por Vlad Grinkevich
Foi prescrito que políticos
europeus restrinjam utilização de telefones celulares. Esta medida é uma reação
às informações divulgadas por Edward Snowden de que a Agência de Segurança
Nacional (NSA) dos EUA escutava conversas telefônicas das primeiras personalidades
de países europeus, inclusive da chancelera da Alemanha, Angela Merkel.
Conforme comunica a mídia
estrangeira, o primeiro-ministro da Bélgica, Elio Di Rupo, proibiu que os
membros do Governo utilizem celulares em reuniões fechadas. Os funcionários
altamente colocados da França e da Holanda foram obrigados a substituir telefones
celulares comuns por aparelhos com a função de codificação de conversas. Ao
mesmo tempo, as autoridades da Alemanha discutem a possibilidade de desenvolver
um soft especial para proteger conversas telefônicas de seus funcionários.
Tais medidas parecem muito
cautelosas. Contudo, na opinião de peritos, são razoáveis. Tanto mais que os
Estados Unidos confirmaram indiretamente que não pretendem renunciar plenamente
à espionagem de seus aliados, aponta o diretor do programa Segurança
informativa internacional e gestão global da internet do Centro de Pesquisas
Políticas da Rússia, Oleg Demidov:
“A declaração de representantes
da Casa Branca de que todos os programas de espionagem dos aliados europeus
serão encerrados já foi parcialmente desmentida nos próprios Estados Unidos.
Kathleen Hayden, assessora de imprensa do Conselho para a Segurança Nacional
dos Estados Unidos, declarou: 'sim, estamos revendo a nossa política, mas tal
não significa que vamos anulá-la completamente'."
Pelo visto, os americanos irão
suspender a escuta de conversas dos políticos europeus mais importantes,
sustenta o perito. Mas é pouco provável que os EUA renunciem plenamente à
atividade de espionagem no continente. Observadores qualificam como
absolutamente lógicas as medidas de proteção de dados, que hoje se discutem na
Bélgica, Holanda, França e em outros países.
Os cuidados com a segurança
informativa já se tonaram norma para muitas companhias comerciais, inclusive na
Rússia. Em algumas empresas, ao chegar ao serviço, empregados entregam seus
telefones celulares, não podendo utilizá-los durante o dia de trabalho. Fala
Alexander Tokarenko, membro do Conselho Administrativo da Associação de
Dirigentes de Serviços de Segurança Informativa:
“Esta é uma prática comum para
empresários e políticos. Muitos telefones têm o chamado regime policial que
permite escutar não apenas conversas correntes, mas também aquilo que ocorre no
local. O telefone pode ser desligado, mas a escuta continua. Esta é uma função
padronizada da maioria de aparelhos. Recentemente, apareceram informações de
que os chineses conseguiram montar chips em chaleiras elétricas. Com o mesmo
sucesso, eles podem ser postos em quaisquer outros dispositivos elétricos”.
Também é necessário um novo programa de
codificação das conversas feitas por telefones celulares. Acontece que a
maioria de tais programas é elaborada segundo os padrões americanos. Nas
palavras de Oleg Demidov do Centro de Pesquisas Políticas, a utilização destes
programas pode ser perigosa:
“Como se verificou, algaritmos
americanos que servem de base para os produtos de criptografia em todo o mundo
são vulneráveis ao nível básico. Os projetistas americanos informaram sobre
estas vulnerabilidades os serviços de inteligência dos Estados Unidos, que
podem utilizar estas vulnerabilidades em seus interesses”.
A cooperação de autores
americanos de programas de codificação com os serviços secretos comprometeu
muito este negócio. Foi prejudicado o prestígio de não apenas alguns
laboratórios e institutos dos Estados Unidos, mas também da maioria de empresas
que trabalham na esfera de tecnologias informativas, apontam peritos.
Fonte: site Voz da Rússia
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