Imagem AFP
VR- O lançamento de foguete iraniano
com macaco vivo a bordo e seu regresso bem-sucedido à Terra despertou vivo
interesse não apenas por parte da mídia mundial. Peritos militares conjeturam
em que medida a República Islâmica se aproximou da realização de objetivos
colocados pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad. Em 2021, o mais tardar, o Irã
deve enviar para o espaço um astronauta e em sua própria nave espacial e em
2025 – uma expedição para a Lua.
O foguete levou o animal a 120 km
de altitude e, passados alguns minutos, aterrou suavemente no planeta. Deste
modo foi dado um passo ao voo espacial de um astronauta iraniano, declarou o
ministro do Irã, Ahmad Vahidi. As fontes independentes não confirmam se o
lançamento teria sido efetuado na realidade e se o “passageiro” teria
sobrevivido o voo. Os canais televisivos locais exibiram apenas o lançamento de
um foguete e a fotografia de um macaco antes do voo.
O voo suborbital do foguete
significa que o Irã será capaz em breve de lançar para órbita satélites de até
duas toneladas de peso ou mísseis balísticos a uma distância de milhares de
quilômetros, considera Bruno Gruselle, um analista francês. Seu parecer,
contudo, não é apoiado pelo diretor do Centro de Pesquisas Sócio-Políticas,
Vladimir Evseev. Em suas palavras, os iranianos conseguiram até hoje instalar
em órbita circumterrestre apenas três satélites ligeiros (Omid, Rasad 1,
Navid-e Elm-o Sanat), pesando cada aparelho não mais de 50 kg. Os restantes
voos foram suborbitais:
“O principal foguete iraniano é o
Safir 2, muito fraco em termos energéticos, composto por dois andares – mísseis
balísticos Shahab 3 e Shahab 2. Devido a uma fraqueza do Safir 2, os iranianos
limitaram o seu voo a uma altitude anunciada. Ao mesmo tempo, pelo visto, eles
testavam tecnologias para voos orbitais e o envio do homem para o espaço. Mas o
Irã tem um foguete mais potente, o Simurg, mas por enquanto não foram
registrados seus lançamentos bem-sucedidos”.
A julgar pelo destaque que se dá
para experiências com seres vivos, o Irã poderá efetuar pelo menos voos
espaciais parcialmente controlados. Mas não sabe quando e em que forma. Será um
voo espacial curto com imediato regresso ou um voo de várias voltas ao redor da
Terra? Estas perguntas são interligadas estreitamente com o desenvolvimento da
construção de foguetes na Coreia do Norte, aponta Vladimir Evseev:
“O Irã e a Coreia do Norte
assinaram em setembro do ano passado um acordo de cooperação e de troca de
tecnologias. É muito provável que representantes iranianos assistissem ao
primeiro lançamento do Unha 3 em dezembro, que decorreu com êxito e irá
contribuir para o início da realização prática do projeto de Simurg, o que
servirá de potente instrumento propagandístico dentro do Irã. Em qualquer caso,
não tudo que se fala pelo Irã é aplicado praticamente”.
O Irã com seu macaco “celeste”
percorreu o mesmo caminho que nos anos 50 do século passado passaram a URSS e
os Estados Unidos. O voo de um ser vivo, mesmo suborbital, é um passo dado para
se transformar numa potência espacial. É pouco provável, contudo, a expedição
lunar iraniana com astronauta em 2025, por ser bastante irreal o próprio prazo.
É necessário destacar mais um
momento. Em 28 de janeiro, quando o mundo conheceu a notícia sobre o lançamento
do foguete com um macaco a bordo, o Irã anunciou novas condições para reiniciar
as conversações sobre o seu programa nuclear. A coincidência não é casual: a
“odisseia espacial” do animal demonstrou paralelamente êxitos de Teerã na
esfera das tecnologias balísticas àqueles que ainda duvidam disso, pensando
resolver este problema pela força.
Fonte site Voz da Rússia - Boris Pavlischev
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