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sábado, 20 de abril de 2013

Artigo de Emanuel Cancella: A Privataria Petista


Já se disse que  quando um homem fala do que não compreende para uma  multidão de pessoas que não entende  o que ele diz, ele está falando metafísica.   Esse chiste é bastante  oportuno  em face ao tema desse texto.                   Sim, ele  encerra  muitas verdades.

Ou  aquele  outro  mais   popular:  “esta   conversa é  fiada”.  Isso  faz-me lembrar de um  grande professor de língua portuguesa  que  certa manhã, no último  ano do ensino médio ,   legou-nos,  referindo-se naquele momento   a certos  fatos infundados. . .. ”são colóquios flácidos para acalentar  bovinos”.            Inesquecível!                          Lembro-me como se fosse   há pouco.

As questões  que   apontam para  as  expectativas , produção  e o patrimônio da Petrobrás   já acenderam grandes e   espetaculares   discussões.  Muitos se expressaram sobre  o tema, alguns com superficialidade, outros não.

A  análise e  observações, a propósito  muito preocupantes,  do diretor do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Emanuel Cancella  podem causar    surpresas  irritação e confirmações   para  muitos, da mesma forma que podem provocar   frustrações  e decepções    em outros.  Algo, entretanto,   nisso tudo é certo.                  Ele não está falando  metafisicamente .  

 Demonstra  com  grande nitidez  que   aquilo que tantos  temiam   está em curso.  E com notável  precisão.  O velho e antigo   ponto de intersecção  entre tucanos e petistas está em operação.  E isso se faz sentir  em determinados  setores  da vida nacional.  A  grande maioria dos  observadores e analistas políticos de cunho  progressista, por outro lado, se esquivam ou  desdenham  tal  elucidação.

 É um  mecanismo  terrível.  Como disse recentemente a senhora Foster, é como um relógio. Terá a sociedade organizada forças para   freá-lo?  O exemplo vindo da Venezuela  não seria  suficiente para ensinar algo aos nossos  governantes?  

É,  como diz meu   ilustre  vizinho     Ceará:  “ a pancada é seca”.    Muitos brasileiros esperavam por  postura diferente  do  governo atual em face  a política  energética  e suas potencialidades.

 Muito também se falou, e isso ainda é forte, na  web e noutros veículos  de informação, sobre o entreguismo e a submissão internacionais,  marca indelével, e ao que se vê não exclusiva dos  tucanos neoliberais.

Leonel Brizola com aquele   nacionalismo que lhe era peculiar  e  na defesa dos interesses  nacionais denunciava  aquilo que os tucanos e os fascistas colaboradores da ditadura   mais gostavam de fazer:  ampliar  e acentuar aquilo que ele  denominava de  perdas internacionais.    no final de seus dias  Brizola apontava,  com grande preocupação, os rumos  de algumas vertentes  esquerdistas  que possuíam, segundo ele,  condições de mudar o status quo   então vigente.

A questão parecia estar bem encaminhada pelo menos no discurso, dizia ele, quando  discursava  com sua  respeitável experiência  e grande  conhecedor  dos feitos de nossas elites.  Ele sabia do que falava.  Passara  anos de sua vida denunciando as vilezas e  sevícias  dessa classe social  apátrida.


Hoje, decididamente, é uma vergonha   ver tais expedientes em andamento   e  saber por antecipação as consequências  de tais  deliberações.  Os precedentes,  em casos como esse, são os piores.          A história tem mostrado isso.

Um  governo oriundo de um partido que nasceu junto aos movimentos populares, não deveria  esquecer seu histórico papel e, muito menos, se esquivar de  suas origens.

Certas  coisas  não há como separar.   Aquelas que aludem as questões  ideológicas são, por assim dizer,  complexas  e a sociedade não  entende e não aceita comportamentos  tão  imprevisíveis.             Imprevisíveis?             Será esse mesmo o termo adequado?    

Em tempo:   O mesmo Brizola, em meados dos  anos 90, mais precisamente em 1994,  disparou, como habitualmente o fazia quando  indagado:     "Eu é que vou fazer um chamamento às bases do PT. A cúpula do PT tem uma tendência irresistível para a direita, o que não ocorre com as bases."      "Vou fazer um chamamento especialmente ao eleitorado popular que tem votado por simpatia no PT". 
 É, isso  não é metafísica.                     Está mais para dialética.


