João Grandino Rodas defende o fim
da verba pública para a USP em entrevista para a rádio USP
PCO- Como já foi afirmado nesse jornal
diversas vezes, a “modernização” de João Grandino Rodas para a USP é a sua
privatização.
“Se a Universidade achar que o
dinheiro proveniente do Estado é insuficiente, ela deve procurar fontes
alternativas, e não fazer com que o bolso do contribuinte seja ainda mais
carregado, para algo que é importante, mas não é fundamental, segundo o prisma
das obrigações do Estado.” (Rodas, em Palavra do reitor para a rádio USP, 17 de
janeiro)
Rodas tenta apresentar como uma
grande inovação, sendo que esse debate sobre a privatização do ensino superior
é discutido a muito tempo. Durante a ditadura no Brasil, os acordos do MEC com
a USAID (United States Agency for International Development) tinham como
orientação norte-americana o fim do ensino público, flexibilização dos
currículos entre outras medidas.
A mobilização do movimento
estudantil chileno foi toda feita em torno da luta contra o ensino privado, que
impede os jovens de terminarem seu curso e adquirem, junto com a sua família,
dívidas por anos.
A privatização do ensino superior
chileno foi feito durante a sangrenta ditadura de Pinochet. Rodas colocou a
polícia no campus, expulsou seis e processou e suspendeu mais de 50 com o
objetivo de paralisar a luta contra seu plano.
“Seria ilógico imaginar que São
Paulo possa dispender mais do que 10% do ICMS com educação superior, quando tem
de manter a educação fundamental e média; quando tem problemas de habitação
terríveis; quando tem a questão da saúde, que é impossível de se abranger de
forma satisfatória. Seria ilógico a Universidade, que é um local de pensamento,
exigir que o Estado deva prover tudo o que ela possa imaginar”.
O suposto raciocínio de Rodas não
tem nenhum sentido. Seria lógico capitalistas financiarem o ensino superior do
País? Evidente que não farão isso sem ter lucro.
O lucro é o objetivo dos
empresários e apenas isso.
Nesse sentido é muito perigoso
para o pensamento da universidade esse tipo de financiamento, pois se tornaria
refém dos interesses de seus investidores e não da ciência e cultura da
humanidade.
O exemplo do Chile
A situação do ensino superior no
Chile é o plano da direita brasileira. O ensino privado é o segundo setor mais
lucrativo do País.
Todo o curso universitário no
País é pago, mesmo nas instituições públicas. Os jovens sem dinheiro são
obrigados a conseguir empréstimos bancários e desde os anos 90, as dívidas de
crédito educativo são cobradas por bancos e com taxas de mercado.
Os estudantes e professores
mobilizados afirmam que o problema na educação do País tem origem no período da
ditadura militar do general Augusto Pinochet (1973-1990), quando o regime impôs
uma drástica redução dos recursos às universidades e promoveu uma ampla
privatização do setor.
Segundo dados da Organização das
Nações Unidas para a Ciência, a Educação e a Cultura (Unesco), até hoje, o
Chile é a única nação do mundo com uma educação superior considerada quase
inteiramente privatizada, pois é toda paga.
Esta é a intenção já declarada
pelo atual reitor-interventor da USP, João Grandino Rodas, a cobrança de mensalidades dos
estudantes, mas ele sabe que tal medida não conseguiria ser colocada em
prática. Entretanto, não há dúvidas que está atuando no sentido de preparar o
terreno para conseguir a privatização do ensino.
A USP é a ponta de lança para o
plano ser colocado em prática em todo o País e irá condenar os jovens a pagar
pelo ensino.
Derrotar Rodas e a privatização
É preciso organizar a luta com
essa consciência: a direita quer privatizar o ensino superior brasileiro e
colocá-lo nas mãos do imperialismo.
Não existe a possibilidade de um
país ter qualquer tipo de desenvolvimento sem que tenha pesquisas e estudos
próprios.
Os estudantes brasileiros devem
seguir o exemplo da mobilização dos chilenos e impedir o aprofundamento das
políticas de privatização.
Fonte: site PCO
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