Essa velha questão referente as privatizações dos Meios de Produção deve ser sempre questionada e, também , combatida com veemência. É evidente que trata-se de perspectiva ideológica. Não há experiência em qualquer país do mundo que demonstre que os trabalhadores e a sociedade ganharam com esse tipo de desigualdade na distribuição das riquezas que somente, insistem em beneficiar, as já conhecidas minorias que vêm, há séculos, asfixiando e aniquilando os trabalhadores.
A imprensa, quando evidentemente lhe convém, trata de noticiar tais expedientes naquela perspectiva que atende e defende os seus interesses. Aqueles que todos sabemos e conhecemos muito bem Sustentados na mesquinhez e no pior maquiavelismo, muitos setores desse tipo de imprensa se colocam na defensiva de típico fenômeno excludente e maléfico. Seu nome: PRIVATIZAÇÃO.
Marcadamente selvagem e predador, na seara da odisséia capitalista, as privatizações abrem gigantescos espaços para que quadrilhas de gângster loucos por lucro fácil e célere se lancem em corridas e jogatinas nocivas onde “ganhar muito dinheiro e rapidamente” é o que basta. È o que interessa. É o combustível do capitalismo imoral que torna-se inexoravelmente nocivo e deletério aos valores daquilo que é justo e humano.
A matéria que segue é de Francisco Lemos, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários/SINA. Vamos a ela.
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Por Francisco Lemos*.
A questão da concessão/privatização dos aeroportos de Campinas e Guarulhos, em São Paulo, e Brasília, no Distrito Federal, foi tratada de maneira facciosa pela grande midia, que partiu do princípio que uma administração privada é mais eficiente do que a pública.
Se assim fosse não veríamos tampas de bueiros voando nas ruas e avenidas do Rio deJaneiro - cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2016 -; panes nos serviços de internet; e muito menos apagões no fornecimento de energia elétrica.
Infelizmente, essa postura escondeu do grande público que 85% dos aeroportos em todo o mundo são públicos, inclusive nos Estados Unidos da América, principalmente após os atentados de 11 de Setembro. Lá os terminais aeroportuários são encarados como portas de entrada e saída do país e aqui no Brasil como um grande negócio a ser explorado por quem tem "competência".
Em nenhum momento os trabalhadores - representados pela Central Única dos Trabalhadores/CUT e pelo Sindicato Nacional dos Aeroportuários/SINA - foram contra a parceria com o setor privado. O que foi e vem sendo questionado na Mesa de Diálogo com a Presidência da República, através das secretarias Geral e de Aviação Civil, é o formato da concessão/privatização decidida pelo governo federal.
Os trabalhadores aeroportuários entendem que as atividades fim - operações, segurança aeroportuária, carga aérea, manutenção especializada e navegação aérea - dos três aeroportos em processo de concessão devem pemanecer sob aresponsabilidade da Infraero. E não faltam argumentos para essa defesa.
Na história da aviação, 98% dos acidentes aéreos ocorreram nos processos de pouso e decolagem e apenas 2% em cruzeiro. Significa dizer que os aeroportos são a parte mais sensível e que a operação dos mesmos não pode ser entregue a quem não tem experiência, através de terceirização e até quarteirização da atividade.
Para se ter uma ideia, os três terminais realizaram juntos, só nos primeiros nove meses de 2011, 39.350.394 embarques/desembarques de passageiros.
E a Infraero, com 38 anos de experiência, é reconhecida internacionalmente pela sua competência na operação da infraestrutura aeroportuária. Além de ser a guardiã da soberania nacional. Afinal, pelos aeroportos - além de passageiros - trafegam cargas de alto valor agregado, infecto-contagiosas, vivas, explosivas, radiativas, numerário da Casa da Moeda, além de condenados pela Justiça do Brasil de outros países.
É evidente que é preciso tomar providências em relação aos nossos aeroportos. A ascensão social promovida pelo governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva levou as classes C e D a trocar as cansativas viagens de ônibus pelos rápidos vôos da aviação civil. E atualmente acredita-se que mais de 50% dos bilhetes aéreos são adquiridos por passageiros dessas classes sociais.
Mas as providências necessárias nos nossos aeroportos não podem negligenciar a segurança de milhões de vidas humanas e muito menos fazer as classes C e D retornar às estações rodoviários, com aumentos extorsivos das taxas aeroportuários.
*Francisco Lemos é presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários/SINA
fonte: site Sina org. br
fonte: site Sina org. br
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