É preciso que o governo brasileiro
tenha a coragem de levar adiante, observadas
evidentemente as proporções devidas e referentes
as prerrogativas dos limites de poder, as investigações sobre os crimes da ditadura
cívico militar do período de 1964- 1985.
A sociedade
e principalmente as famílias que perderam seus parentes têm o direito, inexorável de
saber a verdade sobre os “desaparecidos”. Quão
importante também é que todos tenham
acesso e conhecimento dos nomes de todos os envolvidos.
A julgar pelo desenrolar e apontamentos em expedientes e feitos, divulgados pelos nossos vizinhos, que investigaram e ainda investigam, há muita coisa surpreendente. Assustadoras?!! Ao que parece dependem da perspectiva em que são analisadas. Muito provavelmente, fatos idênticos, ocorreram também no Brasil. Afinal a ditadura,
possuía fortes e poderosos tentáculos.
Havia, e isso é certo, uma atuação conjunta
sob a égide da criminosa CIA. E isso não é tudo. É preciso a divulgação de nomes, onde atuavam, cenários
e locais dos fatos,... a sociedade tem o
direito e o Estado o dever e a obrigação de apontá-los.
Desde os notáveis “empreendedores” passando
pelos não menos célebres expoentes da
grande imprensa e Meios de Comunicação. E, lógico, não se esquecendo de verificar se ocorreu o envolvimento da Igreja.
Muitos têm a clareza de que setores expressivos, senão a maioria dos representantes dessa poderosa
instituição, apoiaram, defenderam e foram, por conseguinte, corresponsáveis por crimes similares noutros países do
continente.
Professor Jeovane
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Segundo depoimento, Carlos Araújo afirma ter sido torturado na presença de empresários da federação e que estes também financiaram a ditadura.
PCO- O ex-preso da Ditadura Militar,
Carlos Franklin Paixão de Araújo, denunciou em depoimento à audiência pública,
que selou a parceria entre as comissões da verdade nacional e estadual, que foi
torturado na presença de empresários ligados à Federação das Indústrias de São
Paulo (Fiesp). Araújo foi membro da Vanguarda Popular Revolucionária, foi preso
em 70, pouco tempo depois de se casar com a atual presidente Dilma Rousseff e
ficou encarcerado por quatro anos.
O ex-deputado estadual do Rio
Grande do Sul afirma que a Fiesp ajudou a Ditadura Militar financeiramente e
que inclusive “estimulava e assistia” aos interrogatórios e sessões de tortura.
No depoimento, ele apontou o empresário Nadir Figueiredo como um dos financiadores
da Operação Bandeirantes que levou à criação do DOI-CODI a qual Figueiredo
dirigiu, extraoficialmente.
“Quando se diz que a Comissão da
Verdade tem de apurar tudo, isso inclui os empresários brasileiros, o núcleo de
torturadores da Fiesp. Tenho certeza de que a comissão vai entrar nesse antro
da Fiesp, que foi responsável por financiar a tortura”, afirma Carlos Araújo.
Outro empresário da federação
citado pelo ex-preso foi o Henning Albert Boilesen, presidente da Ultragaz, que
teria assistido a sessões de torturas do próprio Araújo. Boilesen é apontado
como um dos empresários mais entusiastas da tortura, tendo até mesmo
desenvolvido equipamentos para tal.
Em seu depoimento, Carlos pediu
ainda que os financiadores da Ditadura Militar também sejam investigados pela
Comissão da Verdade. Ele destaca a importância de se investigar a ação da Fiesp
pois a "direita raivosa está por aí". Em resposta, Paulo Sérgio
Pinheiro, presidente da Comissão Nacional da Verdade, afirmou que o financiamento
é uma das linhas de trabalho da comissão, mas acha que é uma "linha
delicadíssima". Já a Fiesp, disse que agora se guia pela defesa da
“democracia e do Estado de Direito”.
Estas revelações sobre a Ditadura
Militar são extremamente importante por mostrarem a relação entre o regime da
época e o empresariado que o financiou e até mesmo participou das sessões de
tortura. Revela, com isto, a farsa da defesa da democracia, declarada pela
federação, quando esta mesma financiou uma ditadura, para garantir seus
interesses.
fonte: site PCO
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