Desacato- Os trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra do Acampamento Cipó Cortado, da Região Tocantina – que abrange o município de Senador La Roque e Amarante (MA) -, continuam sobre forte ameaça dos fazendeiros da região.
Segundo a nota divulgada pelas
famílias, jagunços e milícias liderados pelo fazendeiro Francisco Elson de
Oliveira, que conta com o apoio de outros fazendeiros locais, continuam
circulando livremente pela região, ameaçando e amedrontando os Sem Terra.
São cerca de 250 famílias que
vivem há mais de 7 anos na Fazenda Cipó Cortado, e reivindicam uma área de 8200
hectares de terra pública já reconhecidas pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) desde o início dos anos 1990.
Em meio a uma reunião no último
dia 18/04 com diversos representantes dos órgãos públicos competentes, os
fazendeiros ameaçaram os Sem Terra na frente das autoridades, deixando claro
que ou famílias saíssem da área ou eles próprios tirariam. Até o momento,
segundo os Sem Terra, nenhuma providência foi tomada e os fazendeiros seguem
rondando o local.
“Nós sabemos qual o jeito que
eles usam e sempre usaram. Esperamos que as autoridades tomem as providências,
pois tememos a ação dos grileiros a qualquer momento, que já ameaçaram invadir
nosso acampamento e queimar nossas casas”, diz a nota.
Histórico
Desde o início dos anos 90 o governo federal,
por meio do Incra, identificou cerca de 30 mil hectares de terras da União na
região. O órgão solicitou a reintegração de posse destas terras à União. Em
2006, o Superior Tribunal de Justiça determinou que o Incra retomasse apenas
8.200 hectares, e usasse a área para a criação de assentamentos de Reforma
Agrária.
Entretanto, mesmo sendo apenas
8.200 hectares, a reintegração de posse à União nunca foi efetivada. Frente a
lentidão, as famílias Sem Terra ocuparam, em 2006, a Fazenda Cipó Cortado, que
se constituiu no Acampamento Cipó Cortado.
Desde a ocupação, as famílias
passaram a produzir na área, onde já se construiu uma comunidade, com crianças
nascidas, novas famílias, escola, curso de ensino médio com capacitação em
técnicas agropecuárias, etc.
Fonte: site: Desacato e MST
Nenhum comentário:
Postar um comentário