Pages

Subscribe:

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Oriente Médio- A revolução em marcha


PCO- O que está por trás da desestabilização geral da região? Qual é o impacto em escala mundial?

Nos últimos meses, uma nova onda de protestos tomou conta da maioria dos países do Oriente Médio impulsionada pelo aprofundamento da crise capitalista mundial.

O epicentro da crise voltou a se mover para o Egito, mas a região inteira encontra-se em estado altamente explosivo, avançando até o coração das reacionárias monarquias do Golfo Pérsico.

Nos últimos dias, dezenas de milhares de pessoas se manifestaram várias vezes no Kuwait contra a minoria que governa o País.

Na Jordânia, as manifestações, que escalaram após a retirada dos subsídios dos combustíveis, passaram a pedir a renúncia do rei. O governo encontra-se paralisado. O primeiro ministro declarou que não conseguirá voltar os subsídios, pois as contas públicas estão em bancarrota e precisa atender às imposições do FMI para obter um novo empréstimo. Numa população total de seis milhões de habitantes, há mais de um milhão e meio de palestinos, 300 mil refugiados iraquianos e 100 mil refugiados sírios.

Na Tunísia, a aparente estabilidade conseguida pela direita muçulmana liderada pela Ennahdha, uma espécie de Irmandade Muçulmana local, não passou de uma aparência. Recentemente, aconteceram grandes protestos na cidade de Siliana, na região onde começou a chamada “Primavera Árabe” durante cinco dias. Com uma população de 235 mil habitantes, os confrontos com a polícia deixaram um saldo de mais de 300 pessoas feridas. Na tentativa de conter os protestos, o governo central demitiu o governador. Enquanto o desemprego no País alcança os 17% (cifras oficiais), em Siliana supera os 26%.


O aprofundamento da crise capitalista tem provocado a movimentação das massas populares contra os regimes políticos que viabilizaram a dominação imperialista nas últimas décadas no Oriente Médio. As tendências revolucionárias continuam em aberto, pois as condições que levaram aos protestos continuam em aberto e enfraquecem o imperialismo mundial, que depende, em enorme medida, do controle do petróleo. A desestabilização da região conduz ao desabamento dos mecanismos em cima dos quais está montada a especulação financeira mundial, que hoje constitui o coração da economia capitalista, e, portanto, a aprofundar a crise nos países centrais, que é a condição que leva ao levantamento das massas contra o regime burguês, ou seja à revolução proletária pela expropriação do punhado de parasitas financeiros que domina o mundo

Gaza: o detonador da elevação da crise do imperialismo

A crise em Gaza funcionou como uma espécie de detonador que elevou a crise a um novo patamar, mas não pode ser avaliado de maneira isolada. O ataque israelense representou a tentativa dos sionistas de conter o aumento da pressão dos países vizinhos, onde os grupos nacionalistas têm se fortalecimento no impulso da movimentação das massas populares. O resultado prático da agressão foi o fortalecimento da resistência em Gaza, principalmente do Hamas e da Jihad Islâmica, que além de terem enfrentado o exército sionista, lançaram mísseis que alcançaram as principais cidades de Israel localizadas a 100 quilômetros de distância. O próprio ministro da Defesa, Eduh Barak, foi aposentado após o ataque.

A invasão também revelou a bancarrota da estratégia do imperialismo norte-americano para o Oriente Médio. Generais do primeiro escalão, como Petreus, começaram a propor a necessidade de mudar de política para manter o controle da região, o que implicava em diminuir a importância do estado sionista, e portanto da ajuda militar de US$ 3 bilhões, e no fortalecimento das alianças com os setores direitistas árabes.

A direita imperialista encurralou a Administração Obama para evitar a mudança de política. A invasão a Gaza jogou por terra o plano de negociar com o Irã o uso civil da energia nuclear, e conseguiu desviar, do foco da discussão eleitoral israelense, a crise interna. As consequências futuras serão ainda mais explosivas.

Fonte: site PCO

Nenhum comentário:

Postar um comentário


Licença Creative Commons
Este obra foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 2.5 Brasil.