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domingo, 24 de fevereiro de 2013

O Conclave se reúne.



Quem  conhece a verdadeira história da Igreja não  há de se assustar com as especulações e informações sobre o que ocorre nos corredores   do Vaticano.   Escândalos envolvendo  clérigos  de variadas ordens  remontam desde os primórdios da Igreja.

Corrupção, assassínios, ganância e  mentiras  se fizeram presentes no cotidiano da Igreja, e isso não    foi  exclusividade dos tempos medievais,  onde  seus mais importantes  protagonistas   tentavam, a ferro e a  fogo , dominar a produção e reprodução do conhecimento.    Foram sim, exímios forjadores de superstições .

Data de longe  acusações  de ordem  econômica contra a Igreja.  Um dos casos recentes, quando a mídia  se atreve ao rompimento de algumas amarras, foi o assassinato do banqueiro de Milão, cognominado “ banqueiro de deus”, ocorrido  provavelmente em um  terreno baldio  perto de uma ponte no  Tâmisa, seguindo as perícias efetivadas tempos depois,  onde foi encontrado sugerindo um  suicídio.
Não eram poucas as vozes que apontavam o seu envolvimento com  a máfia  italiana e os interesses  escusos e   “ocultos”  dos bancos do vaticano e ambrosiano   com  o mundo do crime organizado.

  A abundância de escândalos sexuais  dentro da Igreja   nunca foi encarado como algo  anômalo.   Senão, vejamos.      Protegido  do sol de verão por um pálio de ouro e montando um cavalo branco,  vestindo um pesado manto de veludo  que dois cardeais, a pé, o ajudam a carregar, Rodrigo Bórgia  entra em Roma. É  26 de agosto de 1492. Depois de 15 dias, ele troca o  nome : chama-se  agora Alexandre, Alexandre VI, papa da Igreja católica”.


 Os canhões do castelo, as margens do tibre são acionados. A multidão o aclama. Os agentes dos Bórgia fizeram o que era necessário: distribuíram dinheiro a vontade . Rodrigo Bórgia fazia o  que mais adorava:  comprar as pessoas com o dinheiro proveniente de  seus expedientes mais comuns, eram sórdidos ele bem sabia, porém   muito  eficazes.   Ele gostava muito disso.

 Eleito cardeal com a idade de 25  anos  após a morte de seu tio o papa Calixto III  ele tornou-se uma das maiores forças  junto ao prelado do vaticano, mas teve sérios problemas  sofrendo  advertências do papa  com relação a sua vida devassa  mundana e corrupta.   Teve vários filhos, muitas mulheres e amantes famosas  imortalizadas em obras renascentistas .  Ávido por dinheiro não media  esforços para atingir os seus propósitos  “grandiosos e nobres”.      A história envolvendo o clã dos Bórgia não é  diferente ou menos  expressiva que a dos Médici, dos Orsini  ou dos Farnese.        Similares como esses, na história da Igreja, preenchem páginas e mais páginas.

Histórias escabrosas  dessa magnitude  e  de outras,  sempre  por volta e meia   aparecem  na imprensa internacional quando conseguem burlar a censura poderosa  dessa instituição.

A velha condição  sine  qua non,   voto de castidade para aqueles que fazem a carreira  eclesiástica, não parece ser um freio para tantos escândalos  sexuais  incluindo-se a pedofilia.  Que o digam Giovanni  Sforza, genro de Rodrigo Bórgia que o acusou de incesto  com sua  própria filha, ou  o nigeriano chamado Chinedu Thiomas Eheim, integrante do coro da Reverenda Capela Musical da Basílica de São Pedro no Vaticano que segundo  jornal  La Repubblica, fazendo referências ao escândalo  Vatileaks,  atuava como cafetão, oferecendo serviços sexuais com jovens estudantes.   Fenômeno secular, ao que parece,   que data  da idade média. “Tem dois metros de altura, pesa 97 quilos, tem 33 anos e é completamente ativo”, disse Eheim numa das gravações.

Os clérigos sempre foram fortes nas especulações, mas tinham pouco fôlego  no experimentar.  E seus maiores próceres não aceitavam a contradição. Uma  época, referência esta feita  aos tempos medievais,  onde não era preciso apelar para a experiência  afim de provar coisa nenhuma:  bastava servir-se uma pessoa da “lógica” e dos seus  cânones doutrinários  “revelados” aos santos.     Santos, pelo visto, como  Rodrigo Bórgia.



Professor  Jeovane 






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