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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Mídia burguesa elogia exército de Dilma para garantir leilão e ataca greve

Uma das maneiras mais eficazes de se medir a força de uma mobilização é avaliar como se dá sua repercussão na grande imprensa. Diante desta premissa, fica claro pra nós que a greve nacional da categoria petroleira, iniciada no último dia 17 de outubro, está incomodando muita gente.
Foi assim na greve histórica de 1995, não teria por que ser diferente agora.

Na noite de ontem, a abertura do Jornal da Globo foi um exemplo claro de que a imprensa burguesa – agente histórico do imperialismo e de qualquer medida que represente ataques à soberania nacional – está preocupada em garantir a realização do leilão de Libra – a maior privatização da história do país.
O apresentador da Rede Globo, Willian Waack, começou o telejornal reivindicando a presença ostensiva da Força Nacional e do Exército de Dilma no local em que será realizado o Leilão, no Rio de Janeiro. Disse, de maneira contundente e em tom de exigência, que a lei precisa ser garantida – discurso usado muitas vezes por agentes da repressão nos anos de chumbo da ditadura militar.

Ditadura e repressão que estão sendo reeditadas desde as jornadas de Junho, quando o povo foi às ruas. O envio de mais de mil homens das forças repressivas do Estado ao local do leilão foi um pedido do governador Sergio Cabral, atendido lamentavelmente pela presidente Dilma, uma das vítimas da ditadura e da mão de ferro do Estado.

Mas o desfecho realmente repugnante do telejornal foi feito por um dos comentaristas mais reacionários da tevê brasileira: Arnaldo Jabour, que fez – em resumo – o seguinte comentário:
“Essa greve é uma mistura de ideologia e interesses sindicais e burrices. Isso. Primeiro porque eles querem a volta da monopólio, é ignorância (…). O modelo não monopolista é ideal para o país, é mais dinâmico, é mais lucrativo (…). Dilma tem de governar o país como se guiasse uma carroça com dois cavalos: um rápido e moderno; e o outro, manco e velho. Sempre que ela tenta modernizar algo os velhos mancos sindicais ideológicos empacam. Talvez nem sejam cavalos e, sim, burros”.
Clique aqui e assista na íntegra o comentário de Arnaldo Jabour.

Além de ser um claro ataque aos trabalhadores e à soberania nacional, o comentário de Jabour é uma sucessão de equívocos e informações (propositalmente) falsas para confundir o povo brasileiro. Claramente, foi a Petrobrás que descobriu (sozinha!) o pré-sal; claramente, a Petrobrás tem condições (com a construção de outro ritmo de exploração) de não apenas operar, mas controlar a exploração do pré-sal sozinha e submetida a um plano nacional de investimentos em educação, saúde e  transporte. Jabour tenta desconstruir tudo isso, assim como fazem setores governistas que ainda insistem em defender o leilão com o argumento de que é preciso parcerias.

Lamentável que a presidente Dilma tenha como um dos principais aliados para realizar a maior privatização da história deste país uma das figuras mais reacionárias e repudiadas da grande imprensa, um claro representante da direita brasileira que sempre foi a responsável por realizar o desmonte dos patrimônios nacionais. Entretanto, agora é pelas mãos do atual governo, é pelas mãos de Dilma que o maior crime de lesa-pátria deste país pode ser desferido contra o povo.

Os trabalhadores petroleiros estão vacinados contra os ataques da grande imprensa e, neste ano, ao contrário de 1995, tem a seu favor uma conjuntura em que as manifestações e greves carregam um grande apoio da população. O grito “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!” já está nas ruas. É hora de barrar o leilão de Libra e fortalecer a greve da categoria petroleira em defesa do petróleo brasileiro e por um ACT digno!


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