Brasil de Fato- Manifestantes pedem à COPEL e ao governador o cancelamento imediato do
aumento de 33,5% nas contas de luz da população paranaense. Movimentos também
cobram reparação dos prejuízos das enchentes causadas pela abertura das
comportas da Hidrelétrica de Salto Caxias
Do MAB
Nesta terça-feira (24),
aproximadamente 300 pessoas protestam em Curitiba (PR) contra o reajuste de
33,5% nas tarifas de energia elétrica para 4,1 milhões de consumidores,
distribuídos em 395 municípios paranaenses.
O aumento nas contas de luz foi
autorizado no início desta manhã pela ANEEL (Agência Nacional de Energia
Elétrica), como resposta ao requerimento feito a cerca de um mês pela COPEL
(Companhia Paranaense de Energia).
O protesto se concentra em frente
à COPEL, onde uma comitiva dos movimentos se reúne com representantes da
estatal para cobrar o cancelamento imediato dos aumentos nas tarifas. “Esse
aumento é uma medida política, que tem como responsável o governo estadual do
PSDB que controla a COPEL. Não aceitamos pagar uma das tarifas de energia mais
caras do mundo”, afirmou Robson Formica, coordenador do MAB.
O MAB (Movimento dos Atingidos
por Barragens), movimentos sociais e sindicais, e cooperativas também cobram
medidas emergenciais da COPEL para reparar os danos causados com a abertura das
comportas da Usina Hidrelétrica de Salto Caxias, que causou o alagamento de
milhares de casas no sudoeste do Paraná.
Política de reajustes
Cada uma das 64 distribuidoras de
energia elétrica espalhadas pelo Brasil possui um calendário anual para
aumentar a sua conta de luz, chamado de “Reajuste Tarifário Anual”. Neste ano,
a data de reajuste para a “COPEL Distribuidora” aconteceu no dia 24 de junho.
Cerca de 30 dias antes da data,
cada distribuidora encaminha um documento com o pedido do percentual de aumento
desejado. Este documento é entregue à ANEEL e publicado no site da agência.
Após esse pedido, a ANEEL avalia os dados fornecidos por essas empresas e
decide quanto de aumento a empresa poderá aplicar nas contas de luz da
população para os próximos 12 meses. A COPEL havia entrado com um pedido de
reajuste médio de 32,45%.
No ano passado a ANEEL já havia
autorizado um reajuste de 14,42%. No entanto, em função das grandes
manifestações de rua, o aumento foi aplicado parcialmente.
O aumento é resultado da especulação do PSDB
No final de 2012, o governo Dilma
anunciou uma redução nas tarifas que, em média, foi de 18% para as residências.
A redução foi possível porque as hidrelétricas federais construídas há mais de
30 anos aceitaram reduzir o preço das tarifas de R$ 100/MWh para
R$ 33/MWh. Todas as empresas federais do sistema Eletrobrás renovaram
seus contratos, representando cerca de 14.000 MW.
Entretanto, as empresas estaduais
governadas pelo PSDB (CESP, CEMIG e COPEL) não aceitaram reduzir suas tarifas e
se aliaram com empresas privadas, que também são contra qualquer política de
redução dos preços, passando a fazer uma grande disputa contra o governo
federal.
Os ataques foram realizados
principalmente através da grande mídia, que iniciou uma série de denúncias
sobre uma possível “crise” no setor elétrico, com “ameaças” de apagões. Os
ataques passaram a ser contra qualquer medida de redução de tarifas.
A energia não renovada das
hidrelétricas controladas pelas estatais Cesp (SP), Cemig (MG) e Copel (PR),
somou cerca de 9.700 MW de potência (cerca de 5.460 MW médios) e causou um
déficit às 64 distribuidoras de energia.
Com este déficit, a maioria das
distribuidoras tiveram que buscar novas fontes no chamado “Mercado Livre”,
através do “Mercado de Curto Prazo”, onde as tarifas chegaram ao valor de R$
822,83/MWh no início do ano devido à especulação.
Esta energia das empresas
governadas pelo PSDB está sendo vendida para as distribuidoras a um preço que
chega a ser 25 vezes maior que a energia oferecida pelas usinas da Eletrobrás.
Enquanto as federais vendem a R$ 33/MWh, muitas usinas tucanas estão vendendo a
R$ 822/MWh no Mercado de Curto Prazo.
“CEMIG Geração”, “COPEL Geração”,
entre outras, são as causadoras dos grandes aumentos nas contas de luz da
“COPEL Distribuidora”, Cemig Distribuidora, etc. Para esconder este “golpe”, as
companhias justificam os grandes aumentos pela seca e pelo acionamento das
usinas térmicas.
Lucro
A Copel registrou lucro líquido
de R$ 1,072 bilhão em 2013, um valor 53% maior que os R$ 700,68 milhões em
2012. Neste ano a Copel já registrou um lucro líquido de 583 milhões de reais
no primeiro trimestre, alta de 46,2% em comparação com o mesmo período de 2013,
segundo a própria companhia. Mesmo diante de tanto lucro, a empresa receberá
33,5% de aumento nas contas de luz.
Confira o vídeo realizado pelo
setor de comunicação do MAB:
fonte: Brasil de fato foto Reprodução
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