Por razões de segurança o presidente Barack Obama anulou a sua visita, anteriormente planejada, para o Paquistão. O adjunto do presidente dos EUA para segurança nacional, Tom Donilon, fez esta declaração neste 9 de maio.
- direto do site voz da rússia-
A mídia paquistanesa informou, da sua parte, que a visita oficial tinha sido anulada por causa dos acontecimentos em Abbottabad, situada a apenas algumas dezenas de quilômetros de Islamabad. A 2 de maio os comandos americanos eliminaram aí Osama Bin Laden, cabeça da rede terroristas internacional “Al Qaeda”. Os americanos realizaram esta operação sem avisar previamente Islamabad, o que provocou um acesso de antiamericanismo e os protestos da oposição local. Diversos grupos islamitas do Paquistão e dos países árabes do Médio Oriente e do golfo Pérsico prometeram vingar-se dos EUA.
Chama também a atenção a posição do comando militar do Paquistão. A 9 de maio o serviço de imprensa do exército informou a decisão de reduzir ao mínimo o número de militares americanos, de objetos e de material técnico de guerra dos EUA no território do país. O chefe do quartel general das forças terrestres do Paquistão Ashfaq Kayani advertiu que qualquer intervenção do exército americano no território do Paquistão, não sancionada por Islamabad, será impedida rigidamente. Mais do que isso – vai resultar na revisão das bases da colaboração militar entre os dois países. O vice – diretor do Instituto de Estudos Orientais junto da Academia de Ciências da Rússia Viacheslav Belokrinitski declarou por este motivo à “Voz da Rússia”.
No Paquistão está amadurecendo um grande descontentamento com a intervenção de helicópteros americanos. Isto é considerado um grande insulto, a opinião pública do país está profundamente desiludida com a violação da soberania do país. O povo está envergonhado com esta circunstancia. A fim de não agravar a situação ainda mais e eliminar toda a sorte de acusações, as autoridades trataram de ganhar alguns pontos aos olhos dos círculos sociais do país. As ameaças das autoridades militares de liquidar as relações militares representam reação à situação desagradável em que o Paquistão ficou.
Ao mesmo tempo, Washington intensifica a pressão sobre Islamabad, não se limitando mais a exigências de intensificar a luta contra o extremismo. Na véspera o presidente dos EUA concedeu entrevista ao canal de televisão Ci – Bi – Exortando o governo do Paquistão a promover um inquérito a fim de descobrir o sistema de apoio de que o “terrorista número um” dispunha. Washington está indignada também com o fato de que os serviços secretos paquistaneses ludibriaram-na. Estes serviços não conseguem esclarecer até hoje, como o cabeça de “Al Qaeda” pôde viver despercebido durante seis anos no Paquistão.
Washington e Islamabad ficaram de mal. Mas Viacheslav Belokrinitski acha que isso não vai resultar na revisão radical das relações americano-paquistanesas.
Apesar de rebates e reclamações mútuas, as relações entre os EUA e o Paquistão irão desenvolver-se mais ou menos como antes. É que ambas as partes necessitam muito uma da outra. O Paquistão necessita do apoio material por parte dos EUA, enquanto que Washington necessita de Islamabad na qualidade de aliado permanente na solução do problema afegane e na guerra que os EUA travam neste país.
Por enquanto os EUA resolveram não irritar mais o Paquistão. Desta vez pediram a Islamabad a permissão de contatar as pessoas que se encontravam em casa de Osama Bin Laden durante a operação da sua eliminação. Pediram, inclusive, a permissão de interrogar as suas três mulheres que se encontram agora presas no Paquistão. Washington pediu também entregar ao serviço de inteligência americano os materiais complementares que os paquistaneses tinham levado da casa de Osama Bin Laden. Islamabad por enquanto não deu resposta positiva, mas também não disse “não”.
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