Brasil - Luta de Classes - O
Lucro dos supermercados não para de crescer. De acordo com relatório do DIEESE,
em 2012 o faturamento do setor foi de R$ 242,9 milhões e o volume de vendas no
segmento de hiper e supermercados teve crescimento de 8,9% com a receita
nominal obtendo um aumento de 16% diante de 2011.
O crescimento dos lucros dos
supermercados é maior que o do Produto Interno Bruto do Brasil, que em 2012
teve um aumento de 0,9%.
Apenas o grupo Pão de Açúcar
(foto) faturou R$ 57,2 bilhões e encabeça a lista das empresas do setor
supermercadista que mais lucram. Em seguida, apareceram o Carrefour e o
Wal-Mart (proprietária da bandeira Hiper Bom Preço), com R$ 31,5 bilhões e R$
25,9 bilhões, respectivamente. O Cencosud (no Brasil, além do GBarbosa, a
Cencosud adquiriu as bandeiras Mercantil Rodrigues, Perini, Bretas e Prezunic)
aparece em quarto lugar, com faturamento de R$ 9,7 bilhões, aumento real de
47,2% em relação a 2011 (R$ 6,6 bilhões), a maior variação entre os cinco
primeiros do setor. Em quinto lugar, surge o Zaffari, que faturou R$ 3,3
bilhões.
Estes cinco grupos, Pão de
Açucar, Carrefour, Wal-mart, Cenconsud e Zaffari são donos de 52, 6 do total do
faturamento do setor. Porém tanto lucro não é do acaso. Os trabalhadores deste
setor estão entre as categorias que recebem os piores salários do país. Para
ter uma ideia, a média do maior salário em 2012 era de apenas R$ 869,00, sendo
que a imensa maioria da categoria recebe apenas um salário mínimo.
Mas não basta pagar baixos
salários, segundo dados do MTE, os trabalhadores em supermercados ocupam a 4ª
posição entre os trabalhadores que mais sofrem com doenças e acidentes de
trabalho, perdendo apenas para frigoríficos, as fábricas de roupas e
atendimento hospitalar.
Nas visitas aos supermercados,
sempre recebemos denúncias do desrespeito das empresas aos trabalhadores. O
descanso obrigatório quase nunca é respeitado, chega-se a passar oito horas sem
se alimentar e ir ao banheiro tornou-se um luxo, inúmeros funcionários sofrem
de infecção urinária por passar horas sem liberação para ir ao sanitário após
terem solicitado.
Além disso com a utilização do
banco de horas, as horas-extras não são pagas devidamente aos trabalhadores. A ausência
dos equipamentos de proteção aumentam os riscos de acidentes, inclusive com
produtos quimicos, o que tem deixado diversos trabalhadores incapacitados de
trabalhar, e o que é pior: na maioria destes casos os supermercados sequer
pagam o tratamento e a indenização.
Na ganância por mais lucros, os
supermercados contratam um número de funcionários muito inferior à demanda
necessária, de forma, que cada empregado cumpre o serviço de três e se não der
conta da tarefa é humilhado publicamente ou rebaixado de função. A pressão
psicológia é tão brutal que não são os funcionários que sofrem de estresse
emocional.
O nível de exploração é tão
grande, que de acordo com os dados do Caged em 2012 (Cadastro Geral de
Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego), o desligamento por
iniciativa do trabalhador é o principal motivo de desligamento no segmento,
equivalente a 43,4% do total.
Além da super exploração sobre os
trabalhadores, o preço das cestas básicas cresceram na maioria das capitais do
Brasil. No primeiro semestre de 2013, 18 capitais apresentaram alta nos preços
da cesta básica. As maiores elevações situaram-se em Aracaju (21,57%), João
Pessoa (20,02%) e Recife(19,17%). Os menores aumentos foram verificados em
Florianópolis (6,00%), Belo Horizonte (6,05%) e Vitória (8,50%).
Toda esta realidade só aponta a
necessidade da união dos trabalhadores para transformar esta realidade, o único
compromisso dos capitalistas é com o lucro. Enquanto as empresas multinacionais
monopolizarem o comércio de alimentos no Brasil a exploração sobre os
trabalhadores e a carestia só tendem a aumentar.
Fonte: Diario Liberdade
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