A
política reacionária de João Grandino Rodas na USP é sentida em todos os
âmbitos. Agora, os moradores do Conjunto Residencial da USP foram informados
que não podem mais andar sem camisa nos corredores
A
SAS (Superintendência de Assistência Social) informou aos moradores do Conjunto
Residencial da USP (CRUSP) por meio dos guardas que está proibido passar nos
corredores do CRUSP sem camisa. O CRUSP é composto por apartamentos e tem
cozinhas coletivas. Os corredores ainda são parte da moradia dos estudantes e
até isso Rodas quer decidir como os moradores devem se vestir.
Essa
é a “modernização” de Rodas para a USP? A “nova USP” é cheia de proibições,
ameaças, processos, demissões.
Não
há dúvidas de que as medidas de Rodas são no sentido de colocar em prática o
decreto do período da ditadura militar brasileira, de 1972.
Até
hoje está em vigor o Decreto nº 52.906, de 27 de março de 1972, do auge da
ditadura: “Regimento geral da Universidade de São Paulo - Artigo 247 - O Regime
Disciplinar visa assegurar, manter e preservar a boa ordem, o respeito, os bons
costumes e preceitos morais, de forma a garantir a harmônica convivência entre
docentes e discentes e a disciplina indispensável às atividades universitárias.
Artigo
250 - Constituem infração disciplinar do aluno, passíveis de sanção segundo a
gravidade da falta cometida:
IV
- praticar ato atentatório à moral ou aos bons costumes;”
São artigos muito subjetivos e podem ser
usados como o atual reitor que domina a universidade quiser. Sem nenhuma
justificativa, a nova medida foi implementada na moradia. O CRUSP se torna cada
vez mais parecido com um “campo concentração” com constante vigilância dos
moradores, intimidação, despejos arbitrários e perseguição aos militantes do
movimento estudantil.
A
medida serve também para criar o clima de dominação da reitoria sobre a vida
dos moradores. E agora podem a chamar a polícia para intervir em qualquer
incidente no CRUSP.
Rodas
se preparou para isso e colocou como
Superintendente de Segurança o ex-coronel da Polícia Militar Luiz de
Castro Junior.
A
ligação entre a guarda universitária e a PM nunca foi tão grande.
Castro
declarou que irá instalar plataformas elevadas de vigilância, cancelas,
holofotes, tornará extremamente rígido o acesso à Cidade Universitária e
reformular a guarda universitária.
O
reitor, um preposto de José Serra (PSDB), foi colocado na USP para
privatizá-la: já alterou o regimento da pós-graduação, retirando a regra que
determinava sua gratuidade, está instalando catracas na Faculdade de Economia e
Administração e defende a cobrança de mensalidades.
Como
se não bastasse as perseguições a estudantes e funcionários, serão instaladas
plataformas elevadas de vigilância nos estacionamentos e nas entradas e saídas,
cancelas e holofotes tornando a vida dos que freqüentam a universidade ou moram
lá, como é o caso dos ‘cruspianos’, uma verdadeira prisão.
A
perseguição no CRUSP também tem como objetivo acabar com a moradia.
Fonte: site PCO
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