Paul Craig Roberts
Único entre os países da Terra, o
governo dos EUA insiste em que as suas leis e ditames têm prioridade sobre a
soberania das nações. Washington assevera o poder de tribunais estado-unidenses
sobre estrangeiros e reclama jurisdição extraterritorial de tribunais dos EUA
em relação a atividades estrangeiras que Washington ou grupos de interesses
americanos desaprovam. Talvez o pior resultado do desdém de Washington para com
a soberania de países seja o poder que tem exercido sobre estrangeiros
unicamente com base em acusações de terrorismo destituída de qualquer
evidência.
Considere alguns exemplos.
Washington primeiro forçou o governo suíço a violar as suas próprias leis
bancárias. A seguir forçou a Suíça a revogar as suas leis de segredo bancário.
Alegadamente a Suíça é uma democracia, mas as leis do país são determinadas em
Washington por pessoas não eleitas pelos suíços para representá-las.
Considere o "escândalo do
futebol" que Washington cozinhou, aparentemente para embaraçar a Rússia. A
sede da organização do futebol é a Suíça, mas isto não impediu Washington de
enviar agentes do FMI à Suíça para prender cidadãos suíços. Tenta imaginar a
Suíça a enviar agentes federais suíços aos EUA para prender americanos.
Considere a multa de US$9 mil
milhões que Washington impôs a um banco francês por deixar de cumprir
plenamente as sanções de Washington contra o Irão. Esta afirmação do controle
de Washington sobre uma instituição financeira estrangeira é ainda mais
audaciosamente ilegal tendo em vista o facto de que as sanções que Washington
impôs ao Irão e que exige que outros países soberanos obedeçam são ela próprias
estritamente ilegais. Na verdade, neste caso temos uma tríplice ilegalidade
pois as sanções foram impostas com base em acusações cozinhadas e falsificadas
que eram mentiras.
Ou considere que Washington
afirmou sua autoridade sobre o contrato entre um estaleiro naval francês e o
governo russo e forçou a companhia francesa a violar um contrato com um
prejuízo de milhares de milhões de dólares para a empresa francesa e de grande
número de empregos para a economia do país. Isto fazia parte do ensinamento de
Washington aos russos, uma lição por não seguirem as ordens de Washington na
Crimeia.
Tente imaginar um mundo em que
cada país afirme a extraterritorialidade das suas leis. O planeta seria um caos
permanente com o PIB mundial gasto em batalhas legais e militares.
A Washington dos neocons afirma
que como a História escolheu a América para exercer a sua hegemonia sobre o
mundo, nenhuma outra lei é relevante. Só a vontade de Washington é que conta. A
própria lei não é sequer necessária pois Washington muitas vezes substitui
ordens por leis, como quando Richard Armitage, vice-secretário de Estado (uma
posição não eletiva) disse ao presidente do Paquistão para fazer como ele lhe
dizia ou "nós o bombardearemos até [levá-los] à idade da pedra ".
Tente imaginar os presidentes da
Rússia ou da China a darem uma tal ordem a uma nação soberana.
De facto, Washington bombardeou
grandes áreas do Paquistão, assassinando milhares de mulheres, crianças e
idosos aldeões. A justificação de Washington era a afirmação da extraterritorialidade
de ações militares dos EUA em outros países com os quais Washington não está em
guerra.
Tão horrendo como tudo isto, o
pior dos crimes de Washington contra outros povos, é quando Washington
sequestra cidadãos de outros países e transporta-os para Guantanamo em Cuba ou
para masmorras secretas em estados criminosos tais como o Egito e a Polónia
para serem ali mantidos e torturados em violação tanto da lei estado-unidense
como do direito internacional. Estes crimes chocantes provam para além de
qualquer dúvida que o governo dos EUA é o pior empreendimento criminal que
alguma vez existiu sobre a Terra.
Quando o criminoso regime
neoconservador de George W. Bush lançou sua invasão ilegal do Afeganistão, o
regime criminoso em Washington precisava desesperadamente de
"terroristas" a fim de providenciar uma justificação para uma invasão
ilegal que constitui um crime de guerra grave sob o direito internacional.
Contudo, não havia quaisquer terroristas. Assim Washington despejou folhetos
sobre territórios dos senhores da guerra a oferecer milhares de dólares em
prémios de dinheiro por "terroristas". Os senhores da guerra
respondiam a essa oportunidade e capturavam qualquer pessoa desprotegida,
vendendo-as aos americanos em troca do prémio.
A única evidência de que os
"terroristas" eram terroristas é que as pessoas inocentes foram
vendidas aos americanos pelos senhores da guerra como sendo
"terroristas".
Ontem Fayez Mohammed Ahmed
Al-Kandari foi libertado depois de 14 anos de tortura pela "América da
liberdade e da democracia". O oficial dos EUA, Cor. Barry Wingard, que
representou Al-Kandari disse que "simplesmente não há evidência além de
que ele é um muçulmano no Afeganistão no momento errado, além de duplas e
triplas declarações de rumores, algo que nunca foi visto como justificação para
encarceramento". Muito menos, disse o Cor. Wingard, era causa para muitos
anos de torturas num esforço para forçar uma confissão das alegadas ofensas.
Não espere que os media
presstitutos do ocidente o informe destes factos. Para descobri-los deve ir à RT ou ao sítio web de
Stephen Lendman ou a este sítio.
Os media presstitutos do ocidente
fazem parte da operação criminosa de Washington.
O original encontra-se em
www.paulcraigroberts.org/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/ .
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