O caso envolvendo a tentativa da
Folha de S Paulo de censurar a blogosfera
é algo absurdamente inaceitável. Um comportamento
inacreditável oriundo de representantes de um gigante das Comunicações
a Empresa Folha da Manhã S/A contra um blog de informações sem fins comerciais. É importante que os blogueiros atentem, e isso é muito sério, as questões acerca dos precedentes. Uma sentença contra a liberdade de expressão poderá culminar e contribuir para com outros absurdos, dessa natureza e, "inacreditáveis".
A matéria é do blogueiro Lino Bocchini
e tem o apoio do nosso blog.
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Por Lino Bocchini
O logotipo proibido e Otavinho Vader, uma de nossas
fotomontagens originais--Ao lado
A alegação central da empresa da
família Frias é a de que a Falha fazia “uso indevido da marca”, e que o
logotipo e o nome registrado eram parecidos demais com os originais. Acontece
que para toda blogosfera nacional, para organização Repórteres sem Fronteiras,
pro relator da ONU para a liberdade de expressão, para o Financial Times e
outros veículos internacionais de peso, pro Marcelo Tas, para deputadosfederais de 10 partidos, pro Gilberto Gil e até para Julian Assange, paródias e
críticas como as feitas pela Falha não são motivo para censurar ninguém.
Há quase 100 anos, Barão de
Itararé satirizou o jornal “A Manhã” criando a “A Manha”. De lá pra cá dezenas
de outros casos, no Brasil e no exterior, foram na mesma linha –lembra da
“Bundas” de Zirado, que parodiava a “Caras”? E, desde os tempos do Barão de
Itararé, ninguém censurou ninguém. Mas aí vieram os barões de Limeira.
Estamos fora do ar a pedido do
jornal desde outubro de 2010, com uma ameaça de multa diária de R$ 1.000 caso
voltemos. O juiz que concedeu a liminar foi até “bonzinho”: o pedido original
da Folha era de uma multa de R$ 10 mil por dia se continuássemos no ar com
nossas críticas. Esse site, o Desculpe a Nossa Falha, não contém nada do que
estava no site original. Em 1ª instância o final da censura foi negado, e agora
vamos ao segundo round. A decisão final abrirá uma jurisprudência, ou seja: em
casos semelhantes no futuro, os juízes devem basear sua decisão em um caso
anterior semelhante já julgado em definitivo. O que for decidido na batalha
Folha X Falha vai balizar decisões futuras. E é aí que mora o perigo.
Precedente perigoso: essa charge do Angeli, publicada na
Folha poucos dias após sairmos do ar, poderia ser censurada pelo Mc Donald´s,
utilizando-se dos mesmíssimos argumentos que o jornal usou contra nós-
Defesa pública da censura
O julgamento da quarta que vem
será interessante. Começa às 9h, e haverá sustentação oral dos advogados de
cada parte. Será a primeira vez, desde o começo do processo, que algum
representante da Folha vai falar, defendendo a censura publicamente. Qualquer
um pode assistir, é só estar na 5ª turma do TJ-SP às 9h. A presença da imprensa
também é permitida, naturalmente. E, a exemplo do julgamento do chamado
Mensalão, seria muito interessante uma transmissão ao vivo –mas, para isso,
algum veículo de imprensa tem que solicitar ao TJ, e o mesmo deve autorizar.
Por fim, um pedido singelo: por
favor ajude-nos a divulgar o caso. Reproduza esse texto no seu blog, facebook
ou twitter, ou então escreva sobre o tema com suas próprias palavras. Se
animar, de repente vá acompanhar o julgamento ao vivo. Por motivos óbvios, a
imprensa convencional irá ignorar o caso. Daí nosso apelo. Obrigado.
[vídeo explica o caso em 2
minutos] .
Fonte site: Desculpe a nossa
Falha.
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