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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Religiosa manifesta temor pela vida de Hugo Chávez


Teresa Forcades, monja beneditina, disse que teme que “os interesses geopolíticos dos poderosos tirem a vida do presidente venezuelano



A monja beneditina, teóloga e doutora em medicina, Teresa Forcades, expressou pela primeira vez a admiração pelo presidente venezuelano Hugo Chávez, defendendo que o mesmo “está fazendo um bem imenso a seu país e ao mundo” e disse que teme que “os interesses geopolíticos dos poderosos tirem a vida do presidente”.

Seu posicionamento público a favor da política de Chavez é uma das opiniões que Forcades expressa em seu livro “Converses amb Teresa Forcades”, escrito a seis mãos entre a jornalista Eulália Tort, o editor Ton Barnils e a própria religiosa, conhecida por suas críticas à indústria farmacêutica e por opor-se à vacinação durante a gripe aviária.

No livro, lançado na última quinta-feira (15) em Barcelona, Forcades falou abertamente sobre política, economia, medicina e religião, direcionando suas críticas ao funcionamento “pouco democrático” da Igreja e reivindicando o papel da mulher na instituição.

Forcades explicou que pela primeira vez expressou sua opinião favorável a Chávez, mesmo com o risco de que lhe chamem de “chavista”.


No livro, fruto de um ano de entrevistas com a monja gravadas em seu monastério de Sant Benet de Montserrat em Barcelona, Forcades reconhece que viajou para a Venezuela com ideias pré-concebidas sobre Chávez.

Ela explica que, quando chegou a seu hotel, viu que a televisão venezuelana transmitia um sermão do arcebispo “contra o governo legítimo de Chávez”. “Com este pequeno detalhe comprovou-se que havia liberdade de expressão”, conta a monja, que lembra que a Venezuela “era e é um país com uma problemática importante, mas que pouco a pouco vai se resolvendo”.

“Antes do governo de Chávez, mais de 20% da população venezuelana estava em situação de pobreza extrema e agora a porcentagem está em 7%. Não podemos esquecer que na Espanha há 20% de pobreza”, defende a beneditina, que também ressalta que o presidente venezuelano “em menos de dez anos alfabetizou 95% de seus cidadãos”.
Forcades assegura que “não há nenhum líder contemporâneo europeu que tenha a cultura que tem Hugo Chavez”.

O livro desvela também alguns episódios de sua vida, como o divórcio dos seus pais quando era criança, afirma que era hiperativa e que ganhou uma nota zero em comportamento na escola.

Também revela que, a pedido de uma família, desconectou uma paciente da máquina que lhe mantinha com vida quando era interna em hospital nos Estados Unidos.
A monja se mostra contrária ao “ensinamento terapêutico”, mas rechaça a eutanásia ativa para acelerar a morte de uma pessoa.

“Desde o ponto de vista cristão, não há obrigação de usar nenhum meio extraordinário. É possível aceitar perfeitamente que um organismo diga basta”, explica a doutora, que, entre outras coisas, cuida da saúde de suas trinta companheiras de monastério.

Forcades também ataca a prática de grandes editoras de livros que “queimam os excedentes que não vendem depois de três meses que são publicados”. “A cultura não é isso”, afirma.

No que diz respeito à economia, lamenta que a democracia tenha perdido frente a uma "ditadura financeira" e apela que os políticos recuperem o controle da economia porque "são os únicos dos quais podemos ter um controle democrático".


Fonte:  Brasil de Fato e  YVKE

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