Professor Jeovane

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Vamos sugerir ao jornalista Amauri Ribeiro Junior que escreva um novo livro sobre a “Privataria Petista”. A edição do segundo volume dessa história de privatizações seria importante para comparar os métodos tucanos e petistas, apontando aqueles que foram favorecidos. Quem foi prejudicado já se sabe, o povo brasileiro.

*Por Emanuel Cancella

Vamos sugerir ao jornalista Amauri Ribeiro Junior que escreva um novo livro sobre a “Privataria Petista”. Apesar de boicotada pela grande imprensa e proibida de circular pelos tucanos, a publicação foi um sucesso de vendas.  A edição do segundo volume dessa história de privatizações seria importante para comparar os métodos tucanos e petistas, apontando aqueles que foram favorecidos. Quem foi prejudicado já se sabe, o povo brasileiro.

Dilma serve uma sopa para os miseráveis do país e faz banquete para os ricos do mundo.  Em termos de valores, os petistas devem chegar à frente dos tucanos: só a 11ª rodada de leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, a ser realizada nos dias 14 e 15 de maio, envolve, segundo a própria ANP, algo estimado em 30 bilhões de barris de petróleo ou equivalente a três trilhões de dólares. No entanto, a Agência espera arrecadar com o leilão apenas bilhão de dólares.

Todos os valores envolvidos na  “Privataria Tucana”, somados (Vale do Rio Doce, CSN, Telebrás, Eletrobrás etc) não atingiriam os valores do que presidente Dilma, do PT, já está privatizando e ainda pretende privatizar,  o que inclui aeroportos, portos, estradas e agora o petróleo.

Além dos leilões marcados pela ANP – com reservas que equivalem a pelo menos duas Petrobrás – existo o plano de “desinvestimento” criado pela presidente da companhia, Graça Foster, que inclui o repasse a iniciativa privada de termoelétricas, usinas eólicas, pequenas centrais hidrelétricas e campos de petróleo.

Foster já está colocando em prática a venda de ativos. Em novembro de 2012 repassou para Eike Batista 40% do campo BS 04, da Bacia de Santos. O governo tucano, que chegou a dividir a Petrobrás em unidades de negócio para vendê-la fatiada, não conseguiu seu intento, mas Graça Foster já começou a venda de ativos. Já está vendendo o patrimônio da Petrobrás.

Graça que disse que, no passado, foi catadora de papel. Em julho do ano passado chegou a declarar a investidores, em Londres, que vai dedicar sua vida para recuperar os valores dos papéis da Petrobrás. Mas os papéis a que ela se referia são as ações da empresa. Diferente de Lula que durante seu governo se reunia todo ano, no Natal, com catadores de papel, Graça nega a própria origem e já “vendeu” um campo gigante de petróleo ao mega empresário Eike Batista. Agora diz que quer ajudá-lo nas dificuldades que enfrenta, no Porto de Açu, em São João da Barra, no norte fluminense. Em visita a Porto Alegre, declarou aos jornais gaúchos que “ainda pretendem fazer outras parcerias com o empresário Eike Batista”.


O problema que o desinvestimento não está previsto em lei e a Petrobrás ainda é uma estatal e não pode ser usada para ajudar amigos empresários. A presidente Dilma ganhou o debate eleitoral e se elegeu presidenta rechaçando a privataria tucana. Fomos vitimas de um estelionato eleitoral? Dilma que parece se afastar do movimento social dos sindicatos e a abandonar bandeiras histórica do PT como a luta contra a privatização a reforma agrária etc. Dilma acaba de desonerar de impostos a grande mídia. “Estima-se que o setor de mídia venha a economizar R$ 1,2 bilhões por ano a partir de 2014, quando o beneficio entra em vigor.”, revela o jornalista Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa.

A presidente se afasta de aliados e se aproxima de inimigos históricos. Lula também usou dessa artimanha, a pretexto da governabilidade. Mas é provável que tenha se arrependido, a julgar pelo ataque diário que recebe por parte da Mídia. A presidenta ainda há de sentir na pele o dito popular: “dia do favor, véspera da ingratidão”.

É inaceitável o silêncio e a cumplicidade do governo do PT, em relação às privatizações. Se mudou de lado, o governo Dilma tem que vir a público e fazer como FHC: assumir as privatizações e falar das vantagens desse modelo. No dia 27 de março, o Senador Roberto Requião, do Paraná, fez um pronunciamento na tribuna do Senado em alto e bom som: “Eu não votei duas vezes no Lula e uma na Dilma para privatizar!”

Emanuel Cancella é diretor do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)

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