Matéria publicada originalmente no jornal USP Livre!
USP está sob estado de sítio. Os
estudantes se levantaram contra isso e são duramente reprimidos.
Em 2009 a tropa de choque da PM foi colocada
na USP para impedir um piquete de greve dos funcionários. Logo em seguida os
estudantes aprovaram uma greve contra a PM no campus. Em uma manifestação no
dia 9 de junho os estudantes colocaram a PM para fora da cidade universitária e
essa invadiu o campus novamente jogando bombas de gás e balas de borracha
contra a manifestação estudantil.
Em uma assembleia em cima de uma barricada
contra a PM, os estudantes mantiveram a greve e pela saída da PM do campus.
Em setembro daquele ano, Serra (então
governador do PSDB) indicou o segundo mais votado para o cargo de reitor da
universidade. João Grandino Rodas foi o segundo mais votado entre a burocracia
universitária que é quem vota uma lista tríplice para o governador indicar o
reitor. Desde a ditadura militar, com Paulo Maluf, o primeiro da lista não era
o indicado.
O “Rodas II” foi colocado a frente por José
Serra para levar adiante um plano de privatização mais acabado. Rodas é da
faculdade de direito da USP ligado a Celso Lafer da linha polícia de Miguel
Reale. Reale também foi reitor da USP durante a ditadura e em 32 ao lado de
Plinio Salgado fundou o movimento integralista (fascismo brasileiro).
Rodas defende abertamente a cobrança de
mensalidades dos estudantes e o financiamento pela iniciativa privada. O
interventor cortou o ponto dos funcionários em greve, processou funcionários e
estudantes, demitiu ilegalmente 271 funcionários.
No dia 8 de setembro de 2011 Rodas assinou com
a Secretaria de Segurança Pública com convênio para aumentar a circulação da PM
na cidade universitária com a colocação de motos, bases móveis e policiais
patrulhando.
Os abusos da PM se tornaram constantes. Eram
feitas revistas também em professores, na porta da biblioteca, na Praça do
Relógio. Os estudantes eram os maiores “suspeitos” na cidade universitária. No
dia 27 de outubro, policiais tentaram levar para a delegacia três estudantes
por estarem supostamente com maconha no estacionamento da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Ao verem essa situação, mais de
500 se juntaram no local para impedir a prisão. Esse foi o estopim do movimento
contra a PM. Em seguida os estudantes fizeram uma assembleia e decidiram ocupar
a diretoria da FFLCH contra a PM e Rodas.
Na semana seguinte aprovaram a ocupação da
reitoria por o movimento ser contra diretamente a política do reitor.
Com reuniões de negociação marcadas, no dia 8
de novembro de 2011 Rodas montou uma operação de guerra contra os estudantes
por causa de uma ocupação de reitoria.
Foram mais de 400 policiais de diversos
agrupamentos como tropa de choque, cavalaria, canil, Comando de Operações
Especiais (COE), helicópteros entre outros colocados na reitoria para prender
os estudantes que protestavam.
Em menos de um ano, Rodas prendeu cerca de
mais 80 estudantes por protestos políticos.
No dia 19 de fevereiro mais 13 estudantes
foram presos na ocupação da antiga Coseas que reivindicava mais vagas de
moradia.
<i1>Fora PM; Fora Rodas
<t1>A luta pela saída da PM e de Rodas
da USP é a defesa da universidade pública e gratuita.
Sem a retirada de Rodas todas as demais
reivindicações ficam bloqueadas.
Rodas é a expressão e é quem colocará o plano
contra a universidade pública.
A colocação da PM na cidade universitária é
justamente para garantir por meio da força a entrega da universidade para a
iniciativa privada.
Rodas é um representante da ala mais
direitista da universidade, sendo o homem do PSDB para esmagar os movimentos e
entregar a USP para o capital privado.
Isso já está sendo realizando ao terceirizar
todas as áreas que pode, como o circular e a gráfica da USP. O interventor já
está reformulando os estatutos para adaptar a universidades às necessidades dos
empresários.
Rodas institui uma enorme perseguição aos
estudantes e funcionários, com centenas de processos administrativos e
criminais, sitiou o campus com a Polícia Militar tentou retirar a gratuidade
dos cursos de pós-graduação e colocou um Policial Militar para chefiar a Guarda
Universitária.
Poder estudantil
A reivindicação de saída do reitor deve ser
acompanhada de uma reivindicação de mudança do regime de poder na universidade.
O objetivo dessa reivindicação é também a
conquista da total autonomia da universidade e a constituição de outro regime
de poder, em que tenha voz toda a comunidade universitária, em especial os
estudantes, que são a maioria da universidade.
O “Fora PM” expressa a luta dos estudantes
contra a repressão e contra a privatização da universidade.
Defender o Ensino Público e Gratuito é a luta
pela universidade pública e gratuita contra a tentativa do governo do estado e
do imperialismo de subjugar a universidade ao capital privado.
Os estudantes devem ser maioria no controle da
universidade, num governo composto de maneira proporcional também por
funcionários e professores; e o fim dos governos unipessoais da reitoria.
Fonte: site PCO
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