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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Dia de lutas terminou com milhares nas ruas, paralisações vigentes e ataques policiais no RJ.


Brasil - Diário Liberdade - Nos protestos de dia 11 enfrentaram-se dois interesses contrários: o dos governistas, que tencionam acalmar a tensão social e pôr sob seu controle os protestos, e de entidades de classe, que tentarão impulsar o protesto para patamares sólidos em favor das classes trabalhadoras. Entretanto, pautas da Globo e nacionalistas reacionárias ficaram em casa.

O dia 11 de julho foi definido pelas centrais sindicais – CSP-Conlutas, Força Sindical, CUT, CTB, UGT, NCST, CGTB, CSB – como um dia de greves, paralisações e manifestações de rua em diferentes âmbitos. Os Estados em que a adesão à jornada de paralisação foi maior foram Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia e Pernambuco.

A jornada de mobilização, apesar das suas carências, era impensável faz algumas semanas em um Brasil em pleno momento protagonista no cenário capitalista global. A pauta das mobilizações que decorreram incluiu aumento de investimento em segurança, educação e saúde pública, reivindicações trabalhistas (redução da jornada de trabalho e fim do fator previdenciário), reajuste digno para aposentadas e aposentados, fim do projeto de Lei 4330 que amplia a terceirização, fim dos leilões de petróleo e retomada da reforma agrária.

Os transportes, junto com a indústria, educação e mesmo portos, foram as categorias que mais pararam ao longo do país. Em BH, metrô fechou na noite de quarta feira para não abrir até sexta. Ainda, com serviços de transporte rodoviário totalmente paralisados em cidades como Vera Cruz (RS), entre outras, aulas foram diretamente suspendidas ou não puderam acontecer, graças à adesão à jornada de greve de professores e professoras de diferentes níveis. Na indústria pararam importantes centros, como a fábrica da General Motors em São José dos Campos.

A maior parte das grandes cidades tiveram protestos ao longo da tarde, como no caso do Rio de Janeiro, onde a manifestação terminou com violência após ataques da PM. Em Brasília, São Paulo, Belo Horizonte ou no próprio Rio de Janeiro, entre outras cidades, foram milhares a responder a convocação. Na capital paulista, onde 7.000 pessoas (segundo a PM) protestaram no início da tarde, permanece cercado o edifício da Rede Globo.



Confrontos no Rio de Janeiro

Já no início da passeata policiais agiram violentamente contra manifestantes, usando inclusive spray de pimenta. Era apenas um prelúdio de como terminaria o protesto na cidade. Caveirões, cassetetes e, em geral, toda classe de intervenções violentas decorreram ao longo de várias horas nas ruas do centro carioca. A mídia Ninja acompanhou ao vivo os confrontos e protestos no Rio de Janeiro.   A crónica pode se visualizar aqui:


Porto de Santos, o maior da América Latina, paralisado

O protesto da categoria dos estivadores conseguiu bloquear no início da manhã o porto de Santos (SP), o maior da América Latina e um dos maiores do mundo. O secretário do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, do Guarujá e de Cubatão, César Rodrigues Alves, informou a Agência Brasil que a manifestação contou com cerca de 300 pessoas. Segundo ele, a categoria reivindica que a Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) volte a contratar os trabalhadores por produção, por meio do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), e não com vínculo empregatício.

Operações só foram parcialmente retomadas por volta das 13h00, mas ações diretas de protesto continuam agora. No início da tarde, centenas de trabalhadores e trabalhadoras tomaram um navio, com o intuito de permanecer nele até sexta (12/07).

Cortes rodoviários e ocupações

O início da jornada de lutas foi protagonizado por numerosos cortes em algumas rodovias principais na áreas metropolitanas de São Paulo e o Rio de Janeiro. Diferentes linhas de transportes foram suspensas ou ficaram fora de funcionamento por causa dessas iniciativas de trabalhadores e trabalhadoras em luta por seus direitos. Nas intervenções nas rodovias foram construidas barricadas, com pneus e outros materiais, que depois foram incendiadas.

Além dos cortes viários, aconteceram outras ações diretas, como a ocupação do edifício do Incra em Brasília por militantes do MST, que reivindicaram a retomada da reforma agrária, chave para diferentes movimentos sociais brasileiros.




Sabotagens e ataques do regime

Além da desmobilização com recurso às próprias forças convocantes, como a CUT, foram empreendidas ações legais para garantir a normalidade do regime burguês. Assim, no Rio de Janeiro, por decisão liminar da 'justiça', o metrô teve que assegurar 100% das frequências em horas pico e 70% no resto. Finalmente, a categoria desconvocou a mobilização. Em Belo Horizonte, no entanto, metrô não funciona desde a madrugada de dia 11 e só abrirá na manhã da sexta (12), apesar de ameaças de multas de até 5.000 R$ por dia caso não forem respeitados serviços mínimos. Os cortes rodoviários também receberam resposta do aparelho de justiça encarregado de manter a ordem de poderos@s e oprimid@s no Brasil, e impôs liminar que proíbe bloqueio de rodovias federais em SP.

Entre as centrais convocantes dos protestos estava a governista CUT, quem terá aderido o protesto com a esperança de acalmar os protestos que desde junho tomaram as ruas brasileiras. Nessa linha, foram referidas sabotagens da própria CUT em diferentes cidades e categorias, onde a burocracia dirigente terá passado por cima das bases, que quiseram parar. É o caso dos bancários em Recife e em SP, por exemplo. A central sindical governista já conseguira, previamente, deitar fora das reivindicações o 'Fora, Dilma!' ou quaisquer críticas duras contra a presidenta que é braço político do capital no Planalto.

Sindicatos de classe em difícil contexto e críticas de esquerda

A difícil convergência de sindicatos de classe, como a CSP-Conlutas, com sindicatos 'chapa branca' neste protesto obrigou estas entidades a extremarem a defesa das suas pautas classistas, sob risco de serem engolidas pelo aparelho dos sindicatos governistas e do próprio PT, que ditou ordens diretas para aproveitar protestos para promover o plebiscito com que Dilma Rouseff tenta acalmar os levantes populares das últimas semanas. As descaradas manobras cutistas para desvalorizar a jornada de lutas ocasionaram duras críticas vindas da esquerda.

fonte: site Diario Liberdade

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