Uma área de acampamento próxima
ao assentamento Baturité, no Maranhão, foi alvo de liminar de reintegração de
posse no dia 22 de maio. Sem qualquer aviso prévio, a polícia despejou as 35
famílias acampadas nos 400 hectares de terra.
O juiz baseou a decisão de
despejar as famílias em uma nota supostamente assinada pelo presidente do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Carlos Guedes de
Guedes, afirmando que a área não havia sido incluída no processo de desapropriação
para fins de Reforma Agrária.
O documento foi apresentado ao
juiz por Carlos Gabriel, que diz ser o proprietário da área. No entanto, a
superintendência do Incra no estado alegou que a nota era falsa, pois esta não
passou pelo Instituto, além da assinatura presente na nota não condizer com a
de Guedes. O presidente do Incra, ao saber do ocorrido, negou que foi o autor
da nota.
Para Edivan Oliveira dos Reis, da
coordenação do MST no Maranhão, essa é mais uma ofensiva do Poder Judiciário em
relação com latifundiários contra a Reforma Agrária. “Em 2001, ocorreu um
assassinato de um camponês aqui no estado. O julgamento, que ocorreu neste dia
3 de abril, absolveu todos os mandantes e pistoleiros”.
Edivan afirma que a situação na
área está complicada. “tem um rio que divide o assentamento Baturité da área
que estava sendo ocupada. O dito proprietário agora fica andando armado com
seus jagunços por lá, vigiando as famílias do assentamento e impedindo que
muitas usem o rio. A polícia já foi informada, mas não fez nada sobre o assunto
até agora”. A situação das famílias despejadas segue indefinida.
Fonte: site MST
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