
Corrupção, assassínios, ganância e mentiras
se fizeram presentes no cotidiano da Igreja, e isso não foi exclusividade dos tempos medievais, onde
seus mais importantes
protagonistas tentavam, a ferro
e a fogo , dominar a produção e
reprodução do conhecimento. Foram sim,
exímios forjadores de superstições .
Data de longe acusações
de ordem econômica contra a
Igreja. Um dos casos recentes, quando a
mídia se atreve ao rompimento de algumas
amarras, foi o assassinato do banqueiro de Milão, cognominado “ banqueiro de
deus”, ocorrido provavelmente em um terreno baldio
perto de uma ponte no Tâmisa,
seguindo as perícias efetivadas tempos depois, onde foi encontrado sugerindo um suicídio.
Não eram poucas as vozes que
apontavam o seu envolvimento com a
máfia italiana e os interesses escusos e
“ocultos” dos bancos do vaticano
e ambrosiano com o mundo do crime organizado.
A abundância de escândalos sexuais
dentro da Igreja nunca foi
encarado como algo anômalo. Senão, vejamos. “ Protegido
do sol de verão por um pálio de ouro e montando um cavalo branco, vestindo um pesado manto de veludo que dois cardeais, a pé, o ajudam a carregar,
Rodrigo Bórgia entra em Roma. É 26 de agosto de 1492. Depois de 15 dias, ele
troca o nome : chama-se agora Alexandre, Alexandre VI, papa da Igreja
católica”.
Os canhões do castelo, as margens do tibre são
acionados. A multidão o aclama. Os agentes dos Bórgia fizeram o que era
necessário: distribuíram dinheiro a vontade . Rodrigo Bórgia fazia o que mais adorava: comprar as pessoas com o dinheiro proveniente
de seus expedientes mais comuns, eram
sórdidos ele bem sabia, porém muito eficazes. Ele gostava muito disso.
Eleito cardeal com a idade de 25 anos
após a morte de seu tio o papa Calixto III ele tornou-se uma das maiores forças junto ao prelado do vaticano, mas teve sérios
problemas sofrendo advertências do papa com relação a sua vida devassa mundana e corrupta. Teve vários filhos, muitas mulheres e
amantes famosas imortalizadas em obras
renascentistas . Ávido por dinheiro não
media esforços para atingir os seus
propósitos “grandiosos e nobres”. A história envolvendo o clã dos Bórgia
não é diferente ou menos expressiva que a dos Médici, dos Orsini ou dos Farnese. Similares como esses, na história da
Igreja, preenchem páginas e mais páginas.
Histórias escabrosas dessa magnitude e de
outras, sempre por volta e meia aparecem
na imprensa internacional quando conseguem burlar a censura
poderosa dessa instituição.
A velha condição sine
qua non, voto de castidade para
aqueles que fazem a carreira
eclesiástica, não parece ser um freio para tantos escândalos sexuais
incluindo-se a pedofilia. Que o
digam Giovanni Sforza, genro de Rodrigo
Bórgia que o acusou de incesto com
sua própria filha, ou o nigeriano chamado Chinedu Thiomas Eheim,
integrante do coro da Reverenda Capela Musical da Basílica de São Pedro no
Vaticano que segundo jornal La Repubblica, fazendo referências ao
escândalo Vatileaks, atuava como cafetão, oferecendo serviços
sexuais com jovens estudantes. Fenômeno
secular, ao que parece, que data da idade média. “Tem dois metros de altura,
pesa 97 quilos, tem 33 anos e é completamente ativo”, disse Eheim numa das
gravações.
Os clérigos sempre foram fortes
nas especulações, mas tinham pouco fôlego
no experimentar. E seus maiores
próceres não aceitavam a contradição. Uma
época, referência esta feita aos
tempos medievais, onde não era preciso
apelar para a experiência afim de provar
coisa nenhuma: bastava servir-se uma
pessoa da “lógica” e dos seus cânones
doutrinários “revelados” aos
santos. Santos, pelo visto, como Rodrigo Bórgia.
Professor Jeovane
Professor Jeovane
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