Os direitos dos membros da
comunidade uspiana dependem agora da aprovação do chefe da guarda
universitária, um oficial reformado da Polícia Militar
A “nova USP” sob o controle de João Grandino Rodas é também chamada de
“carandirusp”. O novo plano de
segurança da SS (Superintendência de Segurança) terá: - vigilância por 24
horas, com guaritas suspensas de 4,5 metros de altura com visão de 360 graus; -
holofotes com foco que iluminarão o campus e por meio de alto-falantes os
guardas se comunicarão com os “prisioneiros”; - todos que chegarem ao campus de
carro terão que parar em cancelas e se identificar. Em seguida, passarão pela
portaria para fazer um crachá; - os pedestres que frequentam o campus à noite
também terão um crachá de identificação; - na entrada, haverá barreiras, como
as que existem em garagens de prédios. A segunda barreira somente será liberada
após a passagem do crachá; - a SS reformulará as cores dos uniformes e os
carros dos guardas universitários, que receberão um treinamento “especializado”
para tratar os que frequentam o campus.
Essa é a “Cultura de paz da PM” da qual o novo chefe da Guarda
Universitária, Luiz de Castro Júnior
se diz adepto. Segundo ele “qualquer manifestação é válida mas a reivindicação
não indica ações violentas”. Quer dizer que a partir de agora as manifestações
precisam passar pela aprovação de Castro e Rodas para serem feitas. Existe o
direito de se manifestar, mas de acordo com as regras estipuladas pela polícia,
reitoria e governo. Voltamos à pergunta: quem mesmo é que está acima da lei?
Nas manifestações, governo e reitoria acusam os estudantes de pensarem estar
acima da lei. No entanto, a verdade é que não respeitam sequer a constituição
burguesa federal que garante a presunção de inocência, pois os estudantes da
USP já foram condenados por Rodas como culpados. Culpados por suspeita.
Em entrevista ao Jornal do Campus
o militar afirmou “comportamento é fruto do ambiente. Se for um ambiente
degradado, há uma possibilidade muito grande de termos um comportamento
degradado também.”
Mas a PM e a mudança da guarda
não era resultado do aumento da insegurança da cidade universitária? Por que
agora querem interferir no “comportamento dos estudantes”?
As declarações são as mais
absurdas, moralistas e típicas da direita do país. Defendeu as Catracas “para
permitir um ambiente de tranqüilidade, salubridade, e desenvolvimento da
produção científica”.
A USP é um centro cultural e
científico e muitos estudantes de outras universidades frequentam para usar a
biblioteca e a cidade universitária em geral. Ocorrem conferências, encontros,
debates entre outros eventos. As catracas são mais um passo na privatização da
USP. As universidades particulares têm catracas para barrar os estudantes
inadimplentes.
A liberdade de expressão e
organização é um direito constitucional e não pode ficar condicionado a
aprovação ou não dos que em geral são os alvos do protesto.
É preciso expulsar a PM e Rodas
da USP para que ela possa ser mantida pública e gratuita.
Fonte site PCO
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