Não seria de estranhar se alguém, desafortunadamente ?!!, tachasse a ONU
de ineficiente e venal quando da aplicação do Direito Internacional, sobretudo quando nas
partes envolvidas encontrar-se um país que não fizesse parte do cognominado “ clube dos
ricos”.
A ONU atua na defesa dos
interesses imperialistas. Isso
não é nada de novo, vem de longe. Na história há exemplos gritantes e frequentes da conduta lastimável desse organismo internacional. Aqui, bem ao nosso lado, ou alhures. Não há
como poder negar sua existência.
Ficamos apenas na expectativa e torcendo para que vozes
se voltem contra esse tipo de
acontecimento. Até quando os homens continuarão olhando para o mundo pelo crivo da hipocrisia.
Parece não haver saída, pelas
vias pacíficas e do Direito, para esse tipo de
fenômeno cada vez mais comum: invasão e atos
criminosos levados
a termo pelos ricos sobre bens, riquezas e coisas que não lhes pertencem. É, a fórmula
é a mesma . Ela é atrevidamente abusada, deletéria e se perpetua há
séculos. Até quando?!!
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Buenos Aires- PL- Cento oitenta
anos depois que a Armada Real Britânica usurpou as Ilhas Malvinas prejudicando
a integridade territorial argentina, a solução da controvérsia pela soberania
sobre esses territórios põe em teste a justiça de todo o sistema internacional.
Esta foi a opinião manifestada pelo chanceler
Héctor Timerman durante a visita realizada nesta semana a Londres para se
reunir com parlamentares britânicos e com 18 grupos europeus que primam pelo
diálogo entre a Argentina e o Reino Unido como via de solução pacífica e
definitiva do dissenso.
O das Malvinas, explicou Timerman, não é um
caso mais de colonialismo, senão uma situação que põe em teste a justiça de
todo o sistema internacional, pois é inaceitável que por seu poderio militar ou
por fazer parte do clube das grandes potências alguns Estados se omitam das
resoluções das Nações Unidas.
A avaliação aludia desse modo ao fato de que
ainda desde 1965 quando a esta parte a ONU aprovou mais 40 ditames que diziam
restabelecer o diálogo entre Buenos Aires e Londres, este último se omitiu do
mandato da comunidade internacional.
A isso deve ser acrescentado que apesar da
explícita rejeição exposta em 1985 pelo máximo organismo mundial à aplicação,
no caso das Malvinas, do direito de autodeterminação, o governo britânico se
escuda precisamente neste princípio para convocar um referendo entre os
moradores das ilhas.
A consulta, prevista para o próximo março e na
qual se consultará aos "kelpers" se desejam que as ilhas conservem
seu status político atual como um Território de Ultramar do Reino Unido,
"não tem nenhum valor legal", disse Timerman, que estimou que a ação
"tem o espírito de fazer uma campanha publicitária".
Os que desejamos um mundo mais justo, onde o
direito se imponha à prepotência militar, redobraremos esforços para que o
Reino Unido retome as negociações, insistiu o chanceler.
ANTES DE LONDRES
A viagem do ministro argentino de
Exteriores a Londres esteve precedida pela publicação de uma carta deste
dirigida ao seu par britânico, William Hague, que condicionou a possível
realização de um encontro à participação dele de uma representação dos colonos
ingleses.
As Nações Unidas, recordou a carta, só
reconhece ao Reino Unido e a Argentina como parte da disputa pela soberania das
Ilhas Malvinas, portanto incluir uma terceira parte não seria correto.
"Qualquer outra forma de proceder
-argumentou Timerman já em Londres- seria permitir um ato de usurpação e
aceitar que os habitantes das ilhas se transformem em árbitros de uma disputa
territorial da qual seu próprio país é parte".
O prolongado dissenso territorial entre a
Argentina e a Grã-Bretanha se viu agudizado no ano passado pela crescente
atividade militar realizada pela potência europeia nas Malvinas e seus mares
circundantes, bem como pelo fomento de atividades ilegais de exploração e
exploração dos recursos naturais existentes ali.
Quase a fins de 2012, ademais, o Reino Unido
acrescentou um novo ingrediente à discórdia ao resolver batizar com o nome de
Terra da Rainha Isabel uma área da Antártida de uns 437 mil quilômetros
quadrados pertencente à Argentina, mas que os britânicos se adjudicam pela
posse ilegal que exercem sobre as Malvinas.
Em janeiro passado, o Governo argentino se viu
obrigado a repudiar as ameaças militaristas do primeiro-ministro britânico,
David Cameron, que assegurou que Londres estaria disposta a lutar se fosse
necessário para conservar as Malvinas.
A agressividade das palavras de Cameron
ratificam a denúncia realizada pela Argentina nas Nações Unidas sobre a
militarização do Atlântico Sul e a possível presença de armas nucleares
introduzidas pela potência colonial, destacou então a chancelaria local em um
comunicado.
Em declarações ao canal de televisão BBC1,
Cameron se vangloriou de ter "importantes meios de defesa" e
considerou "absolutamente primordial" manter aviões de caça e tropas
estacionadas no território em disputa.
Sobre o tema, a nota instou Cameron a não
utilizar "as legítimas e pacíficas reclamações" argentinas contra a
usurpação de parte de seu território e contra o colonialismo como desculpa para
seguir sustentando a indústria armamentista, ao invés de paliar a severa crise
social que afeta a Europa.
* Correspondente de Prensa Latina na Argentina
Fonte: site Prensa
Latina
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