Valor supera todos os escândalos
de corrupção mais conhecidos e ultrapassa até o que seria necessário para o
ajuste fiscal em discussão no Congresso.
Antonio Lassance
Reprodução
Número estará estampado pelos
painéis do Sonegômetro espalhados pelo País. Valor supera todos os escândalos
de corrupção mais conhecidos e ultrapassa até o que seria necessário para o
ajuste fiscal em discussão no Congresso (R$80 bi).
Situação causou revolta em
servidores do Ministério da Fazenda. Procuradores acusam:
“Estamos diante de uma batalha
bastante desigual, onde um único Procurador da Fazenda Nacional, sem carreira
de apoio, atua em processos complexos envolvendo grandes devedores, normalmente
defendidos pelas maiores bancas de advogados do país.”
No ano passado, não foi
diferente. Os procuradores bradavam:
“Como se não bastasse, vemos uma
elite muito bem acomodada e grandes corporações abonando a continuidade desse
sistema anacrônico, enquanto surrupiam o erário público por meio da sonegação
fiscal. E assim, em apenas 5 meses, o painel digital Sonegômetro já registra um
rombo de 200 bilhões.”
Subir juros que já habitavam a
estratosfera, aumentar a carga tributária como se estivéssemos mais para
Bélgica do que para Índia, encarecer tarifas de energia, combustíveis e mudar
regras de benefícios sociais, como se a culpa de toda a desordem administrativa
do país fosse dos trabalhadores, aposentados e pensionistas.
Por mais que se tente explicar o
ajuste fiscal promovido pelo governo, não dá para entender e muito menos para
aceitar. Ou melhor, dá para desconfiar. Pois se a União espera cortar R$ 80bi
de seu orçamento e arrecadar mais 0,48% de tributos em relação a 2014, como
esse mesmo governo deixa escoar pelo ralo da sonegação mais R$ 500 bi ao ano?
Essa postura não condiz com o
discurso de quem pretende “reverter a deteriorização fiscal”, nas palavras do
Ministro da Fazenda Joaquim Levy. Não por acaso, essa justificativa do arrocho
sobre os pobres e classe média é igualmente defendida por pessoas e
instituições que nunca têm nada a perder. Ou melhor, que sempre têm muitos
bilhões a lucrar, surfando nas altas ondas do mercado financeiro.
Transitando com desenvoltura
nesse mar de insensatez, sonegadores e corruptos seguem curtindo o sol e o céu
da impunidade. Sim, pois à exceção de casos midiáticos como as operações Lava
Jato e Zelotes, envolvendo acordos de delação premiada, nenhuma medida efetiva
tem sido tomada para a estancar a sangria da sonegação.
Para ficar bem claro, é
importante ressaltar que dos 500 bilhões sonegados em 2014, mais de R$ 400
bilhões passaram por operações sofisticadas de lavagem de dinheiro. Isso
representa 3546 vezes o valor declarado do Mensalão (R$141 milhões); 240 vezes o
custo da operação Lava-Jato (R$2,1 bilhões) e 26 vezes o que até agora se
descobriu na operação Zelotes (até agora avaliado em R$19 bilhões).
E o rombo poderia ser ainda
maior, não fosse o trabalho diuturno dos Procuradores da Fazenda Nacional
(PFNs), que somente nos últimos quatro anos evitaram a perda de mais de R$1
trilhão em contestações tributárias e arrecadaram mais de R$60 bilhões em
créditos inscritos na dívida Ativa da União. Isto, apesar do quadro de
desvalorização da Carreira e de sucateamento estrutural da Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional (PGFN).
Vale dizer que estamos diante de
uma batalha bastante desigual, onde um único PFN, sem carreira de apoio, atua
em processos complexos envolvendo grandes devedores, normalmente defendidos
pelas maiores bancas de advogados do país.
O governo sabe que para cada
R$1,00 investido na PGFN há um retorno de R$20,96 à sociedade. Mas,
estranhamente, prefere deixar de cobrar de quem deve e pode pagar, optando pela
comodidade de repassar a conta ao cidadão em forma de impostos.
O Sindicato Nacional dos
Procuradores da Fazenda Nacional (SINPROFAZ) entende que a defesa dos
interesses da Carreira de PFN se confunde com a defesa da Justiça Fiscal. Por
isso segue em frente promovendo campanhas de conscientização tributária,
apresentando o painel Sonegômetro e a Lavanderia Brasil, denunciando,
criticando e ampliando o debate por um sistema tributário mais justo para
todos.
Fonte: Sindicato Nacional dos
Procuradores da Fazenda Nacional
http://www.quantocustaobrasil.com.br/artigos/o-sonegometro-
a-lavanderia-brasil-e-a- esquizofrenia-fiscal
fonte: site PCB
Um comentário:
thank you
سعودي اوتو
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