Justiça federal cassa liminar que havia suspendido reintegração de posse
Os moradores do Pinheirinho nem bem tinham comemorado a suspensão da reintegração de posse, obtida na madrugada desta terça-feira, dia 17, e o clima de tensão voltou ao local.
No final do dia, a mesma Justiça Federal, que havia suspendido a reintegração de posse, cassou a liminar dos moradores, o que mantém a ordem de despejo, que pode ocorrer a qualquer momento.
A decisão voltou a colocar as famílias do Pinheirinho e todas as entidades que apoiam os moradores em alerta máximo. É preciso impedir uma desocupação violenta pela Tropa de Choque da PM, que resultará em um banho de sangue.
Antes da suspensão obtida pelos moradores nesta terça, a Polícia havia montado uma megaoperação e estava prestes a invadir a ocupação.
Todos os acessos ao Pinheirinho já estavam fechados pela PM e os moradores mantinham-se prontos para resistir à repressão policial. Um comboio da PM, com cerca de 2 mil homens, já estava próximo da Ocupação.
A operação só foi suspensa no último minuto e assim que a informação chegou aos moradores, o local se transformou numa grande festa, com fogos de artifício, bandeiraço, abraços e muitas lágrimas de alegria. Porém, a reviravolta na Justiça coloca as cerca de 2 mil famílias da ocupação sobre grave risco novamente.
Os advogados do Pinheirinho vão recorrer da decisão. A AGU (Advocacia Geral da União) também resolveu entrar oficialmente como parte da ação o que pode evitar a desocupação.
“Uma desocupação violenta no Pinheirinho é inadmissível. A juíza e o prefeito Eduardo Cury querem reproduzir os massacres de Eldorado dos Carajás e de Goiânia aqui na cidade. O Pinheirinho não é caso de polícia. É uma questão social que tem de ser resolvida pelo poder público”, afirma o advogado Toninho Ferreira.
Os governos federal, estadual e municipal podem impedir um banho de sangue. Basta agirem com bom senso e impedir essa tragédia anunciada.
Fonte: SindmetalSJC
Foto: Kit Gaion
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