Os protestos no ocidente da
Ucrânia são organizados pela CIA, pelo Departamento de Estado dos EUA e por
organizações não governamentais (ONGs) financiadas pela UE que trabalham em
conjunto com a CIA e o Departamento de Estado. A finalidade dos protestos é anular
a decisão do governo independente da Ucrânia de não aderir à UE.
Os EUA e a UE inicialmente
estavam a cooperar no esforço para destruir a independência da Ucrânia e
torná-la uma entidade subserviente ao governo da UE em Bruxelas. Para o governo
da UE, o objectivo é expandir a UE.
Para Washington as finalidades
são tornar a Ucrânia disponível para o saqueio por bancos e corporações dos EUA
e trazer a Ucrânia para dentro da NATO de modo a que Washington possa ganhar
mais bases militares na fronteira da Rússia.
Há três países no mundo que
estorvam o caminho da hegemonia de Washington sobre o mundo – a Rússia, a China
e o Irão. Cada um destes países é atacado por Washington para derrube ou para
que a sua soberania seja degradada pela propaganda e bases militares dos EUA
que deixam os países vulneráveis a ataque, portanto coagindo-os a aceitar a
vontade de Washington.
O problema que se levanta entre
os EUA e a UE em relação à Ucrânia é que os europeus perceberam que a tomada da
Ucrânia é uma ameaça directa à Rússia, a qual pode cortar o petróleo e gás
natural à Europa, e se houver guerra destruir a Europa completamente.
Consequentemente, a UE tornou-se mais favorável a parar de provocar protestos
na Ucrânia.
A resposta da neoconservadora
Victoria Nuland, nomeada secretária de Estado Assistente pelo Obama de duas
caras, foi "F**-se a UE", quando tratava de descrever os membros do
governo ucraniano que Washington pretendia impor sobre um povo tão inconsciente
a ponto de acreditar que estão a alcançar a independência ao precipitar-se nos
braços de Washington. Outrora eu pensava que nenhuma população do mundo podia
ser tão inconsciente quanto a população dos EUA. Mas eu estava errado. Os
ucranianos ocidentais são ainda mais inconscientes do que os americanos.
A orquestração da
"crise" na Ucrânia é fácil. A neoconservadora secretária de Estado
Assistente Victoria Nuland contou no National Press Club, em Washington, dia
13/Dezembro/2013, que os EUA "investiram" US$5 mil milhões em
agitação na Ucrânia.
A crise assenta essencialmente na
Ucrânia ocidental, onde ideias românticas acerca da opressão russa são fortes e
a população é menos russa do que na Ucrânia oriental.
O ódio da Rússia na Ucrânia
ocidental é tão disfuncional que os ludibriados protestantes não percebem que
aderir à UE significa o fim da independência da Ucrânia e o domínio por parte
dos burocratas da UE em Bruxelas, do Banco Central Europeu e de corporações dos
EUA. Talvez a Ucrânia seja dois países. A metade ocidental poderia ser dada à
UE e a corporações dos EUA e a metade oriental poderia ser reincorporada como
parte da Rússia, onde assentava toda a Ucrânia desde que os EUA existem.
A insatisfação para com a Rússia
que existe na Ucrânia ocidental torna fácil para os EUA e a UE provocar
perturbações. Aqueles em Washington e na Europa que pretendem destruir a independência
da Ucrânia retratam-na como uma refém da Rússia, enquanto a Ucrânia na UE
estaria alegadamente sob a protecção dos EUA e da Europa. As grandes somas de
dinheiro que Washington despeja em ONGs na Ucrânia propagam esta ideia e
trabalham a população para uma inconsciência frenética. Nunca na minha vida
testemunhei um povo tão inconsciente como os protestantes ucranianos que estão
a destruir a independência do seu país.
As ONGs financiadas pelos EUA e
UE são quinta colunas destinadas a destruir a independência dos países nos
quais operam. Algumas pretendem ser "organizações de direitos
humanos". Outras doutrinam pessoas sob a capa de "programas de
educação" e de "construção da democracia". Outras ainda,
especialmente aquelas dirigidas pela CIA, especializam-se em provocações, tais
como as "Pussy Riot". Poucas, se é que alguma, destas ONGs são
legítimas.
Mas elas são arrogantes. O chefe
de uma da ONGs anunciou antges das eleições iranianas na qual Mousavi era o
candidato de Washington e da CIA que a eleição resultaria numa Revolução Verde.
Ele sabia antecipadamente, porque havia ajudado a financiá-la com dólares do
contribuinte estado-unidense. Escrevi acerca disso na altura. Isso pode ser
encontrado no meu sítio web, www.paulcraigroberts.org , e no meu livro que
acaba de ser publicado, How America Was Lost.
Os "protestantes"
ucranianos têm sido violentos, mas a polícia tem sido contida. Washington tem
um interesse oculto em manter os protestos em andamento na esperança de
transformá-los numa revolta de modo a que possa apossar-se da Ucrânia. Esta
semana a Câmara de Deputados dos EUA aprovou uma resolução a ameaçar sanções se
os protestos violentos fossem sufocados pela polícia.
Por outras palavras, se a polícia
ucraniana comportar-se com protestantes violentos do mesmo modo como a polícia
dos EUA comporta-se com protestantes pacíficos, isso é uma razão para
Washington interferir nos assuntos internos da Ucrânia. Washington está a
utilizar os protestos para destruir a independência da Ucrânia e já tem pronta
uma lista de fantoches que pretende instalar como o próximo governo do país.
[*] Ex secretário Assistente do
Tesouro para Política Económica e editor associado do Wall Street Journal. Colaborou na Business Week, Scripps
Howard News Service e Creators Syndicate. Seu livro mais recente é The Failure
of Laissez Faire Capitalism and Economic Dissolution of the West .
O original encontra-se em
www.globalresearch.ca/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/ .
Nenhum comentário:
Postar um comentário