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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Catadores de recicláveis pedem a Dilma plano de nacional de defesa a população de rua

A presidente Dilma Rousseff, participa da Cerimônia de celebração de Natal dos catadores de materiais recicláveis e da população em situação de rua/ Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

Os catadores de materiais recicláveis e população em situação de rua pediram à presidente Dilma Rousseff durante a celebração de natal dos catadores, nesta quinta-feira, 22 de dezembro, a criação de um plano nacional de defesa das pessoas que vivem nessas condições. Eles afirmaram que a vida melhorou nos últimos anos, mas continuam sendo vítimas de discriminação e violência.

Em dircuso a presidente se comprometeu a promover o diálogo com prefeitos sobre a questão que envolve a incineração de resíduos sólidos. "Uma discussão séria de resíduos sólidos passa por cooperativas de catadores e a meta das prefeituras para 2014", afirmou a presidente.

Dilma ressaltou ser fundamental que a população tenha condições de renda, organização e possa educar de forma cada vez melhor os seus filhos. "Se eu fracassar nesse compromisso, eu fracassei na minha missão", declarou. "Eu juro que farei o possível e o impossível para que as populações marginalizadas sejam populações com direitos, oportunidades e elevada auto estima", completou Dilma.


A representante do Movimento Nacional da População de Rua, Maria Lucia Santos Pereira comentou a violência sofrida pelos catadores  “Para nós, são muito claras as conquistas que tivemos. Mas só neste último ano 142 dos nossos morreram nas ruas, assassinados, além dos jatos de água e espancamentos da polícia militar. Quantos de nós continuarão morrendo, sendo desprezados pela sociedade?”.

Maria elogiou a atenção que a categoria tem recebido do governo federal nos últimos anos, mas criticou as autoridades locais. “Temos conquistas federais, mas quando chega ao nível de município, nada acontece. De que forma podemos sensibilizar os prefeitos, dizer a eles que somos seres humanos”, afirmou a representante do Movimento.

Morador de rua há 22 anos, Silvano Santos de Oliveira, de 33 anos, conta que sua vida ficou melhor nos últimos anos, mas que apesar de sua renda ter aumentado, ele ainda não consegue se sustentar satisfatoriamente e ter um lugar para morar. “Faço reciclagem por conta própria, e assim, melhorou bastante minha vida. Recebo auxílio-moradia do governo de R$ 100. Apesar de não dar para pagar um aluguel com isso, eu consigo me manter”, declarou.

Ex-morador de um lixão em São Paulo e hoje reciclador de materiais, João Paulo de Jesus afirma que a reciclagem passou a ser o meio de sobrevivência dele, e que conseguiu até estudar com os recursos obtidos com o trabalho. “Desde que o governo passou a desenvolver projetos voltados para a categoria, os trabalhadores passaram a ter mais dignidade”, afirmou. “Podemos participar de projetos de capacitação, de formação de cooperativas, e isso tem ajudado muito”, completou João Paulo.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), várias ações foram tomadas pelo governo em 2011 para apoiar a categoria dos catadores de materiais recicláveis. Foi publicado o Decreto nº 7.619, que regulamenta a concessão de crédito a empresas que compram resíduos sólidos de cooperativas de catadores de materiais recicláveis, constituídas por, no mínimo, 20 cooperados pessoas físicas.

O ministério destaca ainda que lançou o projeto Logística Solidária, que destinou R$ 26 milhões para aquisição de caminhões, capacitação e assistência técnica, estruturação jurídica e instalações físicas de cooperativas.

Atualmente, segundo o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), entre 300 mil e 1 milhão de pessoas vivem no país diretamente do recolhimento de utensílios destinados à reciclagem.

Fonte: site Ecodesenvolviemento.org.br

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