Colonato judeu na
Cisjordânia (Laszlo Balogh/Reuters)
A maior parte dos judeus de Israel apoiaria a implantação de um regime
de apartheid em Israel se o país anexasse formalmente a Cisjordânia, revela uma
sondagem noticiada pelo jornal Haaretz. A sondagem apresenta outros dados que
apontam que a maioria dos judeus de Israel defende a discriminação contra os
cidadãos árabes, escreve o jornal israelita.
Quando questionados sobre se os judeus deviam ser preferidos aos árabes
na escolha para cargos na administração pública, 59% responderam
afirmativamente; 49% disseram que os cidadãos judeus deviam ser tratados de uma
melhor forma do que os árabes; 42% revelaram não querer vizinhos árabeMais de
dois terços dos judeus israelitas dizem que devia ser negado o direito de voto
aos 2,5 milhões de palestinianos que vivem naquele território ocupado.
Um terço defende a criação de uma lei que impeça os árabes de Israel de
votarem para o parlamento israelita, o Knesset.s a viver no mesmo prédio. O
mesmo número respondeu que não quer os seus filhos a frequentar a mesma escola
que as crianças árabes.
Mais de metade dos inquiridos
(58%) acredita que Israel já tem práticas de apartheid contra os cidadãos
árabes, enquanto 31% dizem não ser este o caso.
A sondagem foi conduzida pela
empresa de estudos de opinião Dialog, sob encomenda do New Israel Fund,
organização que, como lembra o jornal britânico Guardian, é acusada por alguns
críticos de direita de ter uma agenda anti-sionista.
As perguntas foram redigidas por
activistas pela paz e pelos direitos civis e feitas a 503 entrevistados.
A sondagem distingue os vários
grupos na sociedade israelita – os seculares, os observantes, os religiosos, os
ultra-ortodoxos e os ex-imigrantes soviéticos.
Os ultra-ortodoxos são aqueles
com as posições mais radicais contra os palestinianos, com 83% dos inquiridos
deste grupo a mostrarem-se de acordo com a segregação de estradas.
Gideon Levy, do Haaretz assina a
notícia e um texto de opinião que comenta os resultados da sondagem. O
conhecido jornalista diz que este estudo mostra uma fotografia da sociedade
israelita e que a imagem “é muito, muito doente”.
“Já não são só os críticos
israelitas e os estrangeiros que o dizem. Agora são os próprios israelitas que
se definem abertamente, sem vergonha e sem culpa, como nacionalistas racistas”,
escreve Levy.
Para Gideon Levy, ao responderem desta forma, os israelitas estão a
afirmar: “Somos racistas, praticamos o apartheid e até queremos viver num
estado de apartheid. Sim, isto é Israel”.
3 comentários:
Gostaria de saber se a mesma pesquisa fosse realizado nos territórios da cisjordania e/ou gaza mas referindo-se aos judeus, o resultado não seria o mesmo, ou até pior, ou seja a porcentagem de favoraveis ao apartheid não seriam bem maiores???
O fato de haver a pesquisa demonstra o caracter democrático e livre de Israel, e demonstra que a politica de confrontação palestina esta resultando em resultado pior que o desejado.....
abraços Nelson
Por que não nenhuma publicação sobre os recentes ataques deferidos de gaza contra a população civil israelense??? que feriu 2 trabalhadores asiaticos??? e por que Israel não teria o direito a retaliação apos estes ataques??? sendo que estes foram cirurgicos e pontuais contra terroristas do hamas???
nada como ser imparcial
Nelson
Gostaria de ver tal pesquisa sendo conduzida em territórios da cisjordânia e de gaza, são seriam os resultados ainda mais escandalosos e radicais??? Só o fato de haver a pesquisa já demonstra o caracter democrátido e de liberdade do estado de Israel, algo que não vemos nos locais citados, e cabe a indagação o resultado obtido não seria derivativo da politica de confrontação alheia ao dialogo dos palestinos???..........................só para pensar.............nelson
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