A partir da zero hora do dia 20 de outubro (próxima quinta-feira), os aeroportuários que atuam em Campinas, Guarulhos e Brasília iniciam uma greve de dois dias em protesto contra a proposta de privatização dos três aeroportos.
O movimento, liderado pelo Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), tem o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), dos sindicatos cutistas de aeroviários, do Sindicato Nacional dos Aeronautas e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT). A greve foi aprovada em assembleias realizadas nos dias 11, 17 e 18, nos três aeroportos, com grandes protestos, como o realizado no dia 7 com todos os delegados da plenária nacional da CUT, no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Os sindicatos do setor aéreo recomendam que os aeronautas e aeroviários, nesses dias, redobrem a atenção com a segurança e não assumam nenhuma função fora do que é previsto em seu contrato de trabalho ou que não lhes caiba, não aceitem pressão de suas chefias e observem integralmente os manuais, normas e regulamentações das categorias. E, se não tiverem condições de exercer suas atividades com segurança operacional, que não as façam. A segurança deve estar em primeiro lugar e a greve dos aeroportuários é soberana, democrática e legítima. Também é preciso cuidado diante da possibilidade da Infraero colocar pessoas não capacitadas para substituir funcionários grevistas.
O próprio Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), do governo federal, aconselha o adiamento do processo de concessão dos aeroportos. Em moção publicada em 11 de outubro, ele recomenda adiar por, no mínimo, 120 dias o prazo para o lançamento do edital, ampliar o prazo da audiência pública para analisar a minuta do edital e “dar sólida garantia aos trabalhadores, de modo que o processo de concessão promova condições de emprego decente e uma transição justa que não gere desemprego e precariedade nas relações de trabalho”.
A coordenação do movimento grevista ressalta que a luta maior é pela segurança de voo. "A gente entende que o modelo de concessão pretendido pelo governo é danoso à segurança de voo e chama a atenção dos usuários do transporte aéreo para isso", alerta Samuel Santos, diretor do Sina. "A precarização dos check-ins, da navegação aérea, irá prejudicar sobremaneira a segurança aeroportuária. E 98% dos acidentes aéreos não acontecem em voo, mas no pouso e na decolagem, próximo do solo. A Infraero tem um know how de 38 anos e excelência na gestão dos aeroportos. Nenhuma empresa no país pode hoje substituir isso. As privatizações em outros setores estão aí para comprovar os prejuízos causados à população: bueiros explodindo, apagões. Esse despreparo no setor aéreo significa a queda de aviões. O governo vai responder a esse crime?", diz. Ainda segundo o dirigente, o movimento grevista está defendendo a vida do usuário e de todos os trabalhadores dos aeroportos. "Com segurança não se pode buscar o lucro, simplesmente", completa Samuel.
A greve é uma advertência dos aeroportuários, em protesto à proposta vigente do governo de tirar da Infraero as atividades fim dos aeroportos: operação, segurança, carga e navegação aéreas, controle de tarifas, manutenção e engenharia especializada. O Sina afirma que essa decisão precariza os serviços aeroportuários, fragiliza e amplia a vulnerabilidade da segurança operacional e de voo. E é por isso, segundo a entidade, que 85% dos aeroportos no mundo são administrados pelo Estado.
"A gente espera que a Infraero não seja privatizada. A primeira mulher presidenta do país, eleita pelos trabalhadores, não pode deixar isso como legado", afirma Celso Klafke, presidente da Fentac/CUT.
Um comentário:
Kadafi já está no colo do satanás!
Viva o povo líbio!
Robert Ford
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