ECODEBATE- Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA) lançou nesta terça-feira (5) a edição 2013 do Relatório
sobre a Lacuna de Emissões (do inglês Emissions Gap Report), estudo que analisa
a real possibilidade do aumento da temperatura global ser menor ou igual a 2°C
até o ano de 2100.
A projeção é realizada com base
nas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) assumidas por
países para serem implementadas até 2020, e o quanto todos deveriam reduzir
para que a temperatura global não ultrapasse os 2°C. A lacuna do título do
relatório representa a diferença entre as projeções.
O relatório é coordenado pelo
PNUMA, com participação de 77 cientistas de todo o mundo. A principal conclusão
do estudo é que, ainda que as nações cumpram os seus atuais compromissos
climáticos, as emissões de gases de efeito de estufa em 2020 deverão
provavelmente ser de 8 a 12 gigatoneladas de CO2 equivalente (GtC02e) acima dos
valores projetados para manter o limite de 2°C. O CO2 equivalente (CO2e)
equipara todos os gases estufa ao potencial de aquecimento do CO2, o gás mais
liberado.
Para manter o rumo em direção à
meta dos 2°C, o relatório afirma que as emissões devem atingir um máximo de 44
GtC02e em 2020, e preparar o terreno para futuros cortes para 40 GtC02e em
2025; 35 GtC02e em 2030; e 22 GtC02e em 2050.
Além disso, o documento ressalta
que as metas baseiam-se em cenários de ação que tiveram início em 2010, e
conclui que está cada vez mais difícil cumprir os objetivos propostos na época.
“Como destaca o relatório, o
atraso na implementação de medidas implica em mais mudanças climáticas em curto
prazo e a possibilidade de mais impactos climáticos, bem como o uso contínuo de
tecnologias de alta emissão de carbono e intensivo consumo de energia”, afirmou
Achim Steiner, subsecretário-geral da ONU e diretor executivo do PNUMA.
“Contudo, o passo decisivo
constituído pela meta para 2020 ainda pode ser alcançado com o reforço dos
atuais compromissos e da criação de novas medidas, incluindo a ampliação de
iniciativas de cooperação internacional em áreas como a eficiência energética,
a reforma dos subsídios aos combustíveis fósseis e as energias renováveis. A
agricultura pode contribuir, já que as emissões diretas desse setor são
responsáveis por 11% do total global de gases de efeito de estufa”,
acrescentou.
Do Rio de Janeiro, um dos autores
do relatório, o pesquisador Roberto Schaeffer, explicou à Rádio ONU quais
seriam os impactos da falta de ação (clique aqui para ouvir).
Saiba mais sobre o documento em
http://bit.ly/HyfO8e
Fonte: site Ecodebate
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