"Vê-se aí um padrão bem
claro. Para obter apoio das populações para suas guerras ilegais para mudança
ilegal de regime, o establishment ocidental promove ativa e empenhadamente
incontáveis “falsas notícias”, como se fossem notícias não falsas. Para
assegurar a “credibilidade” das notícias realmente falsas, elas são publicadas
em veículos indiscutivelmente “sérios” e passam a ser regularmente repetidas
por quantos comentaristas intervencionistas golpistas o dinheiro consiga
comprar, como a causa “indiscutível” da importância e da urgência de se agir
contra o tal Estado alvo. Fontes “anônimas” são sempre citadas nessas
histórias, a maioria das quais, como a Operação Apelo de Massa do MI6, são
muito frequentemente plantadas pelos serviços de segurança.” Neil
Clark
Nota do blog: Observe
que essa fala caberia muito bem, coincidentemente ou não, a imprensa
brasileira. Na verdade a
diferença é nenhuma.
Hipocrisias impensáveis associadas a ausência
impressionante de caráter, tudo isso somado
a algo até difícil de caracterizar devido
a sua vileza, vai dar nisso. São os meios de comunicação do Brasil
atualmente. A única exceção é a
imprensa progressista. É. é isso. Muito, muito triste!
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Houve um tempo em que a distinção
entre fatos e opiniões era uma prática bem estabelecida no jornalismo, assim
como a distinção entre a mentira e a verdade. Hoje isso não é mais assim e os
próprios jornalistas que trabalham nas mídias corporativas são, em grande
medida, responsáveis por esta degradação. Consciente ou inconscientemente, a
maior parte destes profissionais perdeu qualquer capacidade de análise ou de
juízo crítico. Aceitam como verdadeiras as mentiras mais inverossímeis.
Basta ver, por exemplo, o
semanário Expresso* de 08/Abril/2017. Nunca, em momento algum, os vários
jornalistas que ali escreveram sobre a agressão à Síria puseram em causa a
versão dos EUA de que o governo Assad teria utilizado armas químicas contra o
seu próprio povo. Os leitores desse semanário nem sequer tiveram o direito do
contraditório, princípio básico do jornalismo. A mentira passa assim por verdade pura e
cristalina.
Nenhum destes escrevinhadores que
se intitulam jornalistas aprendeu com a História. O cinismo ou a ignorância
imperam entre eles. As mentiras sucessivas do governo dos EUA para lançar
guerras são pura e simplesmente ignoradas. A mentira do incidente do Golfo de
Tonquim, tramada pelos EUA para lançar a guerra do Vietnam, não existe para
esta gente do Expresso, dos comentaristas da TV ou das folhas de papel
corporativas.
A mentira de Collin Powell na ONU e das suas
"provas" de armas de destruição em massa no Iraque tão pouco. Assim
como a mentira da explosão do navio que serviu para os EUA intervirem
militarmente em Cuba, no princípio do século XX. Exemplos destes poderiam
suceder-se numa longa série.
Verifica-se assim que Goebbels
tem émulos à altura nos media portugueses. Como diz John Pilger, tais
jornalistas têm uma pesadíssima responsabilidade pelas mortes de milhões de
pessoas pois preparam o clima para as guerras de agressão do imperialismo. Eles
têm as mãos manchadas de sangue. Crimes monstruosos praticados na Jugoslávia,
Iraque, Afeganistão, Líbia, Somália, Iémen, Síria e tantos outros lugares são
também da responsabilidade dos que escrevem nas
mídias corporativas.
Vídeo: fonte RT
Fonte: resistir
info
*Ao lado de The Guardian, da
Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung e do semanário russo Akzia, o Expresso
recebeu em 2008 o prémio World's Best-Designed Newspaper, atribuído pela
Society for News Design (SND).
A SND é uma organização sem fins
lucrativos que conta com mais de 2.500 afiliados, entre profissionais de design
e jornalistas. Anualmente, organiza os prémios de design jornalístico mais
importantes do mundo. Na 29.ª edição do concurso internacional, o Expresso
competiu com mais de 340 meios impressos de todos os continentes e foi
galardoado com um prémio inédito para Portugal.
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