Meio milhão em Madrid na manifestação contra a reforma laboral do PP.
As manifestações convocadas pelas centrais sindicais espanholas juntaram muitas centenas de milhares de pessoas este domingo nas 60 principais cidades. Em Madrid, a dimensão do cortejo que arrancou ao meio dia obrigou mesmo ao adiamento dos discursos por algumas horas, com os organizadores a falarem em mais de meio milhão de participantes. Na faixa que abriu a manifestação lia-se "Não à reforma laboral inútil e ineficaz. Defende os teus direitos e os serviços públicos".
Outros números da participação recolhidos pela imprensa espanhola junto dos sindicatos indicam 450 mil manifestantes em Barcelona, 80 mil em Gijón, 70 mil em Sevilha, 50 mil em Málaga, 35 mil em Valencia, 30 mil em Murcia, 25 mil em Córdoba e 20 mil em Alicante, com dezenas de outras cidades a juntarem também milhares de pessoas contra a reforma laboral.
Os líderes da UGT e Comisiones Obreras falaram aos jornalistas antes da partida na capital espanhola, alertando para o fato dos cortes previstos na reforma das leis laborais do Governo trarão uma regressão social para toda a vida. Segundo os sindicalistas, Rajoy e o PP espanhol estão a fazer "um aproveitamento imoral" da crise para acabar com tudo, o que torna urgente a resposta dos trabalhadores.
A Greve Geral de 29 de março é a sexta na história de Espanha e a segunda a confrontar um governo do PP. O movimento sindical começou a prepará-la com outra grande manifestação em dezenas de cidades também num domingo, a 19 de fevereiro, mas o Governo continuou a recusar qualquer negociação sobre as reformas previstas, que irão facilitar ainda mais os despedimentos e diminuir bastante as indenizações. A Espanha é o país com mais elevada taxa de desemprego na União Europeia, com 22%. Apenas a Grécia se aproxima, a meio ponto de distância, depois de submetida a três anos da receita da austeridade que destruiu a economia.
As duas centrais responderam ainda aos ataques da direita, que procurou fazer campanha contra a manifestação marcada para o dia em que se homenageiam as vítimas dos atentados do 11 de Março. Os sindicatos participaram nas homenagens promovidas pela Associação 11-M Afetados pelo Terrorismo, que representa a maioria das famílias das vítimas do atentado e se distingue da Associação de Vítimas do Terrorismo, que qualificou as manifestações sindicais de "infâmia". A AVT é uma organização próxima do PP e que ainda hoje tenta associar a ETA aos atentados dos terroristas jihadistas nos comboios de Madrid e assim capitalizar politicamente o sofrimento das famílias.
fonte: Esquerda Net.
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