Jorge Cadima
Comemora-se o aniversário da
derrota do nazi-fascismo na II Guerra Mundial. A guerra de 1939-45 foi a maior
carnificina na história da Humanidade. Mais de 50 milhões de mortos. Uma guerra
combatida da Europa ao Extremo Oriente, mas que viu os combates decisivos e
mais intensos no território da União Soviética. Foi o povo soviético e o seu
glorioso Exército Vermelho que – à custa de mais de 20 milhões de mortos –
deram o contributo determinante para a derrota das hordas nazis. Os povos do
mundo ser-lhes-ão eternamente gratos.
A II Guerra é inseparável da
grande crise do capitalismo que eclodiu em 1929 e que levou o nazismo ao poder
na Alemanha. Mas o nazi-fascismo não foi um ato de mera irracionalidade. Por
toda a parte, a sua missão histórica foi a de esmagar o movimento operário e
popular e impor a dominação de classe pela violência e o terror. E por isso
contou com o apoio ativo e solidário de boa parte das classes dominantes
europeias. Para o nazismo alemão tratou-se ainda de assegurar o «espaço vital» que
alimentasse os lucros dos grandes monopólios alemães que levaram Hitler ao
poder. Peça chave desse objetivo era a conquista e colonização dos territórios
da URSS, que deveria garantir recursos e mão-de-obra escrava em abundância.
O fim da II Guerra Mundial, com a
derrota do sector mais violento e terrorista do capitalismo europeu, trouxe
importantes vitórias para os povos, no plano político, económico e social.
Mesmo nos países que, libertos do fascismo, permaneceram sob o sistema
capitalista, a nova correlação de forças mundial levou à criação do que se
convencionou chamar «Estado Social». Hoje dizem-nos que é insustentável e que
«não há dinheiro». Mas houve dinheiro na Europa destruída por seis anos de
guerra. Porque o problema não é «haver dinheiro». O problema é quem o detém e
como se gasta.
Com a reconstituição do poder
férreo do grande capital – e através desse instrumento agressivo de dominação
de classe e nacional que é a União Europeia – os povos europeus sofrem a
destruição das suas conquistas. E também o regresso, pela mão da UE e EUA, do
fascismo. Por mais voltas que a propaganda de regime dê, a verdade é que os
fascistas ucranianos chegaram aos corredores do poder pela via do golpe e da
violência, e pela mão da UE/EUA. Não são fascistas reciclados. São fascistas
que se orgulham do seu passado de combate nas fileiras das SS nazis. E dos
massacres de muitos milhares de pessoas (quer na tropa nazi, quer por conta
própria) não só contra o povo e os comunistas soviéticos, mas contra judeus, polacos
e outros.
Não se trata de águas passadas. O massacre de
dia 2 de Maio em Odessa foi um ato propositado: as tropas de choque fascistas
atearam fogo à Casa dos Sindicatos onde se refugiaram dezenas de pessoas que
participavam num acampamento de protesto anti-golpe no largo fronteiriço;
quando os bombeiros chegaram foram atacados e quem procurava fugir do edifício
era agredido e morto. Houve dezenas de mortos, muitos queimados vivos. Tal como
nos anos 30, a violência fascista mata, com a cumplicidade do poder e das
potências a quem serve. Tal como nos anos 30, esta violência fascista tem um
objetivo de classe: impor ao já martirizado povo ucraniano as políticas
troikeiras da UE e FMI, pilhar (ainda mais) as riquezas da Ucrânia,
transformá-la em terra de trabalho (ainda mais) escravo e em base de arranque
para novas guerras imperialistas.
A Comissão Europeia é presidida
por Durão Barroso, o anfitrião da famigerada Cimeira das Lajes, a Cimeira da
mentira e da guerra do Iraque. A UE é hoje o principal agente de empobrecimento
dos povos europeus. E é também promotor de guerra e fascismo. Na Europa e no
mundo, o grande capital que manda na UE quer novos lebensraum. A sua derrota é
tarefa urgente. E dia 25 de Maio há uma oportunidade para contribuir para essa
derrota, levando a resistência ao voto na CDU.
Fonte: Avante
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