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domingo, 12 de junho de 2011

Aeroportuários poderão entrar em greve em protesto contra decisão do governo federal de privatizar o setor!




Toda e qualquer tentativa de privatização de algum Meio de Produção deve ser, antes de mais nada, discutida com muita profusão e transparência. Após tal fase, que muito provavelmente apontará o lado nefasto de tal expediente, tais propostas ou impostas devem ser combatidas,com muita luta, coragem e veemência, por todos os trabalhadores dado o seu caráter perverso e deletério. Sempre foi através desse expediente liberal, anti-democrático, e profundamente perigoso que a sociedade brasileira, e por extensão a Nação, perderam suas riquezas para o controle de gangster e máfias internacionais. – nota do blogueiro-

Matéria do Sina- Sindicato Nacional dos Aeroportuários.
Como foi informado, o presidente da Central Única dos Trabalhadores/CUT, Artur Henrique, o presidente do SINA, Francisco Lemos, e o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte/CNTT-CUT, Paulo João Estausia, foram recebidos em audiência pelo ministro Wagner Bittencourt, da Secretaria da Aviação Civil da Presidência da República/SAC, ontem, 09/06.

Na ocasião, Lemos informou ao ministro que três aeroportos – Guarulhos, Campinas e Brasília – haviam realizado Assembleia nesta semana e que os aeroportuários/as dos três terminais haviam aprovado indicativo de greve em razão do governo, através da SAC, ter anunciado a concessão dos mesmos ao setor privado. Disse, ainda, que nos próximos dias o SINA realizará Assembleia nos terminais de Confins (MG) e Galeão (RJ).

O ministro Bittencourt voltou a dizer que o modelo proposto apresentará grande lucratividade para o Estado, falou da parceria como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social/ BNDES, nada disse de concreto sobre o futuro dos trabalhadores/as da Infraero e nem garantiu que os brasileiros e brasileiras das classes C e D continuarão utilizando aviões como meio de transporte.

Os dirigentes sindicais não esconderam a decepção provocada pela manifestação do ministro. Artur Henrique - como informou aos aeroportuários/as durante a Assembleia no aeroporto JK, em Brasília - disse que a CUT Nacional publicará Resolução contrária à concessão anunciada; Lemos, tendo em vista o conceito do Aeroporto Popular, considerou a posição de Bittencourt fora da realidade do Brasil atual; e Paulinho, da CNTT-CUT, disse que os sindicatos filiados à Confederação estão do lado do SINA.

Sobre a participação dos trabalhadores na modelagem do edital da concessão, Bittencourt admitiu que manterá contato com as entidades sindicais e que as ouvirá. Diante dessa postura Artur Henrique reagiu: "Só nos deram a oportunidade de dar sugestões e nós queremos influenciar no resultado final". Artur, também, deixou muito claro que 49% para a Infraero na parceria é muito pouco! (No Leia+ matéria do Artur Henrique sobre o assunto.)

Na opinião de Lemos, se fôssemos ilustrar o modelo de concessão dos aeroportos poderíamos imaginar o Governo Federal como um empreendedor, a Secretaria de Aviação Civil como uma corretora de valores e o ministro Bittencourt como um consultor de negócios, pois o modelo - para ser entendido melhor - não passa de um belo negócio diante de sua rentabilidade, onde a Infraero sai da responsabilidade administrativa e operacional, passa a investir muito pouco e tem um retorno fabuloso. Sem fazer absolutamente nada dentro dos aeroportos se levarmos em consideração que, desde a sua criação,em 1973, o objetivo da empresa é enfrentar desafios dentro do propósito de administrar e operacionalizar os aeroportos brasileiros e não ganhar dinheiro fácil com o patrimônio público.

Por isso é que lamentamos que, se ocorrer essa segregação dentro do setor aéreo brasileiro, perderemos todos/as por que os exemplos dados pelo ministro em relação a Infraero ineficiente foram todos formatados na sua cabeça pelo que é informado pela mídia e outras instituições com conhecimento apenas superficial dos problemas.

E o que é pior, Bittencourt tentou falar com um ar de conhecedor profundo do problema, chegando até a demonstrar entusiasmo quando apontava os caminhos para a solução dos problemas enfrentados pela infraestrutura aeroportuária brasileira.

Além de não resolver, causará, como já anunciamos, um retrocesso social e danificará a classe trabalhadora aeroportuária. E entregará de bandeja o controle estratégico na mão das raposas estrangeiras que, estes sim, lucrarão muito e levarão boa parte desses lucros para fora do nosso País, pois se alguém tem dúvida disso é só imaginar que a chave da porta de entrada e saída do Brasil não estará mais em nossas mãos. E até o nome será trocado de aeroporto para aeroshopping!

Os próximos passos do SINA será a continuidade das Assembleias. No próximo dia 16/06, quinta-feira, será em Confins (MG), ficando o Galeão (RJ) com data a ser definida. E juntos com a direção da Central Única dos Trabalhadores/CUT e demais entidades estaremos nos articulando para buscar os apoios necessários, como por exemplo do Congresso Nacional e da sociedade brasileira. Mas para isso a nossa categoria deverá continuar mobilizada e atenta quanto aos desesperados de plantão e aos divisionistas que, não temos dúvida, serão infiltrados para enfraquecer nossa luta.

Por outro lado, estamos construindo e recebendo cada vez mais adesões para, junto com os aeroportuários/as, enfrentar o maior predador que já tivemos até agora. O desafio é grande, mas a nossa coragem é maior. Vamos à luta!

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