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sábado, 22 de outubro de 2011

ONU-aniversário: o rumo dos poderosos.


Nações Unidas, 22 out (Prensa Latina) Com uma crescente subordinação de sua atual direção aos interesses das principais potências ocidentais e cada vez mais longe de seus princípios de fundação chave, as Nações Unidas chegará na segunda-feira ao seu 66 aniversário.

A efeméride cumpre-se em momentos em que a organização mundial está no centro da intervenção militar lançada em março pela OTAN contra a Líbia para depor o governo liderado por Muamar al Gadafi.

Essa agressão se deu a partir de uma resolução aprovada pelo Conselho de Segurança ao amparo do conceito da chamada responsabilidade de proteger civis, utilizado agora para violar os princípios de autodeterminação e não intervenção.

Oito meses depois da adoção daquele documento, Gadafi foi morto na quinta-feira passada em circunstâncias ainda não esclarecidas e que apontam para um assassinato depois de ser capturado com vida.

Outra tentativa similar a da Líbia é desenvolvida agora por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, membros permanentes do Conselho de Segurança, para aplicar a mesma receita na Síria em busca da queda do presidente, Bashar Al-Assad.

Em ambos casos, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, não oculta seu apego às estratégias e ações lançadas por Washington, Paris e Londres, segundo uma opinião bastante estendida dentro dos círculos jornalísticos e diplomáticos em Nova York.

Também não o faz com respeito à petição de rendimento do novo Estado Palestino na organização, frente à qual os Estados Unidos ameaçam aplicar sua mordomia do veto.

Diante dessa aspiração apresentada à Assembléia Geral pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmmoud Abbas, o titular da ONU respalda a manobra ocidental de promover a retomada de negociações bilaterais Israel-palestinos.

Líbia, Síria e Palestina são exemplos que põem em evidência o rumo tomado pelas Nações Unidas da mão do Conselho de Segurança e o impulso de Ban Ki-moon, quem no próximo 1 de janeiro iniciará um novo mandato de cinco anos à frente da ONU.

Em contraposição, a maioria dos países-membros da organização mantêm sua reivindicação a favor de uma profunda reforma que permita revigorar uma Assembléia Geral lacerada pela atuação do Conselho de Segurança.

Criada a 24 de outubro de 1945 na cidade norte-americana de San Francisco, a ONU tem como metas essenciais preservar a paz e a segurança, impulsionar o desenvolvimento econômico e social e defender os Direitos Humanos.

Naquele tempo, o organismo nascente ficou conformado por 51 países, quase a quarta parte dos 193 integrantes do presente e que em sua grande maioria clamam por uma transformação medular em forma e conteúdo.

Desde 1945 o Conselho de Segurança conta com cinco assentos com caráter permanente e reservados para Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França, países que, ademais, ostentam a mordomia do veto.

São essas condições de eternidade e poder supremo outorgadas há 66 anos as que estão no centro da constante demanda de reforma para acabar com as ações desse órgão que ultrapassam os poderes e funções atribuídos pela Carta da ONU.

arc/vc/cc
Modificado el ( sábado, 22 de octubre de 2011 )

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