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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Concessão de aeroportos tem tratamento faccioso.

foto: Francisco Lemos
Essa  velha questão referente as privatizações dos Meios de Produção  deve ser sempre questionada e, também , combatida com veemência. É evidente que trata-se de perspectiva ideológica.  Não há experiência   em qualquer país do mundo que demonstre que os trabalhadores e a sociedade  ganharam com esse tipo de desigualdade na distribuição das riquezas   que somente, insistem em  beneficiar,  as já conhecidas minorias que  vêm, há séculos, asfixiando  e aniquilando os trabalhadores.

A imprensa, quando evidentemente lhe convém, trata de noticiar tais expedientes   naquela perspectiva  que atende e defende os seus interesses. Aqueles que todos sabemos e conhecemos muito bem  Sustentados na mesquinhez  e no pior maquiavelismo, muitos  setores desse tipo de   imprensa  se colocam na defensiva de  típico   fenômeno excludente e maléfico.    Seu nome:  PRIVATIZAÇÃO.


Marcadamente selvagem  e predador,  na seara  da odisséia  capitalista, as privatizações abrem gigantescos espaços para  que quadrilhas  de gângster  loucos por lucro fácil e célere se lancem   em corridas e  jogatinas nocivas onde “ganhar muito dinheiro  e rapidamente” é o que basta.  È o que interessa.  É o combustível do capitalismo imoral  que torna-se  inexoravelmente nocivo e deletério aos valores daquilo que é justo e humano.

A matéria que segue é de   Francisco Lemos, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários/SINA.      Vamos a ela.

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Por Francisco Lemos*.

A questão da concessão/privatização dos aeroportos de Campinas e Guarulhos, em São Paulo, e Brasília, no Distrito Federal, foi tratada de maneira facciosa pela grande midia, que partiu do princípio que uma administração privada é mais eficiente do que a pública.

Se assim fosse não veríamos tampas de bueiros voando nas ruas e avenidas do Rio deJaneiro - cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2016 -; panes nos serviços de internet; e muito menos apagões no  fornecimento de energia elétrica.  

Infelizmente, essa postura escondeu do grande público que 85% dos aeroportos em todo o mundo são públicos, inclusive nos Estados Unidos da América, principalmente após os atentados de 11 de Setembro. Lá os terminais aeroportuários são encarados como portas de entrada e saída do país e aqui no Brasil como um grande negócio a ser explorado por quem tem "competência".

Em nenhum momento os trabalhadores - representados pela Central Única dos Trabalhadores/CUT e pelo Sindicato Nacional dos Aeroportuários/SINA - foram contra a parceria com o setor privado. O que foi e vem sendo questionado  na Mesa de Diálogo com a Presidência da República, através das secretarias Geral e de Aviação Civil, é o formato da concessão/privatização decidida pelo governo federal.

Os trabalhadores aeroportuários entendem que as atividades fim - operações, segurança aeroportuária, carga aérea, manutenção especializada e navegação aérea - dos três aeroportos em processo de concessão devem pemanecer sob aresponsabilidade da Infraero. E não faltam argumentos para essa defesa.                     
Na história da aviação, 98% dos acidentes aéreos ocorreram nos processos de pouso e decolagem e apenas 2% em cruzeiro. Significa dizer que os aeroportos são a parte mais sensível e que a operação dos mesmos não pode ser entregue a quem não tem experiência, através de terceirização e até quarteirização da atividade.

Para se ter uma ideia, os três terminais realizaram juntos, só nos primeiros nove meses de 2011, 39.350.394 embarques/desembarques de passageiros.

E a Infraero, com 38 anos de experiência, é reconhecida internacionalmente pela sua competência na operação da infraestrutura aeroportuária. Além de ser a guardiã da soberania nacional. Afinal, pelos aeroportos - além de passageiros - trafegam cargas de alto valor agregado, infecto-contagiosas, vivas, explosivas, radiativas, numerário da Casa da Moeda, além de condenados pela Justiça do Brasil de outros países.

É evidente que é preciso tomar providências em relação aos nossos aeroportos. A ascensão social promovida pelo governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva levou as classes C e D a trocar as cansativas viagens de ônibus pelos rápidos vôos da aviação civil. E atualmente acredita-se que mais de 50% dos bilhetes aéreos são adquiridos por passageiros dessas classes sociais.

Mas as providências necessárias nos nossos aeroportos não podem negligenciar a segurança de milhões de vidas humanas e muito menos fazer as classes C e D retornar às estações rodoviários, com aumentos extorsivos das taxas aeroportuários.

*Francisco Lemos é presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários/SINA
  fonte: site Sina org. br

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