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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Em assembleia na FD, estudantes decidem manter a greve.


por  Anna Carolina Papp e Mariana Payno Gomes
Cerca de dois mil estudantes da USP – segundo o DCE – deliberaram manter a greve geral. A decisão foi tomada em assembleia no salão nobre da Faculdade de Direito, no dia 10 de novembro. Os alunos também debateram os próximos passos do movimento, a incorporação de novas bandeiras e a organização de atividades para o calendário de greve. A assembleia tomou corpo logo após um ato que contou com, em média, quatro mil pessoas em marcha pelas ruas do Centro em São Paulo, segundo informou a CET.


A Assembleia teve início por volta das 21h. Além da reafirmação dos eixos da greve, definidos na assembleia anterior, foram incorporadas ao movimento, por meio de votação, duas novas bandeiras: “10% do PIB para a educação” e “fora PM violenta de toda a sociedade”.


Ao comando de greve, composto por representantes das unidades, foi delegada a responsabilidade de organizar a mobilização nos cursos que ainda não haviam declarado paralisação ou que não haviam realizado suas assembleias deliberativas a respeito da greve.

Também foi decidido que todos os materiais e campanhas do movimento geral passassem primeiramente pelo comando de greve para aprovação. Tal resolução foi extremamente polêmica, gerando divergência entre os participantes, mas acabou sendo aprovada.
Relatos dos presos

Na abertura da assembleia, algumas das 73 pessoas presas durante a reintegração de posse da reitoria no dia 8 de novembro relataram a situação da ocupação e os momentos que se seguiram à chegada dos policiais.

Um aluno identificado apenas como Pardal disse que “as fotos que todo mundo viu na imprensa não têm nada a ver com o que havia na ocupação [da reitoria]. [Quem fez] aquilo foi a polícia para criminalizar o movimento”.

A estudante Rose, que supostamente foi agredida por policiais durante a operação, contestou a atitude do reitor João Grandino Rodas. “Eu não acho que o Rodas seja uma ‘persona non grata’. Porque ele não é uma pessoa, ele não é um ser humano. Aqueles policiais também não”, disse.

Segundo a PM, a reintegração de posse foi pacífica. A coronel Maria Yamamoto afirmou que não houve resistência ou reação violenta por parte dos alunos durante a operação.

Foi proposta uma campanha de arrecadação entre entidades estudantis e sindicais a fim de repor o dinheiro da fiança dos presos – paga com ajuda de sindicatos e movimentos populares. No entanto, um dos advogados envolvidos no caso, apresentado como Vandré, afirmou que os advogados representantes dos alunos estão tentando reaver a quantia judicialmente, além de solicitar a retirada dos processos contra os estudantes.
 Calendário de greve

Estudantes de outras instituições também estavam presentes na assembleia. Representantes da Unesp de Marília, da Unicamp, da PUC-SP e da Fundação Santo André declararam total apoio à greve dos uspianos.

Alunos de pós-graduação da USP afirmaram que “repudiam o fato de que a PM ocupe os espaços de política da Universidade”. Membros dos centros acadêmicos explicaram como a mobilização tomou corpo em algumas unidades e cursos e apresentaram suas atividades para a próxima semana – que incluem reuniões, debates e assembleias (as datas e horários podem ser consultadas na página do Jornal do Campus no facebook).

Os estudantes decidiram realizar um ato em frente ao prédio da reitoria na próxima quarta-feira (16), às 16h. O objetivo é exigir a presença do reitor em audiência pública às 18h, convocada pela Adusp (Associação de Docentes da USP), a fim de esclarecimento com reitoria.

A próxima assembleia geral será realizada na quinta-feira (17), na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), às 18h30.

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