Nos últimos meses, uma nova onda
de protestos tomou conta da maioria dos países do Oriente Médio impulsionada
pelo aprofundamento da crise capitalista mundial.
O epicentro da crise voltou a se
mover para o Egito, mas a região inteira encontra-se em estado altamente
explosivo, avançando até o coração das reacionárias monarquias do Golfo
Pérsico.
Nos últimos dias, dezenas de
milhares de pessoas se manifestaram várias vezes no Kuwait contra a minoria que
governa o País.
Na Jordânia, as manifestações,
que escalaram após a retirada dos subsídios dos combustíveis, passaram a pedir
a renúncia do rei. O governo encontra-se paralisado. O primeiro ministro
declarou que não conseguirá voltar os subsídios, pois as contas públicas estão
em bancarrota e precisa atender às imposições do FMI para obter um novo
empréstimo. Numa população total de seis milhões de habitantes, há mais de um
milhão e meio de palestinos, 300 mil refugiados iraquianos e 100 mil refugiados
sírios.
Na Tunísia, a aparente
estabilidade conseguida pela direita muçulmana liderada pela Ennahdha, uma
espécie de Irmandade Muçulmana local, não passou de uma aparência.
Recentemente, aconteceram grandes protestos na cidade de Siliana, na região
onde começou a chamada “Primavera Árabe” durante cinco dias. Com uma população
de 235 mil habitantes, os confrontos com a polícia deixaram um saldo de mais de
300 pessoas feridas. Na tentativa de conter os protestos, o governo central
demitiu o governador. Enquanto o desemprego no País alcança os 17% (cifras
oficiais), em Siliana supera os 26%.
O aprofundamento da crise
capitalista tem provocado a movimentação das massas populares contra os regimes
políticos que viabilizaram a dominação imperialista nas últimas décadas no
Oriente Médio. As tendências revolucionárias continuam em aberto, pois as
condições que levaram aos protestos continuam em aberto e enfraquecem o
imperialismo mundial, que depende, em enorme medida, do controle do petróleo. A
desestabilização da região conduz ao desabamento dos mecanismos em cima dos
quais está montada a especulação financeira mundial, que hoje constitui o
coração da economia capitalista, e, portanto, a aprofundar a crise nos países
centrais, que é a condição que leva ao levantamento das massas contra o regime
burguês, ou seja à revolução proletária pela expropriação do punhado de
parasitas financeiros que domina o mundo
Gaza: o detonador da elevação da
crise do imperialismo
A crise em Gaza funcionou como
uma espécie de detonador que elevou a crise a um novo patamar, mas não pode ser
avaliado de maneira isolada. O ataque israelense representou a tentativa dos
sionistas de conter o aumento da pressão dos países vizinhos, onde os grupos
nacionalistas têm se fortalecimento no impulso da movimentação das massas
populares. O resultado prático da agressão foi o fortalecimento da resistência
em Gaza, principalmente do Hamas e da Jihad Islâmica, que além de terem
enfrentado o exército sionista, lançaram mísseis que alcançaram as principais
cidades de Israel localizadas a 100 quilômetros de distância. O próprio
ministro da Defesa, Eduh Barak, foi aposentado após o ataque.
A invasão também revelou a
bancarrota da estratégia do imperialismo norte-americano para o Oriente Médio.
Generais do primeiro escalão, como Petreus, começaram a propor a necessidade de
mudar de política para manter o controle da região, o que implicava em diminuir
a importância do estado sionista, e portanto da ajuda militar de US$ 3 bilhões,
e no fortalecimento das alianças com os setores direitistas árabes.
A direita imperialista encurralou
a Administração Obama para evitar a mudança de política. A invasão a Gaza jogou
por terra o plano de negociar com o Irã o uso civil da energia nuclear, e
conseguiu desviar, do foco da discussão eleitoral israelense, a crise interna.
As consequências futuras serão ainda mais explosivas.
Fonte: site PCO
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