Estudantes ocupam campus da
Faculdade de Ciências e Letras por uma melhor política de permanência
estudantil
do Coletivo de ocupação Unesp
Araraquara
No dia 23 de abril de 2013, estudantes da
Faculdade de Ciências e Letras da Unesp em Araraquara realizaram uma ocupação
no campus em decorrência da situação da política de permanência estudantil
nessa universidade. Como ocorre em outras faculdades da Unesp, em Araraquara há
a necessidade de revisão da política de permanência estudantil, uma vez que os
recursos a ela destinados não acompanharam o aumento do número de alunos na
Faculdade. Apesar do aumento da demanda por auxílio, houve na universidade uma
redução dos recursos destinados. Hoje a ocupação completa 10 dias.
A principal reivindicação que
motivou a ocupação é a expulsão de seis estudantes do processo de seleção do
programa demoradia estudantil pela gestão anterior, de José LuisBizelli e
LuizAntonioAmaral. A sindicância foi aberta graças a uma denúncia de moradores
que se sentiram incomodados com o comportamento de outros moradores em uma
confraternização.
Os estudantes ocupados discordam
da posição dos moradores que fizeram a denúncia, uma vez que eles se reportaram
diretamente à direção da Faculdade de Ciências e Letras, e não à Comissão de
Moradia, instância institucional que tem por função deliberar sobre questões
internas e de convivência naquele espaço. Além disso, os estudantes ocupados
entendem que a referida gestão, cujo mandato se encerrou no ano de 2012, tomou
uma medida radical e descabida ao excluir os estudantes do processo seletivo,
tendo em vista que os regimentos da Unesp e da Moradia Estudantil preveem
resoluções mais adequadas e não excludentes para esse tipo de problema.
Trata-se de umasituação grave, pois a exclusão pode inviabilizar a permanência
dos estudantes na Unesp, os levando a abandonar o curso. A exclusão dos
estudantes se mostra como o exemplo mais grave de uma série de medidas
arbitrárias tomadas pelos diretores da Faculdade de Ciências e Letras em
relação à Moradia Estudantil nos últimos anos.
Os estudantes da Moradia
Estudantil têm buscado um diálogo com as diretorias anteriores para resolver
problemas e insuficiências encontrados na política de permanência estudantil na
Unesp em Araraquara, dos quais apontamos: 1) a necessidade de revisão do
processo seletivo para as bolsas; 2) a constante redução das bolsas voltadas a
permanência estudantil; 3) o número reduzido de funcionários destacados para a
realização dos processos de seleção de bolsas, e a inexistência de uma
assistente social exclusiva para lidar com as necessidades dos estudantes; 4)
problemas relativos à má construção de blocos da moradia e reformas mal realizadas;
6) a impossibilidade de pós graduandos concorrerem aos processos seletivos para
bolsas de permanência estudantil.
A ocupação deu visibilidade para
esses fatos e possibilitou a abertura de um diálogo com a gestão atual, dos
professores Arnaldo Cortina e Cláudio César de Paiva. Os estudantes que ocupam
exigem que os alunos expulsos sejam reinseridos no processo seletivo para a
Moradia Estudantil, cabendo à atual direção da Faculdade de Ciências e Letras
rever o posicionamento arbitrário da direção anterior.
Os acontecimentos de Araraquara
são exemplos da fragilidade da atual política de permanência estudantil adotada
pela Unesp que não se preocupa em garantir a
real gratuidade a educação aos estudantes de baixa renda. Neste sentido,
aUnesp vive um momento de mobilização entre os alunos. Até a data de hoje são
três campi em greve e ocupação (Ourinhos, Marilia e Assis), duas paralizações
agendadas (Presidente Prudente e Bauru) e um campi com ocupação (Araraquara),
por entender que a luta por uma revisão da política de permanência
estudantilperpassa toda a Unesp.
Essa luta é de extrema
importância para garantir o acesso e a permanência dos estudantes de baixa
renda e se torna ainda mais necessária, no momento, se considerarmos a futura
implementação do programa de cotas com 50% das vagas nas Universidades
destinadas a estudantes de escola pública.
Para que esse programa tenha efetividade e qualidade deve ser
acompanhado de sérias políticas de permanência estudantil que garantam
condições de estudo a esses estudantes.
Por esse motivo os estudantes de
várias Faculdades da Unesp se manifestam e pedem o apoio dos movimentos
sociais, de trabalhadores e entidades estudantis para compor a nossa luta por
uma universidade pública, gratuita, para todos
com qualidade.
Fonte: Brasil de fato
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