina e Grã-Bretanha", disse Bruzzone. Ao mesmo tempo disse que na Península Antártica, encontram-se "os maiores jazidas de hidrocarbonetos da região e há minerais altamente estratégicos que são indispensáveis para a indústria militar e aeroespacial".

Por outro lado, a base que se pretende instalar na fronteira entre Paraguai, Argentina e Brasil persegue, para estes analistas, um objetivo muito claro. Onde se encontra parte do Aqüífero Guarani, o maior manancial subterrâneo de água doce do mundo, com um total de 1.200.000 km2", detalhou Goobar.

O jornalista analisou que "há um projeto geopolítico e estratégico de Washington," a instalação dessas bases. Seu objetivo é recuperar e aumentar a presença militar na América do Sul".

“Com 7% da população mundial tem quase 50% da água doce do mundo, e eles têm um problema grave de desertificação”

Em relação à Tríplice Fronteira, o sociólogo Atilio Borón observou que "os Estados Unidos têm um interesse muito grande de garantir uma presença decisiva, para a região porque é que ali se encontram as maiores reservas de lítio do planeta. A zona do norte da argentina e sul da bolívia é como a Arábia Saudita do século XXI".

Além disso, expressou que "o petróleo vai desaparecer e a humanidade vai seguir o seu curso. Mas se não há nenhuma água se acaba a espécie humana. E aqui é quase a metade da água doce do planeta Terra". O analista ressaltou que as estimativas "vão de 42% a 45% dependendo da forma como se medem os aqüíferos subterrâneos. Com 7% da população mundial tem quase 50% da água doce do mundo, e eles têm um problema grave de desertificação".

Pedido de explicações ao governo argentino

Daniel Di Stafano, deputado nacional pela província de Misiones, apresentou um projeto de resolução para que o governo de Mauricio Macri relatório ao Congresso todos os detalhes sobre a instalação de duas bases militares.

De acordo com o legislador a intenção é conhecer as verdadeiras intenções e as garantias bilaterais acordadas entre ambos os países, em relação à preservação do ambiente, da segurança nacional na região e os objectivos concretos da cooperação".

Missões é a província da Argentina, localizada na Tríplice Fronteira. Nesse sentido, Di Stafano manifestou: "Os missionários, queremos saber quais são as condições em que se levará adiante a instalação de uma base militar em nosso território. Além disso, estamos preocupados com a perda de soberania e os recursos naturais".

Santiago Maior


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