Neste momento em que todos ainda
vivemos o rescaldo do primeiro grande acidente entre dois trens na história de
36 anos do metrô de São Paulo - que levou 103 pessoas a buscarem atendimento em
hospitais e postos da região - não há como não fazer uma triste constatação: os
tucanos deixaram de investir nada menos que R$ 208 milhões na manutenção,
ampliação e modernização enfim, do metrô só no ano passado.
Os números foram levantados pela
assessoria técnico-econômica da bancada do PT na Assembleia Legislativa, com
base numa comparação entre o balanço do Metrô e o Orçamento do Estado, que
inclui os investimentos nas empresas públicas e/ou mistas.
O levantamento aponta que estes
R$ 208 milhões representam 31% do orçado inicialmente para investimento no
Metrô paulistano em 2011. Só na Linha 3 – Vermelha, onde ocorreu o acidente
nesta 4ª feira (ontem) o governo tucano de Geraldo Alckmin deixou de investir
mais de R$ 65 milhões, o equivalente a 25% do programado no orçamento para o
sistema metroviário.
Dos R$ 4,5 bi orçados para 2011,
só R$ 1,16 bi foi executado
Conforme balanço feito na
liderança da bancada na Assembleia, se forem levados em consideração os
investimentos na rede atual e os relativos a obras de ampliação, o resultado é
ainda mais assustador: dos R$ 4,5 bi orçados para 2011, só foi executado R$ 1,16
bi, ou seja, houve um corte de quase 74%.
De 1999 a 2011 deixaram de ser
investidos R$ 10,3 bi no Metrô de São Paulo, suficientes para ampliar sua rede
em 25,8 km (preços do próprio metrô estabelecem um custo de R$ 400 milhões/km
do sistema).
O estudo indica, ainda, ser
absolutamente improcedente a informação - passada em nota oficial à Folha de
S.Paulo pela Secretaria de Transportes do Estado -, segundo a qual não há
repasses do governo federal para investimentos no metrô da capital paulista.
Governos Lula e Dilma investiram
muito mais no metrô paulistano
O Governo Federal, com os
presidentes Lula (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011/2012) à frente, investiu em
média o suficiente para a construção de 3,24 km de metrô por ano em São Paulo,
enquanto o Governo Federal tucano do presidente Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002) investiu apenas o equivalente 0,5 km por ano.
Para tanto, os governos Lula e
Dilma autorizaram cerca de R$ 15 bi para a rede metroferroviária junto ao
BNDES, Caixa Econômica Federal (CEF), Banco Japonês para Cooperação
Internacional (JBIC), Banco Mundial (BIRD) e Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID). Em comparação, FHC autorizou em oito anos pouco mais de
R$ 4 bi.
Ou seja, o PT à frente do Governo
Federal emprestou e autorizou empréstimos em volume 226% superior ao autorizado
pelos dois governos tucanos de FHC para obras de expansão do Metrô e da
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os presidentes Lula e Dilma
incluíram, ainda, R$ 167 milhões para a CPTM e o Metrô nos orçamentos anuais, e
mais R$ 40 milhões para a linha 18 – Bronze do sistema metropolitano.
Vejam e comparem esses
investimentos. Chegarão à mesma constatação a que cheguei: quem deixou mesmo de
investir no Metrô de São Paulo e na CPTM foram os governos do PSDB, há 30 anos
à frente do Executivo do Estado, se contarmos desde o primeiro, de Franco
Montoro (a partir de 1983). Faltou investimento em ampliação das redes,
manutenção, modernização e na prevenção e controle de acidentes. Só poderia ter
dado neste espetáculo lamentável que temos tetemunhado cotidianamente.
fonte: blog Tecedora e blog do Zé Dirceu
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